"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Nova Era e esoterismo

NovaEra
Quando morava em Brasília, certa noite eu e minha filha vimos um rastro de luz no céu e no dia seguinte, através do noticiário, fiquei sabendo que metade da cidade também tinha visto o que foi comunicado como um avistamento de Ovni.
Já tinha algum interesse pelo assunto e esse fato aguçou minha curiosidade pelos chamados ETs. Portanto quando, já em minha cidade, fui convidada para uma palestra sobre ETs fui toda curiosa ao evento.
Para minha surpresa a palestra não foi sobre extraterrestres e sim sobre espiritualidade. A palestrante canalizava um ser oriundo de Metaria, seja lá onde for que fique isso. Logo ao chegar já me impressionou a energia que senti no local – senti-me muito bem. Durante a palestra senti muito amor vindo daquele ser que estava sendo canalizado.
Este foi o início de minhas experiências no chamado Movimento da Nova Era.
Após tal palestra, durante 4 anos, aproximadamente, tive estreito contato com um grupo de pessoas realmente extraordinárias, pelas qualidades de amor, amizade, humanidade, desprendimento e altruísmo e também por serem, muitas delas, totalmente “viajantes na maionese”.
Sucederam-se encontros holísticos (que foram maravilhosos em todos os sentidos) e alguns rituais, inclusive xamânicos, nos quais me sentia bastante desconfortável e às vezes ridícula. O problema é que nunca gostei, e continuo não gostando, de rituais. Não julgo as pessoas que os apreciam, mas os rituais em si me causam uma vontade de sair correndo. Hoje eu sei por quê.
No meu afã de encontrar a Divindade eu acabava indo a tais rituais para ver se eu “melhorava” ou melhor dizendo se, de repente, naquele dia despertaria em mim a comunicação com o “outro lado”. Afinal de contas, quase todos com os quais eu interagia tinham visões de outras realidades e alguns se comunicavam com seres extrafísicos e eu – nada! Sentia-me como se fosse aleijada, faltando-me uma parte que os demais possuíam.
Foram anos incríveis e dolorosos também. Incríveis porque nos encontros de canalizações eu me sentia nas nuvens tal o amor que permeava tais reuniões. Dolorosos porque junto com meu despertar interno, com muita, mas muita auto-análise, tendo de fazer face ao meu lado sombrio, também percebi naquelas pessoas que conheci alguns egos gigantescos, vaidades e muita puxação de saco dos canalizadores. Aff
Também percebi, com exceção de alguns poucos, que estavam mais interessados no aspecto fenomenológico: ver, sentir, ouvir coisas fora do normal desta prosaica terceira dimensão. Não que eu também esporadicamente não tivesse minhas “visões” e sentisse energias que até então nunca havia sentido, mas tais manifestações não me impressionavam ou deixavam vaidosa, pelo contrário, eu ficava sempre me perguntando se também não estaria “viajando”.
De lá para cá 15 anos se passaram e continuo vendo outras pessoas ainda fascinadas pelo fenômeno, por rituais, por objetos de poder (como se objetos tivessem poder), cristais, mandalas, mudras, danças , e etc., etc.
Não estou dizendo que tudo isso é besteira, mas são apenas instrumentos para despertar o nosso lado místico e sensitivo, não são o caminho para chegar ao Deus interior.
O Deus interior é alcançado através de duro e contínuo trabalho interno:
- autoconhecimento,
- amar-se totalmente,
- desfazer-se das crenças limitantes,
- desenvolver a compaixão (aceitar o outro como ele é e aceitar o que ele faz),
- eliminar o dualismo
- sentir (na enésima potência),
- eliminar o medo (se eu sou Deus também, terei medo do quê?).
Acho que estou esquecendo alguma coisa, mas o exposto é o principal. E deu para perceber que alcançar tal maestria não é tarefa nada fácil. É contínua e constante auto-observação e auto-análise (sem julgamento). E isso é difícil, muito difícil.
Então, ser esotérico ou Nova Era ou espiritual não é necessariamente o Caminho para Ele/Ela. O Uno, Tudo que É, a Fonte, o Criador. Até porque os tempos mudaram, atualmente vivemos numa nova energia onde antigos parâmetros não funcionam mais.
A humanidade está mudando e se ela muda a Divindade também muda porque fazemos parte Dela. O Deus de Abraão mudou há muito tempo e o da Nova Era também já mudou e continuará mudando. Há que expandir-se a consciência para poder perceber e acompanhar as mudanças.
Imagem:http://adparqueribeiraopreto.com.br/2010/02/nova-era/
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10 comentários:

Anônimo disse...

Adorei Atena!!

Concordo com tudo o que voc~e disse sobre como alcançar o Deus interior.

Eu honestamente nunca me interessei muito por Ets. srsrs. é que eu sempre procurei por algo pratico. Algo que eu realmente pudesse aplicar na minha vida.

Por isso eu adoro o pathwork ele vai diretamente nesses pontos que voc~e mencionou.

Beijos!!!

Anônimo disse...

Gostaria de comentar só mais uma coisa:

Eu sempre tive certa resistencia nessa coisa de que sentir era realmente benefico porque sempre associei sentir a medo, ansiedade.

Engraçado que eu não associava sentir a intuição e outras coisas positivas. Associava apenas a emoções negativas. Por isso tinha muita resistencia a sentir. Agora melhorou um pouco. o pathwork me ajudou a entender melhor as emoções. srsrsrs

Atena disse...

Luciana:
A humanidade traz o medo de sentir de outras vidas, pois já passamos por maus pedaços nesta área dos sentimentos.
Esses medos são inconscientes, daí a gente não se dar conta deles.
Fico contente que o Pathwork esteja lhe ajudando nessa eliminação, pois é importante eliminar o medo.

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Atena. O seu post está perfeito. Às vezes, é necessário passarmos por vários caminhos esotéricos e escolhermos aquele que melhor se adapta ao nosso ser. A expansão da consciência se faz pelo autoconhecimento e a interação com o Pai Maior, pela sintonia, meditação e oração. Obrigada pela visita. Gostei imensamente de seu blog e voltarei com mais calma. Beijos e fique com Deus.

Simone Bichara disse...

Que lugar belo e gostoso de estar! Nós, que somos holísticos e que visamos a elevação da humanidade, precisamos estar conectados!
Parabéns!

Atena disse...

Maria José e Simone:
Grata às duas pela visita e pelo carinho.
Serão sempre bem vindas.

Vixe Mainha disse...

Atena, o Deus que habita em nós é o nosso encontro com a verdade que tanto buscamos.
Parabéns pelo post.
Abraços.

Atena disse...

Olá Sanbahia:
Bem vinda ao meu cantinho e obrigada pelo comentário.
Gostei de sua frase, diz tudo.
abraços

Marcia Pinho disse...

Ei mulher! Achei o texto o máximo! E me identifiquei muito! Sou pisciana... e só por essa informação, sabe-se adoro um misticismo. Mas, também não curto os rituais, não! Aliás, de todos! Acho missa católica um porre! roda de umbanda um mico! E te digo, acredito que ambas tem seu poder! A energia que envolve qualquer ritual é íncrivel. Se o povo soubesse que bastaria elevar o pensamento para uma só direção, já traria os mesmo resultados, ninguém pagava mico, né?!
O maior problema é que muitos frequentadores de qualquer religião, acabam funcionando no automático da coisa, acreditando que só por estarem ali já têm sua vaga garantida no paraíso. Ao mesmo tempo, que reparam no cabelo da mulher da frente, no chinelo do cara do lado, no que vai ter para o almoço... e finalizam no amém!
Acho importante ter fé e compartilhá-la, mas penso que diante de Deus nossas ações são muito mais importantes do que qualquer ritual, pois as consequências dos nossos atos podem tumultuar ainda mais a lista de pedidos, que ele recebe.

Ser bom e justo com o outro, atualmente, é que tem sido coisa de outro mundo, minha cara!

Adorei, viu! E se não disse antes, tá dito agora: Sou sua fã!

bjocas para vc!

Atena disse...

Marcia:
você me faz rir com suas expressões. Pois é, um chefe espiritual de um centro de Umbanda me explicou uma vez que os humanos adoram um ritual e este seria o motivo de seus rituais. Ele disse que se não houvesse "o mico" as pessoas não iriam muito ao centro.
Bom, fiquei muito lisonjeada em saber que é minha fã. rsrs É recíproco, viu?
beijos