"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

domingo, 4 de julho de 2010

Controlando a minha maluquez misturada com minha lucidez ...

Shattered-glass
Algumas noites atrás assisti a um filme muito interessante, baseado em fatos reais, sobre um jornalista americano – Stephen Glass que falsificava suas matérias para se dar bem na carreira.
Foi fascinante observar como mesmo contestado pelo seu editor chefe ele continuava mentindo. O filme me trouxe à mente uma característica do comportamento humano que falta a muita gente: a lucidez.
No filme não é explicado porque Stephen não tinha lucidez, mas alguns colegas seus também não a tiveram e ficou claro o motivo: eles adoravam o colega mentiroso e acreditavam nele sem ressalvas. Isso é bastante comum: as pessoas enxergarem somente o que querem.
Eu muitas vezes me senti incomodada com a falta de lucidez de algumas pessoas, talvez porque eu sempre tive o hábito de me analisar e procurar ser lúcida quanto à minha pessoa, meus sentimentos, atitudes e até com relação às minhas idiossincrasias. Contudo parece-me que poucos se dão a esse trabalho.
Existem pessoas que dizem algo, você ouve e registra. Após algum tempo, numa outra conversa, você a relembra do que disse e a pessoa nega terminantemente tê-lo dito. Você fica com cara de bobo, sem entender o que está se passando, pois sabe que não é louco, ouviu sim, com todas as letras.
Há outras que ouvem algo na TV ou lêem na internet e sem questionar ou pesquisar mais a fundo saem passando adiante o que ouviram ou leram como se fosse uma verdade absoluta. Acreditam em tudo!
O mundo da informação sempre divulgou inverdades. A própria História que está nos livros foi escrita pelos vencedores. Grandes heróis históricos na realidade foram assassinos sanguinários ou torturadores, mas quem narrou suas proezas lhes tinha admiração ou foi pago/obrigado a mostrá-los como heróis.
Atualmente, com, velocidade ultra-sônica, a informação abunda na internet e nos bombardeia diariamente. Por causa disso nunca antes foi tão necessário como agora sermos lúcidos. Analisar, ponderar, refletir. Nem que seja, como diria Raul Seixas:em sua música Maluco Beleza:
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez...
Gosto dessa música, ela me faz lembrar de uma instituição psiquiátrica (Manicômio Judiciário), onde trabalhei certa vez. Lá encontrei internos, chamados de loucos, que eram mais lúcidos do que alguns psiquiatras.
Se as pessoas fossem mais lúcidas não haveria tanto conflito no mundo, pois a pessoa lúcida procura sempre ver os dois lados das questões. Fanatismo é falta de lucidez. Preconceito também o é muitas vezes.
Sei que para muitos, profundamente enredados na Matrix hipnótica, é difícil serem lúcidos, mas para tudo há solução, a gente começa a sair da hipnose questionando, pura e simplesmente.
Por que acreditar sem dúvida alguma, por exemplo, que o Irã quer construir armas atômicas? Não estou dizendo que o governo de lá não o queira, mas será que a população está de acordo?
Por que aceitar o que o Papa fala sobre camisinha? Só porque ele é a autoridade máxima da igreja católica? Ele não é um homem como qualquer outro, sujeito a erros (veja-se os casos de pedofilia)?
Por que aceitar tão facilmente o que dizem as autoridades? Seja de que área for ou de que país for.
Por que aceitar como verdades o que a ciência atualmente diz? No passado a ciência não fez afirmações diferentes das atuais?
Heresia, dirão alguns. A esses eu digo: se pensar com a própria cabeça, livre da hipnose coletiva é heresia, como Galileu e outros fizeram, então eu sou herética.
O objetivo deste blog é contribuir com matérias que ajudem as pessoas a expandir suas consciências, no entanto é preciso primeiro se ter lucidez.
(Filme citado: Shattered Glass ou O Preço de uma Verdade, 2003)

Um comentário:

Rumquatronove disse...

Nooossssa, Atena, de onde tu tira toda essa verborréia?
rs! Ahhhhh,eu Te adoro! Em cada vírgula alí em seu texto, eu pauso, e sou continente...Parabéns, ki delícia de texto! (comentarei sério, depois,not now.)