"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

sábado, 16 de outubro de 2010

Entendendo nosso vulcão interno: as emoções

vulcao

Diga a verdade: você entende suas emoções? Convive bem com elas?

Mais ou menos, não é?

Quando precisa, quando a situação o exige é capaz de controlar suas emoções?

Tema complicado, não?

São tantas as questões que se colocam quando se trata de emoções, tantas dúvidas e perplexidades sobre a nossa dificuldade em manejá-las.

Fala-se muito atualmente em Inteligência Emocional. Isso não existe. O que existe é saber gerenciar as próprias emoções e isto não tem nada a ver com inteligência e sim com intenção, em primeiro lugar, depois auto-análise e por fim a prática, o treino do gerenciamento, ou seja, como administrar as emoções.

É difícil gerenciar nossas emoções porque tal qual um vulcão, elas explodem repentinamente. Essa erupção, via de regra totalmente inesperada, nos pega desarmados para fazer frente ao que emerge de nosso íntimo; seja um tremor nas pernas ao ver o ser amado ou a fúria que nos cega no trânsito caótico.

Eu acho muito engraçado quando vejo alguém se gabando de estar sendo totalmente racional, numa discussão por exemplo. Essa pessoa pode estar sendo mais racional que a/s outra/s, mas não totalmente racional porque isso ela não pode ser.

Muitas vezes o ser humano é definido como um ser pensante, na realidade somos seres altamente emocionais. Uns mais outros menos. Uns escondem melhor suas emoções, outros são mais descontrolados, mas somos todos absolutamente emocionais.

Um bebê recém nascido já manifesta emoções e é bem interessante observar que ele o faz com o corpo todo. Observe um bebê chorando quando está com fome ou dor, ele contrairá e esticará braços e pernas, seu tórax e barriga se comprimem e expandem. Ele usa todo o corpo para manifestar sua bronca.

Ao nascermos sentimos somente as emoções ditas autênticas ou primárias: prazer, alegria, tristeza, medo e raiva.

À medida que vamos crescendo começamos a utilizar disfarces para encobrir nossas reais emoções porque já observamos que algumas vezes não fomos bem sucedidos ou apreciados ao demonstrá-las. Por exemplo: muitas pessoas sentem vergonha por demonstrar tristeza, então a substituem por depressão ou ansiedade, etc.

Tais disfarces podem ser: desespero, ódio, ressentimento, mágoa, ciúme, inveja, orgulho, impaciência, depressão, ansiedade, angústia, inadequação, culpa, vergonha, confusão, preocupação, desconfiança, etc. (alguns são emoções e outros são sentimentos).

Então, vamos entender um pouco mais o assunto.

Primeiramente vamos diferenciar emoções de sentimentos.

Emoção é uma reação afetiva de grande intensidade e curta duração, acompanhada, no plano objetivo, de manifestações corporais (suor, palpitações, enjôo, tremores, etc.).

Sentimento é um estado afetivo, geralmente de caráter prolongado, que não se caracteriza por manifestações corporais ou vegetativas.

Uma emoção é sempre provocada por um estímulo externo. Ela pode ter efeitos organizadores e desorganizadores sobre o comportamento.

Às Emoções que têm efeito organizador chamamos :

Emoções Positivas

Amorpassional

Euforia

Ternura

Prazer

Paixão

Exaltação

Às Emoções que têm efeito desorganizador chamamos:

Emoções Negativas

Medo

Raiva

Desespero

Tensão

Angústia

Ansiedade

As Emoções são determinadas pelos nossos fatores internos: crenças, medos, estrutura de ego, memórias, constituição genética, etc.

Nós não podemos eliminar as nossas emoções, mas podemos aprender a administrá-las. O maior ou menor sucesso nesta tarefa vai depender de nosso tipo de personalidade e do esforço que fizermos para tanto. É uma tarefa fácil? Não, contudo, como tudo o mais em nossa vida, é treinável!

Primeiro vem a intenção de gerenciar as nossas emoções. Sem a intenção não conseguimos sucesso em nenhum empreendimento. Intenção implica em vontade, mas não é a mesma coisa. Quando manifestamos intenção nós partimos para a ação.

A seguir: auto-observação e auto-análise. Durante muitos anos trabalhei com seleção de pessoal e observei que as pessoas que se conheciam mais se saiam melhor nas entrevistas. Auto-análise é fundamental para uma pessoa ter mais sucesso em várias áreas da vida Procurar compreender porque age assim ou assado; em que momentos a emoção da raiva, por exemplo, se manifesta e muitas vezes bota tudo a perder. Por que não toma uma atitude necessária? Aí existe um medo. Medo do quê? E por aí vai.

Finalmente partimos para o treino do gerenciamento que continuaremos no próximo post.

Imagem:http://www.informenoticia1.com/?p=11312

Este blog foi criado para você, leitor. E só saberei se você está satisfeito se comentar os posts, ou então, pergunte, questione e sugira temas ou modificações.

11 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom o post. houve uma época da minha vida que eu achei que a culpa pelo estado insatisfatório da minha vida eram as minhas emoções.srsrsrs.

Mas descobri que que eu apenas não sabia como lidar com elas...


Agora estou aprendendo.

Ahh fiz outro blog

Quem quiser visite:

http://minhasvivnciasnopathwork.blogspot.com/

Atena disse...

Florzinha:
Parabéns pelo novo blog.

Anônimo disse...

Atena, show de bola! Há alguns anos enfrentei, com ajuda profissional e da minha família (graças a Deus!), uma crise de depressão, desencadeada pela minha inabilidade racional de lidar com minhas emoções. Meu corpo era o terreno propício para somatização de doenças. Terrível. Hoje estou bem. O que você escreveu me ajuda a entender o que se passou comigo. Obrigado! Lísias.

Eduardo Medeiros disse...

Atena, você nos proporciona uma verdadeira aula sobre emoções!!

auto-análise creio, é uma das coisas mais difíceis de fazer. Você parar na hora que sentiu aquela emoção negativa e criticar a si próprio e tentar ver por que agimos assim e por que devemos mudar. Foi fazendo isso que eu me livrei de um ciúme doentio que eu tinha.

valeu.

Atena disse...

Lísias:
Eu é que agradeço sua participação e fico muito feliz em poder ajudar de alguma forma. Este é o objetivo do blog.
No próximo post tem mais.

Atena disse...

Edu:
O auto-julgamento é tão forte no ser humano que você, ao invés de usar o termo analisar usou criticar.Veja bem, jamais se julgue, ao invés, procure entender suas emoções e o atos consequentes. Se nos julgarmos continuaremos com problema de auto-estima, o que é péssimo.

Anônimo disse...

Oi Atena.
Seu post está na Teia .
Até .

Eduardo Medeiros disse...

Atena, usei a palavra "criticar" não no sentido negativo da crítica pela crítica, mas da crítica que analisa, que pondera, que compara. OU seja, alguém crítico como alguém que não é alienado a certas questões. Mas mesmo assim, não teria nenhum problema em me criticar se eu achasse que fiz algo reprovável, pois este crítica só viria como consequência daquela.

abraços

Marcio Alves disse...

ATENA

Parabéns mais uma vez, pela excelente aula de psicologia!

Como seu texto todo está brilhante, resta lhe fazer uma perguntinha: Porque a paixão é colocada por você na lista das emoções positivas?

Pois penso eu, que as emoções positivas são todas aquelas que aumentam nosso potencial, já as negativas são as que diminuem nosso potencial, partindo desta premissa, eu considero a paixão uma emoção negativa, pois sempre o ser apaixonado é passivo ao outro.

Abraços

Atena disse...

Edu:
Entendido. Também considero a crítica, neste sentido, como algo positivo.
abração

Atena disse...

Marcio:
Essa paixão entre duas pessoas seria mais o amor passional, já a paixão é em relação a outras coisas, como paixão por um ideal ou um sonho a ser realizado. A paixão faz com que nos dediquemos, persigamos nosso ideal ou sonho. Por aí...
Contudo mesmo a paixão por outra pessoa não é uma emoção negativa em si mesma. Se o ser apaixonado se torna passivo ao outro é devido a outras causas, conteúdos internos, provavelmente inconscientes.
Se não concordar, continue questionando.
grande abraço