"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Imposição de mãos – mistificação ou ciência desconhecida?

reiki

A imposição de mãos para a cura é um método talvez tão antigo quanto o ser humano, mas ainda hoje, pleno século 21, é desconhecido o seu funcionamento pela ciência, considerada pelos desinformados como picaretagem e para alguns, dependendo de quem a aplica, pode ser dom de “Deus” ou ato do “demônio”.

Não sei quem é pior, se os religiosos que deturpam tudo ou os cientistas cartesianos com seu ceticismo estúpido. Os humanos, no seu afã de separar o conhecimento das superstições, acabaram por deixar de lado a pesquisa de assuntos considerados “mágicos” com isso travando o desenvolvimento de uma medicina mais humanista, mais natural e que acabou se tornando uma prostituta mantida pela indústria farmacêutica.

A imposição de mãos não tem nada a ver com desencarnados (como alguns detratores do espiritismo pensam) e não é dom divino de uns poucos escolhidos (todo e qualquer um pode fazê-lo além dos pastores) é simplesmente a utilização de energias que não foram ainda estudadas pela ciência (está timidamente começando agora).

Encontrei uma dissertação de mestrado de Ricardo Monezi, provavelmente um cientista de mente aberta, que traz um pouco de luz para este assunto.

Eis o resumo de sua dissertação: “Avaliação de efeitos da prática de impostação de mãos sobre os sistemas hematológico e imunológico de camundongos machos. São Paulo, 2003.75p.Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.

Estudamos a impostação de mãos sobre camundongos, avaliando parâmetros hematológicos e imunológicos. Nossos resultados demonstraram nos animais que receberam a impostação de mãos uma diminuição significativa do número de plaquetas, elevação do número de monócitos na leucometria específica, elevação da atividade citotóxica de células não-aderentes com atividade NK (células Natural Killer) e LAK (células matadoras ativadas por linfocinas). Os grupos controle e placebo não mostraram qualquer alteração Os resultados encontrados nos levam a concluir que há uma alteração fisiológica decorrente à impostação de mãos e que há que se estudar por que ela ocorre.”

Os céticos costumam dizer que as curas da medicina alternativa ou de “curandeiros” são única e exclusivamente produtos da autosugestão dos pacientes. Bom, o Dr. Monezi usou camundongos e constatou alterações fisiológicas. E agora, ratos também são autosugestionáveis? rsrs

Em sua dissertação ele cita algumas imposições de mãos bem conhecidas como:

Entre as diversas técnicas que trabalham com a impostação de mãos podemos citar o Toque Terapêutico (KRIEGER, 1976), o Jin Shin Jyutsu (BURMEISTER, 1997), o Reiki (WARDELL, 2001), o Qi Gong e o Johrei (OSCHMAN, 2000).

De acordo com KRIEGER (1976), o TT não possui qualquer base religiosa e independe da fé ou crença daquele que o recebe ou do praticante para ser efetivo. Sua aplicação requer, entretanto, a intencionalidade consciente do praticante com o intuito de repadronizar o campo energético humano.

O Jin Shin Jyutsu, descrito por Jiro Murai, no Japão, envolve o toque em pontos determinados do corpo do paciente, chamados “pontos de segurança de energia”. Os praticantes acreditam que suas mãos funcionam como “baterias energéticas”, que podem “carregar” determinadas áreas e “descarregar” outras, conforme a necessidade da pessoa, visando restabelecer e harmonizar os padrões circulatórios da energia (BURMEISTER, 1997).

O Qi Gong é considerada uma técnica chinesa de impostação de mãos milenar. “Qi” significa energia e “Gong” é a união das condições fisiológicas, mentais e emocionais do praticante. É um método que visa mobilizar, harmonizar e aplicar o "fluxo energético" no corpo. Os praticantes acreditam que, ao realizar os exercícios de Qi Gong, os pontos de entrada de energia estarão abertos absorvendo a energia da natureza (ZHANG, 1998).

O Johrei é uma prática de impostação de mãos, descrita por Mokiti Okada, no Japão, vinculada à igreja messiânica. Seus praticantes acreditam que através da impostação de mãos sobre o corpo de uma pessoa energias invisíveis podem provocar alterações tanto no físico quanto no emocional e espiritual (OSCHMAN, 2000).

O Reiki é uma técnica de impostação de mãos que foi concebida no Japão, no final do século XIX; seus praticantes acreditam na existência de uma energia sutil que pode ser canalizada e transmitida a outras pessoas através de pontos específicos intitulados de Chakras (BULLOCK, 1997; WARDELL, 2001).”

Há relatos de aplicações destas técnicas em inúmeras áreas da medicina como recurso complementar às terapias convencionais (KELNER & WELLMAN,1997;WIRTH & BARRET, 1994) demonstrando resultados promissores, sobretudo na recuperação de pacientes crônicos e imunodeprimidos, como, por exemplo, pacientes oncológicos, tanto pediátricos quanto adultos (OLSON & HANSON, 1997; FERNANDEZ, 1998), pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) (TOUPS, 1999) e, também, no alívio de sintomas como dispnéia, edemas e ansiedade em pacientes terminais (BULLOCK, 1997), como adjuvante na terapia com opióides no manejo da dor e em pacientes obstétricas durante a gravidez (PETRY, 2000A, B, C; RANZINI, 2001; SATYA, 2001).”

Felizmente encontram-se mentes abertas também no meio científico, portanto suspeito que daqui pra frente haverá mais pesquisas a respeito, o que ajudará a humanidade a sair das trevas da ignorância em que ainda se encontra.

Fonte: Dissertação de mestrado de Ricardo Monezi Julião de Oliveira

Imagem: retirada da dissertação de mestrado do Dr. Monezi

Este blog foi criado para você, leitor. E só saberei se você está satisfeito se comentar os posts, ou então, pergunte, questione e sugira temas ou modificações.

23 comentários:

Anônimo disse...

Atena

Não é de hoje que venho acompanhando os seus textos, primeiramente por querer a expansão da minha consciência, mas principalmente pela qualidade dos textos que você (me autorize a continuar chamando-a assim), apresenta, sempre saio de seu blog, com a certeza de conhecer um pouco mais.
Um forte abraço

Atena disse...

Antonio:
Fico muito lisonjeada com suas palavras e agradecida pela presença.
Imagino que não é também qualquer blog que tem leitores do seu calibre.
abraços

Valéria Mello disse...

Oi querida Atena!

Pois estou eu de volta, das minhas voltas pelo São Francisco e adorei as referencias que vc trouxe. Tanto sei (digo sei, atestando) porque até em questão de massagem, só permito e aceito pessoas às quais conheço ou tenho referenciais.
Porque há sim, uma troca de energia. E dá pra sentir na pele, assim que saio de uma sessão.
Obrigada por esclarecer isto.
Valéria

Atena disse...

Val, querida:
Essas energias ainda que muito sutis não só dão resultados , mas fazem com que pessoas mais sensíveis as sintam enquanto são aplicadas. O bom é que não só o paciente sai beneficiado, mas quem as aplica também, pois elas passam primeiro pelo corpo do aplicador.
beijocas e bom retorno

Unknown disse...

Oi Atena.
Post divulgado.
Até mais

Unknown disse...

Atena,
Sou praticante de Johrei ha 28 anos
E posso garantir que funciona .
Não tomo nenhum tipo de remédios ou qualquer medicação ha 28 anos .
Porque simplesmente o Johrei resolve qualquer problema de saude que eu ja tive nesse período .
E eu já presenciei diversos tipos de curas em outras pessoas .
abs
Francisco

Edinaldo Oliveira disse...

Atena,

Achei o texto um pouco "revoltado".. ("cientistas cartesianos com seu ceticismo estúpido"/"detratores do espiritismo pensam") rsrs

Dei uma lida rápida no trabalho, entretanto, o autor falou muito da ciência (parecia uma aula de para a turma de biomedicina), e quando finalmente chegou na parte interessante, o laboratório com os ratinhos, o autor passou pelo experimento rapidamente, achei que faltou explorar mais. Outra coisa, parece-me que o experimento durou 4 dias...acho muito pouco para percebermos alterações fisiológicas.

Agora pense no seguinte experimento:

3 pessoas...a primeira é colocada em um quarto, isolado de todos, o segundo, por poucos minutos durante seu dia, tem o direito de ver um boneco semelhante a uma pessoa, e por último, o terceiro tem direito a alguns poucos minutos de conversa com alguém "real"...ao final de um período mais longo, qual dos três estará com uma saúde melhor?

Lembrei-me do gato da minha irmã: o coitado ao ficar só entra numa tristeza danada (chega a ficar sem comer e beber), mas quando chega alguém em casa, o mesmo volta a se animar...basta ter alguém com ele dividindo o ambiente.

Não estou negando nem afirmando nada, mas como falei, achei o estudo muito simples para alegar algo muito grande...É apenas meu ponto de vista.

PS.: pelo que vi no inicio do texto, o autor deve ser bem religioso, já que agradeceu por Deus carregá-lo em seus braços diversas vezes...vai saber a influência da religião em seus estudos...

Abraço,

Edinaldo Oliveira

Beth Muniz disse...

Está lá, e eu concordo: “Mentes são como pára-quedas, só funcionam abertos!”
Pois então,
As coisas e pessoas existem, gostemos ou não.
O objeto do nosso conhecimento, não é necessariamente do conhecimento do outro. Entretanto, ambos existem Queiramos ou não.
Mais que qualquer religião, seita ou doutrina, será o nosso nível de consciência crítica, que com certeza nos salvará e nos poupará da bestialidade humana.
Gostei Atena.
Energia é tudo. Até para se curtir o escuro...
Beijo.

Maria de Lourdes disse...

Olá Atena! Adorei a sua postagem, muito útil para todos nós. As nossas mãos são realmente dádivas divinas. E Jesus já ensinava através do exemplo a prática da imposição de mãos. Dia haverá em que o homem necessitará conhecer melhor as coisas que não compreende. Um grande abraço!

Atena disse...

Massoterapeuta:
Mas que coisa boa que você se cuida naturalmente. Isso é um privilégio.
Sou reikiana e também faço uso da imposição de mãos, além de outras cositas más que me salvam muitas vezes da alopatia. rsrs
Grata pela visita e participação.
abraços

Atena disse...

Edinaldo:
Há dias em que estou com “a macaca” e me passo no tempero, salgando a comida. rsrs
Realmente o ceticismo burro (negar sem conhecer) me irrita muito. Eu sempre fui cética, mas com mente aberta para o que desconheço.
Entendi a sua dúvida com relação à atenção que os camundongos tiveram por parte dos experimentadores, mas posso te garantir que independente disso, a imposição de mãos funciona porque eu sou reikiana e já a vi funcionar. Esses assuntos considerados “místicos” ou mágicos a gente só tira os noves fora quando experimenta, não adianta só ficar lendo ou estudando, há de se meter a mão na massa. E vou ser bem sincera, já passei muito sufoco por causa disso. O que me salvou foi ter a cabeça fria e, claro, o meu conhecimento universitário.
Concordo com você que o tempo de experimento foi muito rápido, mas parti do pressuposto que o sujeito não iria trapacear na sua dissertação de mestrado.
Quanto aos agradecimentos dele em relação à Divindade (num trabalho acadêmico), achei esquisito, mas cada um, cada um.
Já li outros depoimentos de pessoas que tratam desses assuntos considerados místicos, mas até agora sempre os ditos cujos tinham um back ground religioso ou espírita e concordo que isso pode influenciar até certo ponto do limiar crítico de cada um. Isenção é difícil, seja para os que creem seja para os céticos burros.
De qualquer forma, sua leitura essencialmente racional é muito bem vinda aqui, pois este blog não é para sheeples e sim para incentivar as cabeças pensantes a abrirem mais ainda seus horizontes e para os demais a começarem a abrir.
Abração

Atena disse...

Beth:
Como sempre dando aula com seus comentários...
Ah, consciência crítica, quem a tem? Poucos. Pelo menos consciência crítica isenta de prejulgamentos e preconceitos.
Postei o texto porque pessoalmente já verifiquei a efetividade da imposição de mãos, sem me deixar influenciar porque sou bem cética. Quando fiz o curso de Reiki fiquei o tempo todo com um pé atrás e torcendo o nariz rsrs, mas depois fui me rendendo aos seus efeitos.
Acredito que aos poucos esse tipo de conhecimento irá se tornando mais aceitável tanto para gregos quanto troianos. rsrs
Beijos

Atena disse...

Maria de Lourdes:
Satisfação em tê-la por aqui.
Tenho muita esperança que gradualmente o ser humano vá se esclarecendo e tendo acesso a conhecimentos que hoje são de poucos.
Obrigada pela visita e participação
abraços

Edinaldo Oliveira disse...

Olá,

Pois é...notei sua "revolta" rsrsrs .. quando vi o novo post, pensei que era sobre a identificação com os pais, que você falou que iria escrever algo sobre isso, ou semelhante...

Realmente me sinto um pouco frustrado: já tentaram me hipnotizar e não funcionou, um colega espirita foi tentar demonstrar lá que através da energia dele (com as mãos) ia fazer mover algo (pequeno claro, um clipe lá pendurado, afirmando que não assopraria, claro, acreditei que ele seria honesto), quando começou...nada...! Ai ele saiu dizendo que deve ser falta de "treino", pois fazia isso direto. Até acumpultura não funcionou para mim...já minha mãe falou que é uma maravilha... :(

Quanto ao fato da dedicatória, não vejo nada demais, somos um país livre, entretanto, espero que a religião fique longe do texto. O que não pode é acontecer o que aconteceu numa cidade perto da minha: a comissão ordenou que a aluna tirasse a citação religiosa, pois caso não a fizesse, teria o trabalho reprovado, resultado: o caso repercutiu demais e a universidade (federal) teve que voltar na decisão (do professor) e aceitar...pense num rolo!

Abraço,

Edinaldo

Selma disse...

Gostei muito da postagem. Quero dizer que conheço o Johrei e falo com convicção de todos os seus beneficios. Grata....

Atena disse...

Selma:
Grata pela visita e seja bem vinda.
Conheço pessoas que praticam o Johrei e também sei que funciona.
abraços

Eduardo Medeiros disse...

Atena,
muito interessante. Eu cresci vendo pregadores do meio evangélico impondo a mão em doentes e eles sendo curados. Aliás, cura por imposição de mãos era o que também fazia os discípulos de Jesus e ele próprio, muitas vezes.

Qual é o seu entendimento sobre o que de fato acontece na imposição de mãos?

beijim

Atena disse...

Edu:
Quando fiz o curso de Reiki fiquei muito cabreira com a coisa toda, mas depois percebi que o ritual todo é que tinha me feito desconfiar. Após algum tempo praticando o Reiki eu já tinha mandado pro espaço o que tinham orientado na "iniciação" (termo que me desagrada), pois percebi que a coisa funciona na base da intuição preferencialmente.
No meu entender e de muitos outros, a imposição de mãos nada mais é do que a passagem de um tipo de energia ainda desconhecida. O aplicador sente essa energia circulando no corpo e é muuuuito bom. rsrs
Que tipo de energia é? Sei lá. Muitos a explicarão pra você, mas ainda somos muito ignorantes, não podemos afirmar nada. Depois de anos e anos de estudo cheguei à conclusão de que não precisamos rotular as coisas, se as energias estão aí para serem usadas em nosso benefício, vamos aproveitar e pronto.
beijos

Eduardo Medeiros disse...

valeu, Atena, pela resposta.

beijos

Beatriz disse...

Excelente texto. Único dado a acrescentar seria: desde de sempre o espiritismo diz que isso são trocas de energias, e que qualquer pessoa pode faze-la desde que tenha boa vontade. O espiritismo nunca disse ser magia, sempre afirmou que é ciência. Até para criticar é necessário um pouco de conhecimento na área.

Atena disse...

Oi, Beatriz:
Concordamos. É claro que para criticar precisamos conhecer o assunto, por isso chamo de céticos burros aqueles que o fazem sem conhecer.
Kardek tinha o seu lado de cientista, o que certamente influenciou sua obra.
Obrigada pela visita e abraços

Elvira Silva disse...

Sou adepta de que temos energia, e essa energia pode ser canalizada, utilizada , beneficiada, e outras adas. Nada de religião ou enganação. É fato.
Falta como você disse pesquisas e estudos. Penso que assim poderá desmitificar a técnica e a prática.

Atena disse...

Buymazon:
É sempre uma alegria encontrar por aqui pessoas de mente aberta e que já estão num outro patamar de conhecimentos.
Seja sempre bem vinda.