"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O que é ser espiritualizado?

espiritual

Eis aí um conceito que se presta a muitas interpretações. Desde o estabelecimento da primeira religião sobre a face da Terra, os conceitos de espiritualidade e religião ficaram misturados e a confusão se estabeleceu.

Já postei aqui o brilhante texto do Dr. Guido Nunes Lopes sobre as diferenças entre os dois conceitos. Hoje vamos clarear mais algumas crenças a respeito.

Não pretendo aqui impor meu ponto de vista sobre o assunto, os que já são leitores sabem que aqui no blog está a minha opinião, cada um depois, refletindo, a aceitará ou não.

Os mestres do Círculo Carmesim ensinam que espiritualidade é uma coisa muito simples, assim como o Criador o é.

Vamos começar por este conceito – o Criador. O que é? Quem é? Não tenho a resposta, assim como ninguém a tem. O que tenho certeza é que não é um ser antropomorfizado, com características humanas como ira, vingança e julgamento. Os mestres o caracterizam como, ao mesmo tempo, um ser único e coletivo (a soma de todos os seres que ele criou).

Ao lermos os registros escritos de muitas as religiões veremos que está escrito que ele criou o homem à sua imagem e semelhança, isso significa que cada um de nós é Deus também.

No passado a espiritualidade esteve muito misturada com a religião, salvo no oriente, e no ocidente, graças a uns poucos que souberam separar os conceitos.

Nas décadas de 1930 e 1950 surgiram ensinamentos de muitos mestres ascensionados que mostraram todo um novo espectro de informações e conceitos que para nós, ocidentais, se revelaram inéditos – Eu Sou o que Sou, ou seja, faço parte da divindade, sendo um com ela.

Devido aos nossos sistemas de crenças profundamente arraigados, não conseguimos assimilar tais ensinamentos na sua acepção completa e começou, nesta época, o culto pelo fenômeno e o uso de mecanismos, exercícios, e parafernálias externas como sinônimos de: sou espiritualizado.

Mecanismos mais comuns: meditação, entoação de mantras, uso de cristais, velas, diferentes tipos de oráculos, danças sagradas, consumo de plantas “sagradas” (?). Cada um deles outorgando ao usuário o status de espiritualizado.

Vamos esclarecer: nada disso é prejudicial se usado com lucidez. Meditação, por exemplo, já fez muito bem a muita gente e pode sim ser um meio de encontro com a Divindade. O que estou querendo mostrar é que o uso dessas práticas não faz de uma pessoa – espiritualizada! Pode torná-la mística ou esotérica, nada mais.

Vejo espíritas criticando ou rejeitando ensinamentos dos mestres. Vejo evangélicos perseguindo e julgando gays, taxando-os de pecadores ou coisa pior. Vejo católicos e também evangélicos numa verdadeira caça às bruxas rejeitando e criticando as religiões afro descendentes.

Nada disso é ser espiritualizado e esses até vão contra aos ensinamentos de seu maior ídolo, Jesus. O homem que respondeu por este nome, em sua encarnação aqui na Terra, pregava o amor, o perdão e o não julgamento!

Ser espiritualizado é, antes de tudo, viver no presente. É só aceitar mensagens, ensinamentos, canalizações, vindas de quem seja, após questionamento e reflexão. Estar em contato direto com seres que se dizem da Confederação Galáctica ou coisa parecida (ETs) não faz de ninguém espiritualizado, ainda mais porque tais seres podem não ser exatamente quem dizem que são.

É prestar atenção à voz interior e, de preferência, seguir o que a mesma diz para não se arrepender depois. rsrs

Ser espiritualizado é ter consciência que objetos externos (cristais, velas, mandalas, etc.) não têm poder por si próprios, que oráculos podem ser divertidos, mas jamais uma verdade absoluta, pois o futuro se compõe de potenciais apenas.

Ser espiritualizado é concentrar-se no “ser”, em si mesmo (autoconhecimento, autoanálise), e não no ter ou no fazer (seminários, workshops, encontros xamânicos, rituais, etc.). Você pode frequentar todos ou qualquer um deles, mas tendo consciência que isso não o torna espiritual. É ter consciência também que a Divindade só apresenta uma única regra: amar, portanto não é preciso viver seguindo regras, algumas bem absurdas, ou exigindo disciplina do próprio corpo (seu corpo detesta isso) ou da mente. Disciplina é uma regra e como toda regra vai contra a criatividade, que é nosso legado divino.

Ser espiritualizado é ter consciência que aqui no planetinha somos comandados pelo ego, mas o mesmo não precisa ser autocentrado ou inflado e também não querer se desfazer dele, pois nós o necessitamos para sobreviver aqui.

Ser espiritualizado é viver o que Jesus ensinou e não simplesmente citá-lo!!!

Imagem: fraternidadebranca-luzdanovaera.blogspot.com

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domingo, 26 de junho de 2011

Felicidade e liberdade não existem

felicidade

Sinto desapontá-los, mas este é o maior conto de fadas que existe.

Felicidade não existe, pelo menos aqui em terceira dimensão. Este é um conceito criado pela humanidade provavelmente decorrente dos resquícios de lembranças que alguns têm do que experimentaram do outro lado do véu (realidades não físicas).

Na realidade em que vivemos, limitada por nossa percepção pequena e distorcida, não conhecemos a felicidade. O que conhecemos são momentos de alegria ou contentamento ou prazer ou bem estar. São esses momentos que chamamos de felizes.

Não tenho como afirmar isso, mas talvez enquanto somos bebê (época em que ainda temos contato com outras realidades) conheçamos o que é ser feliz.

E por que desconhecemos a felicidade? Por mais de uma razão, mas a principal é porque nos consideramos separados da Divindade.

Depoimentos de pessoas que tiveram contato efetivo com um vislumbre da Divindade (com sua totalidade é impossível, pois queimaria nossos circuitos, rsrs) relatam um sentimento tão grandioso, literalmente arrasador, que parece não caber dentro de si. Foi chamado de êxtase ou nirvana por falta de conhecimento do que é felicidade.

Em tais momentos conhecemos a felicidade, mas para muitos, é assustador porque a sensação é que o corpo vai explodir; os batimentos cardíacos aceleram muito dando a impressão que o coração vai saltar do peito; a passagem do tempo é anulada; há a sensação de perda de controle dos movimentos e o mais aterrador (para alguns): a sensação de perda da individualidade.

Bem, dirão alguns: e isso é sentir-se feliz? Parece mais uma experiência assustadora. Sim, é assustadora porque com o passar dos milênios fomos nos limitando muito e voluntariamente nos afastando da Fonte., mas o contato com ela é sim a suprema felicidade.

E quanto à tão apregoada e desejada liberdade? Nossa primeira prisão é o nosso corpo físico denso (aqueles capazes de fazer projeção extra corporal ou viagem astral como é chamada, relatam a maravilhosa sensação de liberdade). Ele não nos permite atravessarmos paredes, o que facilitaria muito em certas ocasiões, rsrs e não nos permite cruzar o espaço em poucos segundos. Estamos presos ao nosso espaço geográfico circundante, dependendo de nossas duas pernas para locomoção ou dos veículos que a engenhosidade humana construiu.

A grande prisão: Governos. No momento em que os homens abdicaram de seu poder pessoal e o transferiram para um ou meia dúzia de representantes, estava decretado o nosso maior aprisionamento.

Nós estamos tão condicionados a ser comandados que muitos, neste momento, devem estar pensando: que loucura é essa, viver sem governos?

O mais engraçado é que apesar do condicionamento e aceitarmos como absolutamente natural termos governos, pelo mundo afora, constantemente, há reclamações a respeito dos governos e governantes (sem falar nos poderes legislativos, repletos de podridão).

Democracia é a palavra mais ultrajada que conheço. É uma grande farsa alimentada por todos.

Além das grades constitucionais e/ou legais ainda temos as grades subjetivas – as emocionais. Aí podemos enquadrar n fatores que limitam a nossa liberdade: timidez, medo, baixa auto-estima, indecisão, etc.

Não sei se prestaram atenção, mas nos últimos tempos a ingerência dos governos em nossas liberdades individuais têm aumentado consideravelmente. Somos todos reféns das idéias de jerico que há nas cabeças de nossos legisladores e governantes (medidas provisórias). Aff!!!

Vivermos num Estado altamente burocratizado e repleto de leis burras, algumas cheias de furos.

Então temos pseudo felicidade e pseudo liberdade, mas esta constatação não é para deixar ninguém triste porque apesar disso podemos e devemos buscar os momentos gloriosos a que chamamos felizes como: o primeiro sorriso de nosso filho, a superação de um desafio, o reencontro com um ser amado que julgávamos perdido e tantos outros momentos que enchem nosso coração de alegria. Afinal, são os bons momentos a riqueza que conseguimos levar para o outro lado após batermos as botas. rsrs

Imagem: paraquedegraca.com

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sábado, 18 de junho de 2011

Humano é bicho engraçado

pieguice

O ser humano é o bicho mais engraçado que conheço.

Há muitos anos assisti a um filme italiano chamado Mondo Cane (mundo cão) onde se registrou várias das bizarrices humanas, algumas engraçadas ou tragicômicas, O filme me deixou chocada, mas comparado com o que se vê atualmente na Internet poderia ser considerado filme para crianças.

Mas, hoje, aqui, não vou falar sobre bizarrices, vou me deter numa característica humana que poderia ser, e digo poderia porque infelizmente está longe disso, uma alavanca para desenvolver a consciência – a melosidade ou pieguice.

É isso mesmo. Muitos seres humanos curtem acontecimentos, situações ou notícias piegas, melosas, ternas ou românticas.

Vejam por exemplo o sucesso, no nosso país, que fazem as músicas sertanejas. Querem coisa mais piegas?

Não, dirão alguns, elas são românticas. Acontece que uma boa maioria delas é romantismo simplório, em outras palavras, piegas e meloso.

Nos canais abertos de TV, notícias como: “filho reencontra mãe após 20 anos de separação” fazem o maior sucesso e quanto mais lágrimas flagradas pelas câmeras, maior o impacto nos telespectadores.

Há também aquelas notícias que pegando o lado mórbido das pessoas também mostram o lado meloso. Lembro, quando da morte da menina que teria sido jogada pela janela pelo próprio pai, a TV registrou a presença, frente à casa onde estava o casal envolvido, de uma mulher que tinha viajado 400 quilômetros só para estar ali. Estava muito tocada pelo sucedido!?

O que leva multidões aos velórios e/ou enterros de figuras públicas? Morbidez, mas também sentimentos tais como pesar, simpatia e admiração.

Na blogosfera já observei o sucesso que fazem posts sobre crianças, vovós amorosas, assuntos românticos, poesias melosas, etc.

Filmes como Ghost e Titanic levaram milhões aos cinemas onde derramaram copiosas lágrimas e encheram a atmosfera de suspiros. Ai, ai....

Bem, vocês devem estar pensando: “que criatura mais fria e sem sentimentos por dizer coisas assim”.

Acontece que o propósito aqui é convidá-los a refletir sobre a maravilhosa capacidade humana de sentir (amor, ternura) e ao mesmo tempo, paradoxalmente, ser capaz de agredir, violentar, ser intolerante e preconceituoso.

Vocês vêm? Isso é o que me fez dar o título ao post. Uma mesma pessoa, que fica toda derretida ao ver uma situação dramática envolvendo seres humanos que sequer conhece, pode, no momento seguinte, “espinafrar” os gays, por exemplo. Engraçado, né? rsrs

Somos realmente paradoxais.

Por que isso acontece? Posso citar algumas causas para explicá-lo:

Falta de lucidez.

Falta de autoconhecimento.

Falta de reflexão.

Resumindo: falta de desenvolvimento da consciência.

Vejam, a melosidade ou pieguice é uma manifestação de sentimentos que existem dentro de todos nós. Por mais racional ou empedernido que alguém seja terá tido, pelo menos uma vez na vida, seu momento de pieguice.

Torço para que esses sentimentos prevaleçam e ocupem o lugar dos outros – os violentos, agressivos, egocêntricos e intolerantes.

Sendo bem piegas: querem me acompanhar nessa torcida? rsrs

Imagem: açores.net

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terça-feira, 14 de junho de 2011

Os 7 níveis do ser humano

7niveis

Recebi esta pérola por e-mail e não poderia deixar de compartilhar com vocês. Nem vou tecer comentários, deixo o texto para cada um refletir. Se quiserem, também podem verificar em que nível se encontram. rsrs

Há alguns anos, um buscador aproximou-se de um Mestre da Arte Real (um verdadeiro Místico) e perguntou-lhe:

- Mestre, gostaria muito de saber por que razão os seres humanos guerreiam-se e por que não conseguem entender-se, por mais que apregoem estar buscando a Paz e o entendimento, por mais que apregoem o Amor e por mais que afirmem abominar o Ódio?

- Essa é uma pergunta muito séria. Gerações e gerações a têm feito e não conseguiram uma resposta satisfatória, por não se darem conta de que tudo é uma questão de nível evolutivo. A grande maioria da humanidade do planeta Terra está vivendo atualmente no nível 1. Muitos outros, no nível 2 e alguns outros no nível 3. Alguns poucos já conseguiram atingir o nível 4, pouquíssimos o nível 5, raríssimos o nível 6 e somente de mil em mil anos aparece algum que atingiu o nível 7.

- Mas, Mestre, que níveis são esses?

- Não adiantaria nada explicá-los, pois além de não entender, também, logo em seguida, você os esqueceria e esqueceria também a explicação. Assim, prefiro levá-lo numa viagem mental para realizar uma série de experimentos e aí, então, tenho certeza, você vivenciará e saberá exatamente o que são esses níveis, cada um deles, nos seus mínimos detalhes.

Colocou, então, as pontas de dois dedos na testa do consulente e, imediatamente, ambos estavam em outro local, em outra dimensão do espaço e tempo. O local era uma espécie de bosque, e um homem se aproximava deles.

Ao chegar mais perto, disse-lhe o Mestre:

- Dê-lhe um tapa no rosto.

- Mas por quê? Ele não me fez nada…

- Faz parte do experimento. Dê-lhe um tapa, não muito forte, mas dê-lhe um tapa!

E o homem aproximou-se mais do Mestre e do consulente. Este, então, chegou até o homem, pediu-lhe que parasse e, sem nenhum aviso, deu-lhe um tapa que estalou.

Imediatamente, como se fosse feito de mola, o desconhecido revidou com uma saraivada de socos e o consulente foi ao chão, por causa do inesperado do ataque. Instantaneamente, como num passe de mágica, o Mestre e o consulente já estavam em outro lugar, muito semelhante ao primeiro e outro homem se aproximava. O Mestre, então comentou:

- Agora, você já sabe como reage um homem do nível 1. Não pensa. Age mecanicamente. Revida sem pensar. Aprendeu a agir dessa maneira e esse aprendizado é tudo para ele, é o que norteia sua vida, é sua “muleta”.

Agora, você testará da mesma maneira, o nosso companheiro que vem aí, do nível 2. Quando o homem se aproximou, o consulente pediu que parasse e lhe deu um tapa. O homem ficou assustado, olhou para o consulente, mediu-o de cima a baixo e, sem dizer nada, revidou com um tapa, um pouco mais forte. Instantaneamente, já estavam em outro lugar muito semelhante ao primeiro.

- Agora, você já sabe como reage um homem do nível 2: pensa um pouco, analisa superficialmente a situação, verifica se está à altura do adversário e aí, então, revida.

Se ele julgar-se mais fraco, não revidará imediatamente, pois irá revidar à traição. Ainda é carregado pelo mesmo tipo de “muleta” usada pelo homem do nível 1. Só que analisa um pouco mais as coisas e fatos da vida. Entendeu?

Repita o mesmo com esse aí que vem chegando, o nível 3. A cena repetiu-se. Ao receber o tapa, o homem parou, olhou para o consulente e assim falou:

- O que é isso, moço? Mereço uma explicação, não acha? Se não me explicar direitinho por que razão me bateu, vai levar uma surra! Estou falando sério!

- Eu e o Mestre estamos realizando uma série de experimentos e este experimento consta exatamente em fazer o que fiz, ou seja, bater nas pessoas para ver como reagem.

- E querem ver como reajo?

- Sim. Exatamente isso… e como você vai reagir? Vai revidar? Ou vai nos ensinar outra maneira de conseguir aprender o que desejamos?

- Já nem sei se continuo discutindo com vocês, pois acho que estou perdendo meu tempo. São dois malucos e tenho coisas mais importantes para fazer do que ficar conversando com dois malucos. Que outro, em algum outro lugar, revide por mim. Não vou nem perder meu tempo com vocês, pois não merecem meu esforço… São uns perfeitos idiotas... E ainda querem me convencer de que estão buscando conhecimento. Picaretas! Isso é o que vocês são! Uns picaretas! Uns charlatões!

Imediatamente, aquela cena apagou-se e já se encontravam em outro luar, muito semelhante a todos os outros. Então, o Mestre comentou:

- Agora, você já sabe como age o homem do nível 3: gosta de analisar a situação, discutir os pormenores, criticar tudo, mas não apresenta nenhuma solução ou alternativa, pois ainda usa as mesmas “muletas” que os outros dois anteriores também usavam.

Prefere deixar tudo pra lá, pois não tem tempo para se aborrecer com a ação, que prefere deixar para os outros.

É um erudito e teórico que fala muito, mas que age muito pouco e não apresenta nenhuma solução para nenhum problema, a não ser a mais óbvia e assim mesmo, olhe lá… É um medíocre enfatuado, cheio de erudição, que se julga o “Dono da Verdade”, que se acha muito “entendido” e que reclama de tudo e só sabe criticar.

É o mais perigoso de todos, pois costuma deter cargos de comando por ser, geralmente, portador de algum diploma universitário em nível de bacharel (mais uma outra “muleta”) e se pavoneia por isso. Possui instrução e muita erudição. Já consegue ter um pouquinho mais de percepção das coisas, mas é somente isso.

Vamos, agora, saber como reage um homem do nível 4. Faça o mesmo com esse que aí vem.

E a cena repetiu-se. O caminhante olhou para o buscador e perguntou:

- Por que você fez isso? Eu fiz alguma coisa errada? Ofendi você de alguma maneira? Enfim, gostaria de saber por que motivo você me bateu. Posso saber?

- Não é nada pessoal. Eu e o Mestre estamos realizando um experimento para aprender qual será a reação das pessoas diante de uma agressão imotivada.

- Pelo visto, já realizaram este experimento com outras pessoas. Já devem ter aprendido muito a respeito de como reagem os seres humanos, não é mesmo?

- É… Estamos aprendendo um bocado. Qual será sua reação? O que pensa de nosso experimento? Tem alguma sugestão melhor?

- Hoje, vocês me ensinaram uma nova lição e estou muito satisfeito com isso e só tenho a agradecer por me haverem escolhido para participar deste seu experimento. Apenas acho que vocês estão correndo o risco de encontrar alguém que não consiga entender o que estão fazendo e revidar à agressão. Mas também se não corrermos algum risco na vida, nada jamais poderá ser conseguido, em termos de evolução.

O Mestre assim comentou:

- O homem do nível 4 já está bem distanciado e se desligando gradativamente dos afazeres mundanos. Já sabe que existem outros níveis mais baixos e outros mais elevados e está buscando apenas aprender mais e mais para evoluir, para tornar-se um sábio.

Não é, em absoluto, um erudito (embora até mesmo possa possuir algum diploma universitário) e já compreende bem a natureza humana para fazer julgamentos sensatos e lógicos. Por outro lado, possui uma curiosidade muito grande e uma insaciável sede de conhecimentos. E isso acontece porque abandonou suas “muletas” há muito pouco tempo, talvez há um mês ou dois.

Mas vamos continuar com o nosso aprendizado. Repita o mesmo com este homem que aí vem, e vamos ver como reage um homem do nível 5. O tapa estalou.

- Filho meu… Eu bem o mereci por não haver logo percebido que estavas necessitando de ajuda. Em que te posso ser útil?

- Não entendi… Afinal, dei-lhe um tapa. Não vai reagir?

- Na verdade, cada agressão é um pedido de ajuda. Em que te posso ajudar, filho meu?

- Estamos dando tapas nas pessoas que passam, para conhecermos suas reações. Não é nada pessoal…

- Então, é nisso que te posso ajudar? Ajudar-te-ei com muita satisfação pedindo-te perdão por não haver logo percebido que desejas aprender. É meritória tua ação, pois o saber é a coisa mais importante que um ser humano pode adquirir. Somente por meio do saber é que o homem se eleva. E se estás querendo aprender, só tenho elogios a te oferecer.

Logo aprenderás a lição mais importante que é a de ajudar desinteressadamente as pessoas, assim como estou a fazer com vocês, neste momento.

Instantaneamente, a cena se desfez e logo se viram em outro caminho, um pouco mais agradável do que os demais, e o Mestre assim se expressou:

- Quando um homem atinge o nível 5, começa a entender que a Humanidade, em geral, digamos, o homem comum, é como uma espécie de adolescente que ainda não conseguiu sequer se encontrar e, por esse motivo, como todo e qualquer bom adolescente, é muito inseguro e, devido a essa insegurança, não sabe como pedir ajuda e agride a todos para chamar atenção e pedir, então, de maneira velada e indireta, a ajuda de que necessita.

O homem do nível 5 possui a sincera vontade de ajudar e de auxiliar a todos desinteressadamente, sem visar vantagens pessoais. Agora, dê um tapa nesse homem que aí vem.

E o buscador iniciou o ritual. Pediu ao homem que parasse e lançou a mão ao seu rosto. Jamais entendera como o outro, com um movimento quase instantâneo, desviou-se e a sua mão atingiu apenas o vazio.

- Meu filho querido! Por que você queria ferir a si mesmo? Ainda não aprendeu que agredindo os outros você estará agredindo a si mesmo? Você ainda não conseguiu entender que a humanidade é um organismo único e que cada um de nós é apenas uma pequena célula desse imenso organismo? Seria você capaz de provocar, deliberadamente, em seu corpo, um ferimento que vai doer muito e cuja cicatrização orgânica e psíquica vai demorar e causará muito sofrimento inútil?

Instantaneamente, tudo se desfez e se viram em outro ambiente, ainda mais lindo e repousante do que o último em que estiveram. Então o Mestre falou:

- Este é um dos níveis mais elevados a que pode chegar o ser humano em sua senda evolutiva, ainda na matéria, no planeta Terra. Um homem que conseguiu entender o que é o Amor, já é um Homem Sublime, Inefável e quase Inatingível pelas infelicidades humanas, pois já descobriu o Começo da Verdade, mas ainda não a conhece em toda sua Plenitude, o que só acontecerá quando atingir o nível 7. Logo você descobrirá isso. Dê um tapa nesse homem que aí vem chegando. Vamos ver como reage o homem do nível 7.

E o buscador pediu ao homem que parasse. Quando seus olhares se cruzaram, uma espécie de choque elétrico percorreu-lhe todo o corpo e uma sensação mesclada de amor, compaixão, amizade desinteressada, compreensão, de profundo conhecimento de tudo que se relaciona à vida e um enorme sentimento de extrema segurança encheram-lhe todo o seu ser.

- Bata nele! – ordenou o Mestre.

- Não posso, Mestre, não posso…

- Bata nele! Faça um grande esforço, mas terá que bater nele! Nosso aprendizado só estará completo se você bater nele! Faça um grande esforço e bata! Vamos! Agora!

- Não, Mestre. Sua simples presença já é suficiente para que eu consiga compreender a futilidade de lhe dar um tapa. Prefiro dar um tapa em mim mesmo. Nele, porém, jamais!

- Bate-me – disse o Homem com muita firmeza e suavidade – pois só assim aprenderás tua lição e saberás finalmente porque ainda existem guerras na Humanidade.

- Não posso… Não posso… Não tem o menor sentido fazer isso…- Então – tornou o Homem – já aprendeste tua lição. Quem, dentre todos em quem bateste, a ensinou para ti? Reflete um pouco e me responde.

- Acho que foram os três primeiros, do nível 1 ao nível 3. Os outros apenas a ilustraram e a complementaram. Agora, compreendo o quão atrasados eles estão e o quanto ainda terão que caminhar na senda evolutiva para entender esse fato. Sinto por eles uma compaixão muito profunda. Estão de “muletas” e não sabem disso. E o pior de tudo é que não conseguem perceber que é até muito simples e muito fácil abandoná-las e que, no preciso instante em que as abandonarem, começarão a progredir. Era essa a lição que eu deveria aprender?

- Sim, filho meu. Essa é apenas uma das muitas facetas do Verdadeiro Aprendizado. Ainda terás muito que aprender, mas já aprendeste a primeira e a maior de todas as lições. Existe a Ignorância! – volveu o Homem com suavidade e convicção

- Mas ainda existem outras coisas mais que deves ter aprendido. O que foi?

- Aprendi, também, que é meu dever ensiná-los para que entendam que a vida está muito além daquilo que eles julgam ser muito importante – as suas “muletas” – e também sua busca inútil e desenfreada por sexo, status social, riquezas e poder.

Diz o Mestre:

- A Humanidade ainda é uma criança, mal acabou de nascer, mal acabou de aprender que pode caminhar por conta própria, sem engatinhar, sem precisar usar “muletas”. O grande erro é que nós queremos fazer tudo às pressas e medir tudo pela duração de nossas vidas individuais. O importante é que compreendamos que o tempo deve ser contado em termos cósmicos, universais. Se assim o fizermos, começaremos, então, a entender que o Universo é um organismo imenso, ainda relativamente novo, e que também está fazendo seu aprendizado por intermédio de nós seres vivos conscientes e inteligentes que habitamos planetas disseminados por todo o Espaço Cósmico.

Nossa vida individual só terá importância, mesmo, se conseguirmos entender e vivenciar este conhecimento, esta grande Verdade: “somos todos uma imensa equipe energética atuando nos mais diversos níveis energéticos daquilo que é conhecido como Vida e Universo, que, no final das contas, é tudo a mesma coisa”.

- Mas sendo assim, para eu aprender tudo de que necessito para poder ensinar aos meus irmãos, precisarei de muito mais que uma vida. Ser-me-ão concedidas mais outras vidas, além desta que agora estou vivendo?

- Mas ainda não conseguiste vislumbrar que só existe uma única Vida e tu já a estás vivendo há milhões e milhões de anos e ainda a viverás por mais outros tantos milhões, nos mais diversos níveis? Tu já fostes energia pura, átomo, molécula, vírus, bactéria, enfim, todos os seres que já apareceram na escala biológica. E tu ainda és tudo isso. Compreende, filho meu, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.

- Mas mesmo assim, então não terei tempo, neste momento atual de minha manifestação no Universo, de aprender tudo o que é necessário ensinar aos meus irmãos que ainda se encontram nos níveis 1, 2 e 3.

- E quem o terá jamais, algum dia? Mas isso não tem a menor importância, pois tu já estás a ensinar o que aprendeste, nesta breve jornada mental. Já aprendeste que existem 7 níveis evolutivos possíveis aos seres humanos, aqui, agora, neste planeta Terra.

O Autor deste conto conseguiu transmiti-lo, há alguns milênios, através da Tradição Oral, durante muitas e muitas gerações.

Compreendes, agora, que não será necessário mais do que uma única vida como um ser humano, neste planeta Terra, para que aprendas tudo e que possas transmitir esse conhecimento a todos os seres humanos, nos próximos milênios vindouros? É só uma questão de tempo, não concordas, filho meu?

Tu e todos os demais que estão transmitindo esse conhecimento já cumpriram as suas partes. Que os outros, os que dele estão tomando conhecimento, cumpram as suas. Para isso são livres e possuem o discernimento e o livre-arbítrio suficientes para fazer suas escolhas e nada tens com isso.

Entendestes, filho meu?

pps formatadado por J. Truffi

Imagem: retirada do pps

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sexta-feira, 10 de junho de 2011

A medicalização dos conflitos

remédios

A leitura de uma notícia sobre a tese de doutorado “A medicalização dos conflitos: consumo de ansiolíticos e antidepressivos em grupos populares” de Reginaldo Teixeira Mendonça, farmacêutico e professor da Universidade Federal de Goiás, me reavivou esse tema que já tinha despertado minha atenção.

Nos últimos anos vem aumentando, ano a ano, o consumo de medicamentos ansiolíticos e antidepressivos. Por que?

Creio que dois fatores principais: 1) o imediatismo que se tornou uma característica do humano moderno e 2) mau ou irresponsável atendimento médico.

O imediatismo está associado ao baixo nível de tolerância à frustração.

Cada vez mais pessoas se tornam impacientes quando estão com alguma aflição psicológica e/ou emocional. E querem uma solução rápida - concretizada por meio de remédios.

Atualmente a palavra de ordem é: “para ontem”. Parece que a rapidez com que a indústria tecnológica lança novos produtos (produzir mais consumo) contagiou a todo mundo. Tudo o mais tem de ser rápido. Pra já!

Estou com dor de cabeça? Não vou esperar que meu corpo resolva o problema: tomo logo um analgésico.

Meu televisor estragou? Mandar consertar demora, compro outro e já aproveito para ter um com tela plana.

O trânsito está engarrafado? Vou “costurar” ou pegar o acostamento.

Muitos homens até reclamam da “mania” por preliminares que as mulheres têm. Que perda de tempo! rsrs

A natureza, em sua sabedoria inerente, tem ciclos, alguns bem demorados, para tudo. Se fosse apressadinha, a gravidez humana, por exemplo, levaria um mês ao invés de nove. As árvores frutíferas de grande porte podem levar até dez anos para produzir seus primeiros frutos.

Nesse mundo louco em que vivemos atualmente os conflitos nas relações interpessoais estão muito frequentes, bem como o sofrimento causado por inadequação, baixa auto-estima, pressões, as mais variadas, traumas, depressões, etc.

Todos esses problemas podem ser resolvidos por intermédio de psicoterapia, mas esse é um tratamento caro e mesmo aqueles que podem suportá-lo não o procuram porque é um tratamento demorado.

Solução? Ansiolíticos e antidepressivos. Não sou contra o seu consumo quando a pessoa se encontra em considerável sofrimento e não possua meios para fazer uma psicoterapia. Também já atendi pacientes a quem eu aconselhei procurar um psiquiatra para serem medicados concomitantemente à terapia.

Contudo, o que está acontecendo atualmente é que as pessoas estão procurando um alívio imediato através de medicação, não procurando usar seus próprios recursos: reflexão, auto-análise e até, quem sabe, conversas com algum amigo íntimo.

“As relações sociais são pautadas pelos medicamentos e essa tendência a medicalizar os conflitos pode ser considerada a produtora de um silêncio que impossibilita a pessoa de encarar qualquer mudança em relação à sua vida cotidiana”. (Reginaldo Teixeira Mendonça)

Remédios psicotrópicos não resolvem os problemas, eles só amenizam os sintomas e se você for uma pessoa consciente irá procurar um psiquiatra para receitá-los e não um médico clínico que não tem o conhecimento necessário para prescrever psicotrópicos corretamente.

Há muitos riscos envolvidos no consumo de tais medicamentos (não informados ao público em geral) sendo um bem comum a dependência. Afinal, eles também são drogas!

Imagem: crimesdecolarinhobranco.com.br

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sábado, 4 de junho de 2011

Assumir a responsabilidade por suas escolhas

santo do pau oco2

Uma das características bem típicas do ser humano é culpar ou responsabilizar os outros, o governo, a vida por suas mazelas ou seus infortúnios.

Mulheres culpam os maridos porque o casamento não deu certo, filhos culpam os pais, geralmente as mães, por suas insatisfações, seus traumas, enfim, suas neuroses. A sorte ou, melhor dizendo, a falta dela é o grande bode expiatório.

É muito mais fácil fazer isso porque assim cada um encosta a cabeça no travesseiro tranquilo e em paz: “bom, a culpa não foi minha”. Será?

Primeiro que não é uma questão de culpa e sim de responsabilidade. Culpa é uma das muitas crenças horrorosas e limitantes com a qual nos condicionaram. E sim, cada um é responsável por tudo que lhe acontece.

Eu sei que é difícil “engolir” isso, não nos passaram o conhecimento sobre a realidade em que vivemos, não nos informaram que somos nós que a criamos a cada momento de nossas vidas. Sim, a realidade é um constructo humano, não é uma manifestação da sorte ou do azar.

O governo anda fazendo barbaridades? Fomos nós que votamos no homem ou mulher que hoje está à frente do governo.

O nosso país tem a maior taxa tributária do planeta? Fomos nós que o permitimos ao não nos rebelarmos contra isso.

Sua filha ou filho não lhe obedece ou se “atira nas cordas” não realizando as tarefas domésticas que lhe cabem? Foi você que permitiu isso não tomando uma atitude firme quando deveria (lá na primeira vez). E assim por diante.

Praticamente a cada momento do dia estamos fazendo uma escolha e por ela devemos nos responsabilizar. Claro que nem todas as escolhas são conscientes, arrisco dizer que a maior parte não o são. Quando conscientizei isso, passei uma boa temporada em “pé de guerra” com a Divindade. Como é que Ele/Ela criava um mundo assim, onde a gente entrava em “frias” sem saber por quê? Levou-me um bom tempo até aceitar isso. Ainda hoje aceito, mas não fico feliz com o fato.

Bom, mas assim é que são as coisas, então o jeito, para nos sairmos melhor na vida, é aumentar o autoconhecimento e expandir nossa consciência, pois só assim adquirimos maior domínio sobre nossas vidas e sobre o que acontece conosco.

Não adianta chorar nem reclamar, as nossas escolhas “inconscientes” são determinadas por nossos múltiplos aspectos. Eles fazem parte de nós, portanto - o que nós somos. É difícil aceitar isso, mas creiam-me, à medida que vamos incorporando esse conhecimento, aceitando essa contingência, passamos a refletir mais antes de tomar decisões ou fazer escolhas, cosequentemente passamos a escolher com mais sabedoria e as relações com os demais melhoram sensivelmente, pois deixamos de “acusá-los” por nossas mazelas.

Já pensaram quantos mal-entendidos e conflitos interpessoais deixam de acontecer cada um se responsabilizando por suas próprias “mancadas”?

Ah, como é fácil botar a culpa no/s outro/s. E, ah, como é difícil encarar a própria parte sombra. Já falei sobre ela aqui.

A “mania” de jogar em cima dos outros a responsabilidade pelo que de ruim acontece a cada um é porque o ser humano não gosta de olhar o seu interior e aceitar o seu lado considerado negativo. É outro fato do qual não adianta fugir, todo mundo tem seu lado sombrio, não há exceção.

Não se consegue transformar ou mudar algo que não se possui, portanto aceitar as facetas pessoais consideradas negativas é o primeiro passo para criar a transformação.

A solução é, aos poucos, se livrar dessa crença absurda de que temos de ser perfeitos ou cem por cento “bonzinhos”. Perfeição, neste sentido, não existe, somos todos imperfeitos (na concepção humana) e estamos aqui no planetinha para aprender, nos desenvolvermos e evoluirmos.

Seria bem mais proveitoso se todos, ao invés de ficar jogando a culpa ou responsabilidade nos outros, dedicassem mais tempo ao próprio desenvolvimento, a conhecer-se melhor, a aparar suas arestas, a expandir sua consciência enfim.

Imagem: mashpedia.com.br

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