"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Arrepender-se tarde demais

Arrependimentos

Bronnie Ware, é uma cidadã americana com um site na internet e página no Facebook. Dotada de um especial dom de apreciar a vida e crer nas pessoas traz esta matéria que compartilho com vocês.

Notem nos pontos 3 e 5 a presença da máscara.

“Por muitos anos eu trabalhei em cuidados paliativos. Meus pacientes eram aqueles que tinham ido para casa para morrer. Alguns momentos incrivelmente especiais foram compartilhados. Eu estava com eles nas últimas três a doze semanas de suas vidas.

As pessoas crescem muito quando são confrontadas com sua própria mortalidade. Eu aprendi a nunca subestimar a capacidade de alguém para o crescimento. Algumas mudanças foram fenomenais. Cada um experimentou uma variedade de emoções, como esperado, a negação, medo, raiva, remorso negação, e, eventualmente, mais aceitação. Cada paciente encontrou sua paz antes de partir, porém, cada um deles, quando questionados sobre algum arrependimento que tinham ou qualquer coisa que fariam diferente, temas comuns vieram à tona novamente e novamente. Aqui estão os cinco mais comuns:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida verdadeira para mim e não a vida que os outros esperavam de mim.

Este foi o arrependimento mais comum. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás, é fácil ver como muitos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não tinha honrado a metade dos seus sonhos e morreram sabendo que era devido às escolhas que fizeram ou deixaram de fazer.

É muito importante tentar realizar pelo menos alguns de seus sonhos ao longo do caminho. A partir do momento que você perde a sua saúde, é tarde demais. Saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que já não a tem mais.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.

Isto veio de todos os pacientes do sexo masculino que eu acompanhei. Eles perderam o crescimento de seus filhos e o companheirismo da parceira.

As mulheres também citaram este arrependimento, mas como a maioria era de uma geração menos recente, muitas das pacientes do sexo feminino não tinham sido chefes de família. Todos os homens que eu acompanhei se arrependeram profundamente de passar tanto tempo da sua vida com foco excessivo no trabalho.

Ao simplificar o seu estilo de vida e fazer escolhas conscientes, ao longo do caminho, é possível não ter que precisar de um salário tão alto quanto você acha. E criando mais espaço em sua vida, você se torna mais feliz e mais aberto a novas oportunidades, mais adequado ao seu novo estilo de vida.

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

Muitas pessoas resguardaram seus sentimentos para manter a paz com os outros. Como resultado tiveram uma existência medíocre e nunca se tornaram quem eram realmente capazes de ser. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ao ressentimento que carregavam como resultado.

Nós não podemos controlar as reações dos outros. No entanto, embora inicialmente as pessoas possam reagir quando você muda a maneira de falar, sendo honesto, no final a relação fica mais elevada e saudável. Se não ficar, é um relacionamento que não vale a pena manter. Você ganha de qualquer maneira.

4. Eu gostaria de ter ficado em contato com meus amigos.

Muitas vezes os pacientes terminais não percebiam os benefícios de ter por perto antigos e verdadeiros amigos até a semana da sua morte, e nem sempre foi possível encontrá-los. Muitos haviam se tornado tão centrados em suas próprias vidas que tinham deixado amizades de ouro se diluírem ao longo dos anos. Havia muitos arrependimentos por não dar atenção a essas amizades da forma como mereciam. Todos sentem falta de seus amigos quando estão morrendo.

É comum que qualquer um, em um estilo de vida agitado, deixe escapar amizades, mas quando você se depara com a morte se aproximando os detalhes caem por terra. Não é dinheiro, não é status, não é posse. Ao final, tudo se resume ao amor e relacionamentos. Isso é tudo o que resta nos dias finais: amor.

5. Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz.

Este é surpreendente. Muitos não perceberam, até ao final da sua vida, que a felicidade é uma escolha. Eles haviam ficado presos em velhos padrões e hábitos. O chamado “conforto”. O medo da mudança os fazia fingir para os outros e para si mesmos, enquanto lá no fundo ansiavam rir e ter coisas alegres e boas na vida novamente.

Vida é uma escolha. A vida é SUA. Escolha com consciência, com sabedoria, com honestidade. Escolha ser feliz.”

Dá para pensar, não é?

Fonte: http://www.inspirationandchai.com/

Imagem: pablo.deassis.net.br

Este blog foi criado para você, leitor. E só saberei se você está satisfeito se comentar os posts, ou então, pergunte, questione e sugira temas ou modificações.

7 comentários:

Beth Muniz disse...

Olá querida,
Belo texto.
A Bronnie Ware tem razão.
Trabalhei durante anos em Unidades Coronarianas em três hospitais do Rio de Janeiro. Durante as plantões pude colher impressões deste tipo, especialmente nos pacientes do sexo masculinos. As mulheres, ao contrário, encaravam a possível proximidade da morte com mais serenidade, e não sei não sei bem os porquês.
E o que é mais impressionante: Este tipo de reação interferia diretamente no tratamento e recuperação, visto que não eram doentes considerados terminais.
O engraçado é que nestas situações a maioria mudam de comportamento e saem mais humanos. Outros não. Vá entender...
Então, pude perceber que a melhor coisa que eu tinha a fazer era buscar ser feliz para o caso de ter que passar por aquela situação de total impotência diante da vida.
Creio que estou conseguindo...
Vou caminhando e cantando...
Beijo e bom final de semana.
Fui!

Atena disse...

Querida Beth:
Que experiência a sua, não?
Achei ótimo você ter mencionado a postura dos pacientes terem influenciado o tratamento. Só vem a confirmar o que eu venho dizendo aqui no blog: as crenças determinam a nossa vida em diferentes circunstâncias. As crenças originam o que pensamos e os pensamentos se refletem nos sentimentos e emoções e estes últimos têm conseqüências no corpo. Creio que já ouviu falar em somatizações, não? É por aí.
Quanto a alguns se tornarem mais humanos e outros não vai depender da percepção de cada um e também da capacidade de tirar aprendizado das experiências ou não. O bicho homem é sempre uma caixinha de surpresas. rsrs
Obrigada pela visita e excelente comentário.
Grande beijo e ótimo fim de semana pra você também

Anônimo disse...

Eu penso que todos nós temos a noção de todos os pontos referidos. No entanto, por mais que digamos isso a nós mesmos, ou mesmo escrevamos sobre o assunto, parece-me que o fazemos como quem discute uma filosofia. Como não fosse exactamente para fazer. É algo a longo prazo.

Acho que isso acontece porque a nossa visão da morte é longínqua. Abstrata.

Abraços

Cidadão Araçatuba disse...

E como dá!
Porque será que toda a literatura existente e com base no conhecimento por nós adquirido, muitos de nós ainda não mudaram? Querem ser alguém que não são, mesmo sabendo que sendo como são estão errados! Precisam chegar a beira da morte para se arrepender?
Fica a pergunta!
Excelente texto!
Acompanhei minha irmã que acometida de um câncer no cérebro faleceu há 7 anos atrás. Tudo que pedia, era que ela não morresse enquanto eu estivesse com ela no quarto. Não fui atendido! Revezávamos nessa tarefa todos os dias; eu, minha mãe e minha outra irmã, fiquei sem entender algumas coisas até hoje...
Como nossa existência deixa lacunas não é?
Abração!

Atena disse...

Cidadão:
Mudar é difícil, vai de encontro a "n" barreiras internas nossas. Sistema de crenças, mecanismos de defesa, medo do desconhecido, etc.
A maioria sente que, embora esteja sofrendo, está num terreno conhecido. Se mudar, o que poderá acontecer??? rsrs É por aí.
Deve ter sido muito difícil a experiência pela qual passou, espero que já tenha se recuperado.
abração

Atena disse...

Prasetyo:
Thanks.
I made comments at your blog.
greetings

Atena disse...

Letitia:
Desculpe a demora em responder, mas o Blogger fez das suas e seu comentário só apareceu hoje.
É típica do ser humano essa característica que você citou (empurrar com a barriga, como dizemos aqui).
Agora, o motivo maior das pessoas não mudarem é porque têm medo da mudança, ela incomoda e causa tensões.
Obrigada pela participação e abraços