Textos diversos

terça-feira, 23 de julho de 2013

Conheça os mecanismos de defesa que usamos - I

defesa

Já postei aqui no blog sobre alguns mecanismos de defesa (mecanismos internos de proteção do Ego e de controle usados automaticamente, para enfrentar angústia, impulsos agressivos, ressentimentos, frustrações, etc.). como a negação, projeção,e transferência.

Hoje vou discorrer sobre mais alguns porque os mecanismos de defesa interferem, e muito, não só na percepção das pessoas, mas também em seus relacionamentos.

Introjeção: é um processo inconsciente pelo qual o sujeito incorpora ao eu características do exterior, pode ser de pessoas e qualidades inerentes a elas. Segundo a teoria gestáltica, é absorver, sem reflexão, ideias, normas, hábitos, valores, etc.. Seria esta a base de formação dos “eu devo”, “eu preciso”. Com este conhecimento nota-se como é importante o que os pais passam para seus filhos através de suas palavras e atitudes.

É considerado o mecanismo mais arcaico dentre aqueles que se dirigem a um objeto exterior.

Exemplos de introjeção: o garotinho que finge fazer a barba (como o pai); a menininha que usa os vestidos e sapatos da mãe; a adolescente que repete as gírias e/ou maneirismos do seu astro preferido; o adulto que repete as frases “inteligentes” do seu político favorito; o bobalhão, que após assistir a Fórmula I, vai para as ruas dirigindo na velocidade de seu ídolo.

Anulação: ações ou rituais mágicos que contestam ou desfazem uma ação anterior. Exemplos: dar um beijo no irmãozinho caçula depois de ter batido nele; fazer o sinal da cruz ou beijar a medalha de Nossa Senhora para afastar um pensamento pecaminoso;

Este mecanismo é muito utilizado na patologia chamada Transtorno Obsessivo-compulsivo, aí ela é referida como anulação retroativa.

Clivagem é um mecanismo de defesa descrito por Melanie Klein e por ela considerado como a defesa mais primitiva contra a angústia. Neste mecanismo, há uma cisão tanto a nível do ego, como ao nível do objeto primário.

O objeto visado pelas pulsões eróticas e destrutivas cinde-se num "bom" e "mau" objeto, que terão então destinos relativamente independentes no jogo das introjeções e das projeções. http://www.infopedia.pt/$clivagem-%28psicologia%29;jsessionid=RptS2j0Tcf62Q7JGZnAwOA__ Exemplo: devemos odiar o pecado e amar o pecador ou como diriam os pastores evangélicos: amar o homossexual e odiar a homossexualidade.

Segundo Freud a clivagem é "uma fenda no ego a qual nunca se cura, mas, ao contrário, aumenta à medida que o tempo passa", portanto podemos ver que essa cisão no Ego é um efeito bastante sério.

Conversão: É a expressão de um motivação recalcada num sintoma somático, que pode ser motor (paralisia, tremor, convulsão) ou sensitivo (parestesia, anestesia, dor, distúrbio de visão ou audição).

Não é a mesma coisa que somatização, na conversão a pessoa representa, através da linguagem corporal, um conflito inconsciente e na somatização há apenas uma situação de stress (que também pode ser grave).

A conversão é muito encontrada em pacientes histéricos

Deslocamento: mecanismo pelo qual é deslocada uma motivação ou emoção do seu primitivo objeto para outro substitutivo.

É bem conhecido o exemplo do sujeito que levou bronca do chefe, chegando em casa desconta na mulher que desconta no cachorro ou gato. rsrs

Quantas vezes já não fizemos algo parecido? Bom para refletir a respeito.

“Os mecanismos de defesa não representam apenas o conflito e a patologia, eles são também uma forma de adaptação. O que torna “as defesas” um aspecto doentio é sua utilização ineficaz ou então sua não adaptação às realidades internas ou externas. (Bergeret, 2006)”. http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/mecanismos-de-defesa

Espero não ter assustado alguém com esta matéria e quero esclarecer que os mecanismos de defesa são empregados por todos nós, na vida cotidiana, para proteção do Ego e conseguir estabilidade emocional.

No próximo post tem mais mecanismos. Até lá.

Imagem: noticias.universia.com.br

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13 comentários:

  1. Verdade Atena.
    Queiramos ou não, em algum momento das nossas vidas empregamos um, ou todos, como forma de defesa, mesmo que por motivos e formas diferentes.
    É que na nossa formação religiosa de origem, baseada nos valores cristão-judaico-ocidental - o medo, a submissão e a culpa - estão vivos ou hibernados dentro de nós, por mais que sejamos evoluídos espiritualmente.
    Mais do que nunca é preciso vigiar e orar, como diz a minha mãe. rsrs
    Excelente!
    É para parar, parar e refletir.
    Valeu Mestra.
    Beijo.

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  2. Ana:
    Sim, somos bem complicados mesmo. rsrs
    Obrigada pela visita e abraços

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  3. Obrigada pela visita, Silvia
    abraços

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  4. É, Beth, depois da ignorância os piores males da humanidade são a culpa e o medo (ambos decorrentes da ignorância, mas com nossa herança judaico-cristã não dá para esperar algo diferente.
    Sim, reflexão é preciso.
    beijos

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  5. Interessantíssimo. Muitas vezes fazemos uma das formas de desefa descritas, mas não possuímos conhecimento do que é. Acho válido nos "descomplicarmos" ao tentar identificar a origem dos nossos atos.
    Ótimo post!

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  6. Giulia:
    Muito boa sua colocação: nos descomplicarmos. Sim, à medida em que vamos nos conhecendo nossa vida se torna mais fácil, principalmente nos relacionamentos.
    Obrigada pela visita e seus carinhosos comentários.
    abraços

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  7. Aguardo um post sobre a visita do Papa ao Brasil.

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  8. Oi, Eduardo, ainda não elaborei tudo que passou na minha cabeça durante esses dias. rsrs
    Vou pensar sobre um post, mas não prometo.
    abraços

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  9. Olá, Tiozão:
    Obrigada e abraços

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  10. Fávero Coelho de Lima31 de out. de 2013, 10:21:00

    Achei muito interessante o assunto mas sinto falta de algo que oriente como eliminar esses mecanismos de defesa.

    FÁVERO COELHO DE LIMA

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  11. Fávero:
    Não existe receita para isso.
    O ideal é fazer uma psicoterapia e nela analisá-los. Se isso não for possível, procure estar atento a si mesmo. O autoconhecimento é o primeiro passo para evoluirmos como pessoas.
    Obrigada pela visita e seja bem-vindo

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