"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Continuando a Matrix …

Antes de começar este texto sobre algumas de nossas crenças limitantes devo dizer que pode haver uma rejeição sobre parte do que vai ler, mas peço a você, leitor, que antes de dizer categoricamente que estou errada em minhas colocações, se dê um tempo para refletir.
Lembre que nossas crenças estão fortemente encravadas em nosso psiquismo o que faz com que as consideremos normais e ... corretas.
Vamos começar pela infância.
- Seja bonzinho ou obediente.
Já foi explicado que a raiva é uma emoção natural, portanto é incongruente se pedir a uma criança, que está tendo um furioso chilique, que seja boazinha. Quando passar a raiva ela se acalmará.
Quanto à obediência, a maior parte do que pedimos ou exigimos das crianças vai totalmente contra aos anseios de sua natureza na sua faixa etária, mas os adultos o fazem para sua própria conveniência.
- O estudo vem primeiro, a brincadeira depois.
Como? Toda criança deve brincar e ... estudar se sobrar tempo. Pelo menos até os 9 ou 10 anos. Eu tenho esperança que o nosso sistema de ensino algum dia vai mudar a idade para início do ensino formal (há outras formas de aprender o que precisamos para a vida e não para o Vestibular).
- Estudar para vencer na vida.
O que é vencer na vida? Ter mais posses materiais, cargos importantes ou honrarias? Quantos casos conhecemos ou já ouvimos falar de pessoas que alcançaram tudo isso e são depressivas, drogadas ou se suicidam?
Quem sabe vencer na vida não é ser feliz, saudável (principalmente da cabeça) ou bem adaptado ou realizado com o que faz?
Então vamos crescendo, já contaminados por vários conceitos de certo x errado, bom x mau e continua o torpedeamento de “princípios para bem conviver” em sociedade, ter sucesso na vida ou, no mínimo, não ser internado num hospício por ser diferente.
- Deus ajuda a quem madruga.
Existe sim um consenso que pessoa responsável e trabalhadora deve levantar cedo. Consenso que ignora completamente um ritmo biológico de todos nós: o ritmo circadiano que é diferente de pessoa para pessoa.
- A vida é uma luta, nada cai do céu.
Crescemos ouvindo isso. Incorporamos isso. Convenhamos que aí fica difícil ser feliz, não? Se tudo é difícil, precisamos nos esforçar muito para tudo e aí começam as dúvidas: será que eu posso ou consigo? As 16 horas normais de vigília vão ser suficientes para tudo que preciso fazer?
- Devemos amar pai e mãe.
Por que se eles não fizeram por onde? Amor se conquista, não se impõe. Essa crença já levou muita gente a terapias psicológicas e causa muita culpa quando a pessoa sente não amar pai ou mãe. As conseqüências são limitações de cunho emocional, psicológico e nas futuras relações amorosas.
- Sou muito gordo ou muito baixinho ou muito burro ou incompetente ou ....
Ok, limitações físicas ou mentais existem, mas cada um de nós é bom em alguma coisa. Vamos encontrá-la em vez de ficar tentando algo que está fora do nosso alcance.
- Quem ri muito hoje, chora amanhã.
Por quê? Existe lógica aí? Esta é uma crença oriunda das religiões que durante centenas de anos martelaram a cabeça dos fiéis dizendo que nascemos em pecado e precisamos ser salvos. Para isso precisamos fazer expiações (o uso do silício não é só ficção de Dan Brown – O Código Da Vinci) , sacrifícios e o prazer deve ser combatido (é coisa do diabo).
- Se acontece algo muito positivo foi graças a Deus, se fiz algo condenável foi satanás que me induziu.
Muito triste porque não reconheço minha capacidade de fazer ou trazer coisas boas para a minha vida e muito fácil atribuir minhas pisadas na bola ao tal de satanás, pois me exime da responsabilidade.
Tudo, absolutamente tudo é fruto de nossas escolhas, conscientes ou não.
- Auto-elogio é falta de modéstia ou humildade.
Que coisa mais hipócrita!!!!! Afff
Todos nós temos aqueles momentos em que nos sentimos “o rei ou rainha da cocada preta” e é ótimo que seja assim, pois isso indica momentos, pelo menos, em que a nossa auto-estima está alta.
Algumas outras crenças que também são limitantes:
- Cometer erros me incomoda muito.
- O mundo é cheio de injustiças.
- Tem coisas em mim que eu não consigo mudar.
- Muitas vezes penso que não sou bom o suficiente.
- Rico não entra no céu.
- Dinheiro é invenção do diabo.
- Homossexualismo é aberração, doença, pecado, sem-vergonhice, etc.
- Eu tento, mas não consigo. (É porque ficou só tentando, não fez)
Deu para ter uma idéia do quanto somos condicionados? E o exposto aqui foi só uma palhinha....
Desejo-lhe boas reflexões.
F6B7BDMTJH4T


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segunda-feira, 24 de maio de 2010

A Matrix de todos nós

Tenho certeza que muitos que entraram neste blog e leram os posts anteriores passaram ao largo dizendo a si mesmos: “isso não é pra mim”.
Esta é uma característica tipicamente humana – a falta de autoconhecimento ou, quem sabe, a negação de características próprias como mecanismo de defesa.
Tudo bem, não há nenhum ultimato para que todos se auto-analisem nesta vida. Haverá outras vidas para isso, mas cada ser vivente, aqui hoje, um dia chegará lá. O autoconhecimento faz parte da evolução humana.
Como o filme Matrix tão brilhantemente abordou, nós vivemos num mundo irreal. Irreal porque estamos todos hipnotizados ou condicionados pelos sistemas de crenças vigente em todo o planeta e que passam de geração para geração. Nenhuma pessoa no planeta pode afirmar que tem idéias próprias e é isenta de contaminação pelo o que os outros pensam. Estamos todos conectados, a Física Quântica já provou isso.
Estamos conectados aos nossos congêneres atuais e aos que já se foram também, pois o que nossos avós, bisavós ou antigos antepassados sabiam está contido em nosso DNA. Podemos não ter acesso consciente a esse conhecimento, mas os conteúdos lá contidos afetam a quem os carrega.
Pois bem, no transcurso das eras, a humanidade foi estabelecendo regras e criando fórmulas ou esquemas de como fazer as coisas e como conduzir-se que acabaram se transformando em sistemas de crenças.
Eu sei que muitos dirão que isso não é verdade ou não se aplica a todos. Sim, esporadicamente algum indivíduo foge ao esquema/sistema, mas ele é considerado louco ou anarquista. Jesus foi um deles – o grande anarquista. Trouxe uma mensagem totalmente nova e revolucionária para a época e você já sabe o que fizeram com ele, não?
O sistema de crenças é o que dá coerência, estabilidade, senso de realidade, organização, enfim o que modela o mundo em que vivemos.
Agora, isso não quer dizer que seja apropriado para a nossa evolução ou o mais saudável para nossas mentes. Atualmente não é saudável nem para o nosso corpo, pois, desde que alguma indústria farmacêutica teve a idéia do protetor solar, entramos numa paranóia em relação ao sol (já ouvi na TV o chamarem de assassino). Pombas, também sabemos que o sol é fundamental para a nossa sobrevivência, no entanto grande parte da população ocidental crê piamente que o sol causa câncer.
O sistema de crenças é tão incorporado à nossa existência que muitas de nossas crenças sequer são consideradas como tal. Se questionada sobre uma delas uma pessoa pode simplesmente sacudir os ombros e dizer: “mas é assim que as coisas são”.
O fato é que o sistema de crenças se perpetua por si próprio e somos todos cativos dessa prisão sem grades. O problema, o enorme problema é que muitíssimas crenças que temos são limitadoras do fantástico potencial humano.
Parem para refletir sobre todas as limitações, e também culpas, geradas pelas religiões e governos. Dá um livro!
No próximo post vamos expandir um pouco mais nossa consciência ao abordar algumas das nossas crenças limitantes.

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sábado, 22 de maio de 2010

Avaaz – por um mundo melhor

Caro leitor: recebi este e-mail da Avaaz e quero compartilhar com você por tratar-se do interesse de todos nós que vivemos no planetinha. Visite e dê a sua opinião.

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Caros amigos,
Grandes movimentos são construídos em momentos chave. A vitória da Ficha Limpa foi um momento especial onde começamos a mudar a situação da corrupção no nosso país, e acabamos gerando o maior movimento online da nossa história.
Aqui estamos – somos quase 600.000 brasileiros politicamente engajados recebendo esta mensagem. Dos milhares de emails escritos para a Avaaz na última semana, a mesma pergunta surgiu várias vezes: qual é o próximo passo?
Este é um movimento cidadão, portanto vamos decidir juntos. Clique abaixo e responda um questionário para sugerir idéias de como podemos mudar o Brasil e o mundo:
http://www.avaaz.org/questionario
A boa notícia é que não estamos sozinhos. A Avaaz é o maior movimento online *global* da história, com mais de 5 milhões de membros em todos os países do planeta. Nós operamos em 13 línguas e em apenas 3 anos, a Avaaz se tornou a rede mais poderosa de mobilização global por um mundo melhor, desde a África do Sul, até Singapura e Canadá.
O novo modelo da Avaaz de mobilização via Internet já gerou mudanças políticas significativas em vários países, trazendo uma nova voz global para negociações internacionais, em questões como mudanças climáticas, pobreza, desenvolvimento, conflitos e meio ambiente, assuntos que afetam a todos nós.
A nossa comunidade possibilita que um grande número de pessoas de todos os lugares, possa se engajar de uma forma fácil e poderosa com causas e decisões importantes. O que acontece quando você mistura uma poderosa sociedade civil brasileira com a ferramenta mais eficaz de mobilização online do mundo hoje? Mal podemos esperar para descobrir! Responda o questionário e decida:
http://www.avaaz.org/questionario
Com esperança e entusiasmo,
Graziela, Ricken, Luis, Alice, Pascal e toda a equipe Avaaz



A Avaaz é uma rede de campanhas globais de 3,9 milhões de pessoas
que se mobiliza para garantir que os valores e visões da sociedade civil global influenciem questões políticas internacionais. ("Avaaz" significa "voz" e "canção" em várias línguas). Membros da Avaaz vivem em todos os países do planeta e a nossa equipe está espalhada em 13 países de 4 continentes, operando em 14 línguas. Saiba mais sobre as nossas campanhas aqui, nos siga no Facebook ou Twitter.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A raiva e como administrá-la

raiva
Você já sentiu raiva ou tem sangue de barata?
Sim, uma coisa ou outra, porque é absolutamente humano sentir raiva.
Esta é uma das poucas emoções legítimas ou naturais do ser humano. Segundo a Análise Transacional, teoria de personalidade desenvolvida por Eric Berne, somente apresentamos cinco emoções ao nascer: raiva, tristeza, medo, alegria e prazer (emoções primárias). As demais vão sendo acrescentadas ao nosso psiquismo conforme vamos crescendo, chamadas de emoções secundárias.
Muito freqüentemente manifestamos uma emoção secundária para encobrir uma primária – verdadeira. O que motiva isso? Vivemos numa sociedade altamente falsa e hipócrita. As pessoas ditas normais não exteriorizam cem por cento o que realmente pensam ou sentem. Alguns, mais que outros, utilizam-se de mais subterfúgios para esconder e principalmente proteger seu íntimo. A Psicologia chama-os de Mecanismos de Defesa.
É apropriado que assim o façamos, pois enquanto o ser humano se considerar indefeso e desprotegido, sem assumir sua verdadeira divindade, ele necessita de recursos para se proteger.
Voltando à raiva. A despeito do que dizem os manuais de boas maneiras e as religiões, é natural e até saudável sentir raiva (ela pode ser um fator motivador para conquistas pessoais). O problema surge em como manifestamos a raiva.
Notou que no título deste post eu coloquei como administrar em vez de controlar a raiva? Porque quando você controla está se reprimindo, castrando ou numa palavra – se limitando. Limitando tudo que você é.
A raiva não deve ser reprimida, mas canalizada de forma a não prejudicar a alguém e menos ainda a si próprio. Conheço pessoas que, em seus ataques de fúria, dão socos nas paredes. Isso, além de não resolver a causa da raiva, ainda é burrice porque a pessoa fica machucada. A não ser que o dito cujo esteja com raiva dele mesmo. E acontece bastante, ah, acontece sim. Muitas vezes a pessoa que está com raiva de alguém ou de alguma coisa sabe, lá fundo, que ela própria é a responsável pela questão em causa.
A não manifestação da raiva faz com que ela se internalize, fica dentro do corpo resultando depois nas chamadas doenças ou sintomas psicossomáticos.
A depressão, segundo Louise Hay, é “raiva que a pessoa não se permite sentir” e minha experiência clínica constatou sua veracidade. A raiva não externalizada ou canalizada vai criando bloqueios energéticos - entupindo os canais energéticos do corpo  (aqueles da acupuntura) e num segundo momento sobrevém o sintoma físico ou a até mesmo a doença.
Como externalizar positivamente a raiva? Vou dar aqui algumas idéias, você pode contribuir com outras.
Bateu com o dedão do pé e está com vontade de gritar? Grite, então, xingue o objeto que lhe causou a dor, diga palavrões (se puder). Isso ajuda a desopilar, vai por a raiva para fora.
Você está na empresa onde trabalha e acabou de receber uma “regada” do chefe ou desaforos de algum cliente: o mais rápido que puder, vá ao toalete, peque um bom maço de papel-toalha e comece a torcê-lo, mas com toda a força que tiver. Até ficar cansado. Por que dá certo? Porque quando ficamos com raiva aumenta a concentração de adrenalina no corpo e ao se fazer um exercício físico forte haverá descarga de endorfinas que produzem a sensação de bem estar.
Então, quando com raiva, procure fazer qualquer exercício físico forte, depois se sentirá melhor
Cada um tem o seu jeito singular de se expressar, pode ser caminhar bastante, berrar ou correr. Todos valem desde que façam a pessoa descarregar a raiva. Que proporcionem aquela sensação de : ufa, passou...
Você está com raiva porque não disse o que aquela criatura merecia ouvir? Procure então se analisar e ver se o que está lhe faltando não é um nível maior de assertividade.
É bastante comum aquele tipo bonzinho, sempre correto, que não manda ninguém à m..... ser um poço de raivas interiorizadas. Lembre: a raiva é como lava de vulcão, um dia vai sair por algum lugar, procure não deixar que seja adoecendo seu corpo.
Enfim, você é muito raivoso? Então vá se tratar. Faça uma psicoterapia, pois a cada vez que tem um ataque de raiva de cinco minutos, baixa pela metade no seu corpo o nível de uma substância que contribui com a qualidade do seu sistema imunológico.
Pense nisto.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Alma dos Diferentes (Artur da Távola)

Leiam o que recebi por e-mail e que exemplifica com perfeição o que postei anteriormente (nada como ter o dom da palavra).

Dedico este texto abaixo a todos os diferentes que entrarem nesta página.

... Ah, o diferente, esse ser especial!

Diferente não é quem pretenda ser.

Esse é um imitador do que ainda não foi imitado, nunca um ser diferente.

Diferente é quem foi dotado de alguns mais e de alguns menos em hora, momento e lugar errados para os outros.

Que riem de inveja de não serem assim.

E de medo de não agüentar, caso um dia venham, a ser.

O diferente é um ser sempre mais próximo da perfeição.

O diferente nunca é um chato.

Mas é sempre confundido por pessoas menos sensíveis e avisadas.

Supondo encontrar um chato onde está um diferente, talentos são rechaçados; vitórias, adiadas; esperanças, mortas. Um diferente medroso, este sim, acaba transformando-se num chato.

Chato é um diferente que não vingou.

Os diferentes muito inteligentes percebem porque os outros não os entendem.

Os diferentes raivosos acabam tendo razão, sozinhos, contra o mundo inteiro.

Diferente que se preza entende o porquê de quem o agride.

Se o diferente se mediocrizar, mergulhará no complexo de inferioridade.

O diferente paga sempre o preço de estar - mesmo sem querer – alterando algo, ameaçando rebanhos, carneiros e pastores.

O diferente suporta e digere a ira do irremediavelmente igual: a inveja do comum; o ódio do mediano.

O verdadeiro diferente sabe que nunca tem razão, mas que está sempre certo.

O diferente começa a sofrer cedo, já no primário, onde os demais de mãos dadas, e até mesmo alguns adultos por omissão, se unem para transformar o que é peculiaridade e potencial em aleijão e caricatura.

O que é percepção aguçada em: "Puxa, fulano, como você é complicado".

O que é o embrião de um estilo próprio em: "Você não está vendo como todo mundo faz?

O diferente carrega desde cedo apelidos e marcações os quais acaba incorporando.

Só os diferentes mais fortes do que o mundo se transformaram (e se transformam) nos seus grandes modificadores.

Diferente é o que vê mais longe do que o consenso.

O que sente antes mesmo dos demais começarem a perceber.

Diferente é o que se emociona enquanto todos em torno agridem e gargalham.

É o que engorda mais um pouco; chora onde outros xingam; estuda onde outros burram.

Quer onde outros cansam. Espera de onde já não vem. Sonha entre realistas.

Concretiza entre sonhadores.

Fala de leite em reunião de bêbados.

Cria onde o hábito rotiniza.

Sofre onde os outros ganham.

Diferente é o que fica doendo onde a alegria impera.

Aceita empregos que ninguém supõe.

Perde horas em coisas que só ele sabe importantes.

Engorda onde não deve.

Diz sempre na hora de calar.

Cala nas horas erradas.

Não desiste de lutar pela harmonia.

Fala de amor no meio da guerra.

Deixa o adversário fazer o gol, porque gosta mais de jogar do que de ganhar.

Ele aprendeu a superar riso, deboche, escárnio e consciência dolorosa de que a média é má porque é igual.

Os diferentes aí estão: enfermos, paralíticos, machucados, engordados, magros demais, inteligentes em excesso, bons demais para aquele cargo, excepcionais, narigudos, barrigudos, joelhudos, de pé grande, de roupas erradas, cheios de espinhas, de mumunha, de malícia ou de baba. Aí estão, doendo e doendo, mas procurando ser, conseguindo ser, sendo muito mais.

A alma dos diferentes é feita de uma luz além.

Sua estrela tem moradas deslumbrantes que eles guardam para os pouco capazes de os sentir e entender. Nessas moradas estão tesouros da ternura humana. De que só os diferentes são capazes.

Não mexa com o amor de um diferente. A menos que você seja suficientemente forte para suportá-lo depois.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Você se sente diferente?

Ou os demais o consideram diferente?
Continuando nosso tema da auto-estima, vamos falar hoje sobre “os diferentes”.
Lembro que na minha adolescência e início da juventude me senti muitas vezes como se fosse um bicho raro em exposição numa jaula ou gaiola. Sofria por causa disso.
Na época eu não tinha muita consciência do fato, mas eu “sempre fui diferente”. Hoje me considero privilegiada por ser assim.
Bom, mas este blog não é para falar de mim e sim responder dúvidas e questões que as pessoas me propõem. Então vamos adiante.
Caro leitor: na infância foi perseguido ou ridicularizado na escola?
Como adolescente não conseguiu fazer parte de nenhum grupo ou fez parte do grupo dos diferentes?
Sentia-se feio ou desengonçado ou tímido ou incompreendido?
Hoje, como adulto, não consegue se inserir no sistema ou ser aceito por ele?
Porque você tem idéias muito diferentes dos outros, sente que está errado?
Não, não está!
Tenho boas notícias para você.
Você é incompreendido, insultado, rejeitado e outros “ados” porque as pessoas têm medo de você.
Os diferentes deixam as pessoas desconfortáveis porque, de alguma forma, eles acionam o botão da auto-análise. Em grande parte da humanidade tal botão está muito bem escondido no HD interno (o psiquismo).
As pessoas comuns vêm o diferente como aquele que tem a coragem de dizer ou fazer algo que eles não têm. Ou seja, se o fulano mostra coragem e eu não, então sou menos do que ele. Entendeu?
Voltamos à questão da auto-estima. Você, diferente, se sente menor ou errado porque não é como os outros e os outros se sentem assim quando o encontram porque não se sentem corajosos como você. Claro que esses sentimentos, na maior parte das vezes, são inconscientes.
A humanidade sente-se tão desconfortável com o que se apresenta fora do padrão que até inventou a Curva de Gauss.
Em Psicologia, utilizando-se a Curva de Gauss, as pessoas são catalogadas em termos de normalidade ou inteligência em categorias: Inferior. Médio Inferior, Médio, MédioSuperior e Superior. Aff...
Os diferentes deste mundo sempre se queixaram de assim o ser e conta-se, aos trilhões, as vezes em que exclamaram: “por que não sou igual a todo mundo?”
Bem, a resposta é simples: porque se fossem como todo mundo a humanidade não estaria no atual patamar de avanço civilizatório. São os diferentes que mudam o mundo – para melhor. Infelizmente para pior também: considere-se Hitler.
Leia um pouco de História que encontrará os diferentes que se destacaram nas mais diversas áreas do conhecimento humano: artes, ciências, filosofias, etc. Não estou querendo dizer que você, por ser diferente, também vai se destacar como um Einstein, mas posso afirmar com certeza: alguma coisa você tem a acrescentar ao nosso saber, pois estamos aqui, todos, para isso – contribuir para a Experiência Humana.
Muitas vezes você pode ser o seu pior inimigo!
Seja sempre quem você é, mesmo diferente, e Tudo que Você É.
Isso tudo não parece um jogo insano? He, he, he...
Esse é o ser humano: paradoxal e muitas vezes incongruente e irracional, mas ainda não conheci invenção mais maravilhosa. Declaro aqui minha absoluta paixão incondicional pela humanidade.