"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

sábado, 24 de setembro de 2011

O que mudou no mercado de trabalho?

Feitor

Continuamos hoje a falar sobre trabalho. O que mudou nestes últimos tempos?

Já em meu primeiro emprego, como psicóloga em uma empresa, chamou-me a atenção a maneira como o empresário e seus subordinados em cargos de chefia tratavam os funcionários. Eu via desrespeito, perseguições, exploração (horas extras não remuneradas)) e apesar disso me era solicitado trabalhar para conseguir que os funcionários “vestissem a camiseta da empresa”.

Essa era a realidade, quando me formei, e ainda o é atualmente, hoje mais restrita a empresas comandadas por empresários de pouca cultura e/ou pouca inteligência.

Durante muitos anos como psicóloga e mais tarde como consultora autônoma em RH, sempre me vi como “pára-choque” entre os funcionários reclamando (com razão) da maneira como eram tratados e as chefias ou dono da empresa que queriam competência e produtividade, mas não abriam mão de um comando autoritário e desumano.

Já é antiga a frase: “o principal capital de uma empresa é o capital humano”. Frase de efeito muito citada por empresários quando em frente às câmeras de TV, porém que fica só da boca pra fora.

Bom, mas parece que após tanto tempo de existência da Administração como ciência, finalmente bons e inteligentes empresários estão dando a devida importância ao seu capital humano. Sinal dos novos tempos onde a consciência está aumentando, pois tratar funcionários com dignidade e respeito é sinal de consciência mais evoluída.

Atualmente já podemos ver na mídia exemplos de empresas que propiciam a seus funcionários creche para os filhos, salas para condicionamento físico, horários de entrada flexível, serviço de atendimento psicoterapêutico, promoções por mérito, qualificação profissional, etc.

Certamente ainda são poucas dentro do imenso número de empresas que existem e ainda, vez por outra, aparece na mídia casos de trabalho quase escravo, como recentemente foi flagrado em São Paulo.

Vivemos, desde que existe o trabalho remunerado, num círculo vicioso cruel: pessoas precisam de emprego para se sustentar e às suas famílias, empresários, sabendo disso, tratam seus funcionários conforme sua ganância e desumanidade lhes dita porque crêem que seus funcionários não pedirão demissão.

Além de gananciosos e desumanos – burros! Sim, porque é burrice não reconhecer que pessoas contentes com sua empresa e/ou chefias trabalham com maior motivação e são mais produtivas.

A mudança que estamos observando hoje nas empresas provavelmente é devida a essa nova geração de trabalhadores – a geração Y. Essa meninada, diferentemente de seus antecessores, não permanece num emprego que considere ruim seja por ser maltratado ou por não ver perspectivas de crescimento funcional e/ou profissional. Eles “chutam o balde” mesmo e trocam de emprego sem maiores pruridos de consciência, até porque boa parte deles conta com o respaldo dos pais (também chamada de geração canguru).

Tendo respaldo ou não, meus parabéns a essa geração porque estão mudando um comportamento anacrônico dos “patrões”.

Os empresários estão se dando conta que pessoas são um fator competitivo e estão disputando os melhores profissionais. Estão “descobrindo” que precisa haver sintonia entre a empresa e os funcionários e que no gerenciamento de pessoas é preciso primeiro escutá-las.

Este é o novo cenário no mercado de trabalho, mas para que se torne generalizado é preciso que os trabalhadores, os funcionários também façam a sua parte, desenvolvendo suas consciências, reivindicando melhor tratamento e mudanças laborais, mas sendo comprometidos com seu trabalho e sua empresa quando atendidos em suas solicitações.

Uma nova era laboral se vislumbra, mas tem que haver ações e atitudes de ambas as partes, patrões e empregados.

Imagem: historiaemaulas.blogspot.com

Este blog foi criado para você, leitor. E só saberei se você está satisfeito se comentar os posts, ou então, pergunte, questione e sugira temas ou modificações.

14 comentários:

Nestor - Segurança do Trabalho nwn disse...

Essa mudança no mercado de trabalho, acontece apenas em algumas empresas, tem muito empregador que ainda pensa que o funcionário só precisa de salário. Não acordaram para a realidade que é a seguinte: "Funcionário satisfeito rende mais e é mais motivado", essa é a frase chave desse belo texto!

Atena disse...

Sim, Nestor, você confirma o que falei no texto: muitos ainda precisam mudar.
Obrigada pela visita e abraços

Anônimo disse...

O que mudou na verdade e tem como observar e muito bem, é a forma de entreter os funcionários, no final, continuam sendo trabalhadores obedientes... pois estão escravos dos Bancos e das Dívidas, além do sistema atual que não deixou outra saída, além das Escolas que hoje, fabricam trabalhadores e não pensadores.

Atena disse...

Anônimo:
Concordo com você que, no atual andar da carruagem, as pessoas ainda são escravas do bancos e das dívidas. Contudo estou a ver mudanças positivas no mercado de trabalho (pela primeira vez desde que me formei)e quanto a continuar sendo trabalhadores obedientes, faz parte do sistema (criado por nós mesmos - os humanos), afinal nem todos podem ser ou têm condições de serem empreendedores.
abraços

Unknown disse...

Você recebeu o link que lhe enviei??

Atena disse...

Oi, Duvendas:
Sim, inclusive já visitei o site.

Anônimo disse...

gostei,alias gosto do que escreve!
bis, bis

Anônimo disse...

Oi, tudo bem? Espero que sim! =D
Bom, eu gostaria de deixar uma sugestão... Seria muito legal se vc colocasse o número de páginas em seu blog. Tipo: 1 2 3 4 5...
É que eu pretendo ler todo o seu blog e acredito que muitas pessoas também. Ficar clicando em "Postagens mais antigas" até chegar na que eu gostaria eu fico meio perdida... =(
Tipo assim: Se eu já li os posts da página 5, no dia seguinte, eu vou logo para a página 6. É apenas uma ideia, tá? Um abraço. Tou amando aqui! =D

Atena disse...

Olá, Anônima:
Bem, eu não sei como colocar n°de páginas, mas a ideia é boa e vou pesquisar como fazer isso.
Fico contente em ter uma leitora tão interessada. Como você se chama?
abraços

Atena disse...

Anônima:
Procure na barra lateral, logo abaixo de marcadores. Foi o máximo que pude fazer. rsrs

Anônimo disse...

Realmente assim ficou mais fácil! Agora posso ler tudinho sem me perder. Obrigada!
A propósito, meu nome é Andrea.
Um abraço! =D

Atena disse...

Seja bem vinda, Andrea.
abraços

simone disse...

Puxa eu estava pesquisando sobre a geração canguru e me deparei com o seu blog, você é a primeira pessoa que vejo percebendo essa mudança de forma positiva, adorei seu texto, sou professora e vejo essa geração dessa forma e não apenas como um bando de folgados, essa mudança ainda não está sendo percebida pela maioria das pessoas, um dos maiores problemas que percebo é a falta de preparo da sociedade em lidar com as novas necessidades criadas por essa geração, acredito que será sofrido o embate entre o modelo de "bom trabalhador" e as perspectivas que se apresentam.Um abraço, parabéns pelo seu blog.

Atena disse...

Pois é, Simone, essa geração está dando dor de cabeça aos empresários desumanos retrógrados. Muitos desses jovens são índigos (na barra lateral tem texto sobre eles) e eles têm toda uma nova maneira de pensar.
Concordo quando diz que a sociedade não está preparada para lidar com esses jovens. Seria muito bom que todos os professores se informassem sobre os índigos, pois aprenderiam a interagir com eles.
Seja muito bem vinda e obrigada pela visita
abraços