"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Seja você mesmo

sheeple2

Acho que todos vocês já se deram conta que o ser humano é um conformista, ou seja, imita maneiras de vestir, falar e se comportar de outros. Contudo já se perguntaram até onde vai essa conformidade? As pessoas seriam capazes de negar os próprios sentidos só para se conformar com os demais?

Ash, um psicólogo norteamericano, resolveu realizar um experimento para demonstrar que as pessoas não se deixam afetar pela opinião das demais quando têm uma inequívoca resposta acerca de algo.

Enganou-se.

Eis como transcorreu o experimento:

Ash convocou estudantes de graduação, todos do sexo masculino. Um da cada vez, os fazia entrar numa sala onde havia mais oito pessoas sobre as quais era dito serem outros participantes. A cada um era mostrado um cartaz como a imagem abaixo e pedido a todos que respondessem qual das três linhas do lado direito tinha o mesmo tamanho que a do lado esquerdo?

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O que os participantes não sabiam era que aqueles oito dentro da sala na verdade eram cúmplices do experimentador com a orientação de dar respostas erradas e sempre primeiro eram chamados cinco ou seis antes do verdadeiro participante do experimento.

O procedimento foi repetido doze vezes com variantes da imagem acima e Ash se surpreendeu com as respostas.

“50% das pessoas deram a mesma resposta errada como os outros em mais de metade dos ensaios.

Apenas 25% dos participantes se recusaram a ser influenciados pelo falso julgamento da maioria em todas as 12 provas.

5% mantiveram-se sempre conformados com o parecer incorreto da maioria (todos nós conhecemos pessoas assim, né?)

Durante todos os ensaios, a taxa média de conformidade foi de 33%.

Intrigado sobre o porquê dos participantes terem ido junto com a maioria, Asch entrevistou-os após o experimento. Suas respostas são, provavelmente, muito familiares a todos nós:

a) Todos se sentiam ansiosos, temiam a desaprovação dos outros.

b) Muitos explicaram que viram as linhas de forma diferente do grupo, mas, em seguida sentiram que o grupo estava correto.

c) Alguns disseram que foram junto com o grupo para evitar destacar-se, ainda que soubesse que o grupo estava errado.

d) Um pequeno número de pessoas realmente disse que viram as linhas da mesma forma como o grupo.

Intrigado sobre o porquê dos participantes terem ido junto com a maioria, Asch entrevistou-os após o experimento. Suas respostas são, provavelmente, muito familiares a todos nós:

a) Todos se sentiam ansiosos, temiam a desaprovação dos outros.

b) Muitos explicaram que viram as linhas de forma diferente do grupo, mas, em seguida sentiram que o grupo estava correto.

c) Alguns disseram que foram junto com o grupo para evitar destacar-se, ainda que soubessem que o grupo estava errado.

d) Um pequeno número de pessoas realmente disse que viram as linhas da mesma forma como o grupo.” (http://www.spring.org.uk/2007/11/i-cant-believe-my-eyes-conforming-to.php)

Acho que esses resultados dão o que pensar, não é?

A necessidade do ser humano de “pertencer ao grupo” realmente é bem significativa, porém é mister ter-se cuidado para não virar um “Maria vai com as outras”, ter um mínimo de individualidade como ser pensante. Isso é ter consciência, de si e do que faz. Na adolescência uma atitude conformista é aceitável, depois ... é lamentável.

Cuide para não se tornar um “sheeple”.

Imagem: richardcorrigan.com

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Lei da Atração funciona ou ...

lei da atração

Com o advento da chamada “Nova Era” surgiu uma nova onda também, a tal de “Lei da Atração”. Muitos ganharam rios de dinheiro escrevendo livros, vendendo vídeos e dando palestras. Para esses, com certeza, a tal lei funcionou. rsrs

Agora, vamos examinar a coisa com cuidado, será que é bem como esses gurus dizem que é? Pensamentos criam a realidade?

Esses gurus nunca definem exatamente a extensão e o grau a que pensamentos criam realidade, assim uma pessoa não entendida no assunto pode concluir que os pensamentos têm uma capacidade ilimitada para criar e manifestar a nossa realidade física, o que, convenhamos, é uma falácia.

O pessoal da Nova Era baseou-se em descobertas da Física Quântica (o simples ato de observar partículas subatômicas afeta seu comportamento) para criar sua teoria. Sim, isso acontece e há quem diga que a realidade que experienciamos é um constructo. Sou inclinada a concordar com tal proposição porque nesse caso são bilhões de pessoas pensando, vendo ou percebendo da mesma maneira. Agora, uma só pessoa mentalizando que tal ou qual coisa vai acontecer já é uma outra estória.

Vou dar dois exemplos de quando a realidade é modificada de forma aparentemente ilógica.

Em 1928, William Isaac Thomas, sociólogo, formulou um teorema que ficou conhecido como o Teorema de Thomas e que diz o seguinte: “Se as pessoas definem certas situações como reais, elas são reais em suas conseqüências.” Um exemplo usual do teorema seria: se muitas pessoas seguem o falso rumor de que seu banco está "quebrando" e todos eles vão retirar seu dinheiro, o banco vai realmente .quebrar.

Esse teorema funciona bastante na política e nas finanças. O mercado de ações é o melhor exemplo, aliás, ele vive dos boatos. Contudo precisamos notar que no caso desse teorema a realidade é modificada por ações e não por pensamentos.

A profecia autorrealizável diz que, quanto mais as pessoas acreditam em uma coisa, mais elas podem influenciar no seu acontecimento. O sociólogo Robert K. Merton define em seu livro Social Theory and Social Structure: "A profecia autorrealizável é, no início, uma definição falsa da situação, que suscita um novo comportamento e assim faz com que a concepção originalmente falsa se torne verdadeira".

Quando as pessoas esperam ou acreditam que algo acontecerá, agem como se a profecia ou previsão já fosse real e assim a previsão acaba por se realizar.

A profecia autorrealizável pode ser emitida por várias pessoas ou por uma só. Neste segundo caso aproxima-se francamente da Lei da Atração. Vejamos um exemplo para melhor compreensão:

“Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte descobriram que idosos que acreditam que as pessoas mais velhas devem se sair pior nos testes de memória de fato têm notas nestes testes muito abaixo daquelas de idosos que não aderem a esses estereótipos negativos sobre o envelhecimento e a perda de memória.” (http://www.educacaofisica.com.br/index.php/voce-ef/98-saude-bem-estar/4835 )

Ou seja, a profecia autorrealizável nada mais é do que um condicionamento (consciente ou inconsciente). Se usarmos a Lei da Atração desta maneira é bem possível que ela funcione, já para acertar na loto ... rsrs

Somos seres condicionáveis, isto é um fato, portanto podemos sim moldar nossa realidade em certos aspectos. Se você acreditar que pode passar no vestibular, fizer disso um condicionamento e estudar bastante, é claro, com certeza alcançará seu objetivo.

Isso vale para outros aspectos de sua vida, agir como se já tivesse alcançado o que se propõe certamente o levará ao que almeja.

Agora, crer que pensamentos têm o poder de controlar objetos e eventos externos, como o pessoal da Nova Era diz é baboseira. Experimente dedicar todo o seu tempo livre para se imaginar ganhando na loto ... vai envelhecer esperando ganhar. rsrs

O mestre Saint Germain diz que a mente não pode criar a realidade (e ainda bem porque senão o mundo seria um caos) somente a paixão o faz.

Imagem: dicasterapeuticas.blogspot.com

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Você sabe o que é sexo tântrico?

sexo tântrico

O condicionamento do ser humano é algo tão forte que pode atingir qualquer área da vida. Uma das áreas é o sexo, que após milhares de anos de deturpação acabou sendo o que é hoje, uma atividade muitas vezes desgastada pelo hábito e com um único objetivo: ter orgasmo.

Mas, dirão vocês, não é para isso que serve o sexo? Não, o sexo deve ser a mais completa forma de união entre duas pessoas e proporcionar a real intimidade. E mais, segundo os indianos, é uma forma de chegar à Divindade. A partir desta ideia surgiu o sexo tântrico.

O sexo tântrico possibilita uma união real de corpo, mente e também espírito, você se conecta realmente com seu parceiro/a.

O que vem a ser o sexo? Nada mais que energia, uma das formas da energia vital que também pode se manifestar como energia espiritual. Claro que esta interpretação não existe no mundo ocidental, pois aqui estamos sob o jugo das crenças judaico-cristãs. Esse povo que diz o sexo ser coisa do diabo esquece que também diz Deus ter criado tudo, portanto criou a sexualidade também.

“Um bom ponto de partida para o sexo tântrico é saber que:1) Ele começa com você. 2) O sexo tântrico é sobre consciência, presença, entrega e totalidade. Sexo Tântrico é o sexo natural e espontâneo.” (http://neotantra.com/)

Começando pelo básico, a raiz sânscrita da palavra Tantra é: "Tan" – que significa expansão e "tra"- liberação. Tantra, então, pode ser interpretado como o caminho da liberação através da expansão.

No Tantra não existem regras nem dogmas, não existe manual para realizá-lo, é mais uma questão de atitude perante a vida e o universo com questionamento e coragem para enfrentar o desafio do desconhecido.

É comum as pessoas pensarem que o sexo tântrico é aquele com mirabolantes posições posturais. Esse é o Kama Sutra que não tem nada a ver com Tantra. Sim, no sexo tântrico você pode aprender algumas posições, mas não é o mais importante e sim a atitude mental de entrega.

No sexo comum o orgasmo limita-se à área genital, no Tantra “todo o corpo pode ser transformado em um '' corpo orgástico'', o que possibilita uma enorme variedade de experiências sensuais e eróticas. O orgasmo genital é muito importante, mas é apenas o começo deste processo.” (http://neotantra.com/)

No sexo corriqueiro é bastante comum a ânsia por atingir o orgasmo fazer com que se perca toda uma gama de contato prazeroso e amoroso com o parceiro/a.

Alguns pensam que no sexo tântrico não existe orgasmo. Pode haver sim, contudo ele não é o objetivo final e ademais não é aquele orgasmo de duração curtíssima, ele é prolongado.

Agora, um aviso: para poder praticar o sexo tântrico você precisa de elevada autoestima, precisa amar a si mesmo, o que muitos pensam que fazem, mas estão só se enganando.

“No sexo Tântrico, o prazer sexual é o conjunto todo: a sua mente, seu corpo e seu espírito. Em outras palavras, a sexualidade Tântrica é uma crescente satisfação sexual no nível físico e emocional, bem como no nível espiritual. A essência da sexualidade Tântrica é que o sexo pode ser muito mais do que uma simples experiência física. Assim, o sexo Tântrico é um ato muito íntimo envolvendo deliciosamente longas sessões de amor, prazer e conexão. No sexo tântrico não existe começo, meio e fim, da forma tradicional como conhecemos o sexo. O que existe é o momento presente a cada etapa da viagem.” (http://neotantra.com/)

Então, leitor, o sexo tântrico traz de volta a magia e o encantamento que foi perdido há muito tempo atrás, antes de terem transformado o sexo em algo libidinoso e motivo de piadas.

Este post foi a pedido de um leitor e eu não sou especialista no assunto, somente conheço uma pessoa que o pratica, portanto espero ter contribuído de alguma forma para esclarecê-los. Desejando saber mais consultem o site cujo link informei.

Imagem: www.papofeminino.uol.com.br

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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Conheça os mecanismos de defesa que usamos - II

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Como prometido no último post, continuação sobre os mecanismos de defesa...

Racionalização “é um mecanismo de defesa, parte consciente e parte inconsciente, no qual as falhas e os erros são perdoados e desculpados, tanto para o próprio sujeito como perante os outros, de modo a que seja preservada a autoestima do sujeito. O ego ajusta-se à realidade não só tendo em conta a realidade das coisas, mas também as necessidades narcisistas e instintivas do indivíduo. O sujeito apoia-se num raciocínio lógico para explicar os seus sentimentos e emoções que não controla. Torna racionais e coerentes pensamentos e ações inaceitáveis cujos mecanismos inconscientes lhe escapam, e com esta atitude tenta disfarçar os seus conflitos internos perante si e perante os outros.

É uma forma de aceitar a pressão do superego, de disfarçar os verdadeiros motivos e de tornar o inaceitável mais aceitável. Enquanto obstáculo ao crescimento, a racionalização impede a pessoa de aceitar e de trabalhar com as forças motivadoras genuínas, apesar de menos recomendáveis”. http://www.infopedia.pt/$racionalizacao-%28psicologia%29

Conheci uma pessoa que usava bastante este mecanismo e sempre sabia que ela iria usá-lo quando começava as frases com: ”não é bem assim”... Aí vinha o “chá” de explicações “racionais”. rsrs

Outro exemplo é a conhecida estória da “raposa e as uvas”, desdenhar o que não se pode comprar.

Intelectualização é um tipo de racionalização onde, para diminuir ou controlar impulsos ou sentimentos penosos para a pessoa, ela usa excessivamente do conhecimento, de discursos intelectuais, de teorizações. Com isso a pessoa nega o conflito tentando entendê-lo de forma puramente racional fugindo das emoções que podem lhe gerar sofrimento.

Este mecanismo é comumente observado em pessoas com fortes traços obsessivos ou esquizóides.

Podemos reconhecer este mecanismo em pessoas que dizem: “eu sei sobre isso, já li tudo a respeito” ou algo parecido.

Compensação é o Mecanismo de Defesa que tem como objetivo manter ou melhorar a autoestima, diminuir a ansiedade gerada em situações onde a pessoa se sente inferior (seja real ou não a inferioridade). A pessoa se compensa por alguma deficiência (real ou imaginária) por intermédio de alguma outra característica sua que demonstre valor.

Exemplos: um aluno obeso ou deficiente físico compensa sua falta de habilidade nas aulas de Educação Física sendo excelente em Matemática. A jovem que se sente feia acha que tem de ser simpática, pelo menos ...

Repressão. Aqui o indivíduo afasta da consciência uma ideia ou situação que causa ansiedade. É uma forma de lidar com conflitos internos ou externos, entretanto o conteúdo reprimido não é eliminado, ele permanece no inconsciente.

É bem comum aparecer este mecanismo em pessoas que tenham uma alta carga religiosa em relação ao sexo. Este é pecado, sujo, etc, então os desejos instintivos são reprimidos. Nestes casos podem aparecer conseqüências como doenças psicossomáticas, frigidez e fobias.

Sublimação é uma forma de satisfação indireta onde os impulsos do id são rechaçados pelo ego e superego. A forma de satisfação deve ser aprovada pela sociedade.

Um bom exemplo é a agressividade de um sujeito ser sublimada através de suas lutas de boxe, MMA ou outras ou trabalhando como policial.

A arte era considerada por Freud uma forma de sublimação, nela o artista pode expressar conteúdos condenáveis de forma socialmente aceita.

Enfim, com estas duas postagens deu para ver que somos seres complicados e complexos, mas não desanimem, continuem seu processo de autoconhecimento porque ele só traz benefícios. Só evoluímos como seres se nos autoconhecermos. É o primeiro passo para a evolução da consciência.

Imagem: www.treinamentoesportivo.com

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