"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

sábado, 31 de julho de 2010

Blogueiros do Brasil: ajudem!

TV

Será que estou sendo utópica ao escrever o que se segue? Talvez, mas creio firmemente que a união faz a força, portanto vamos lá ...

Outro dia assisti a um programa de TV onde se discutia o baixo nível do gosto brasileiro por informação e o vergonhoso rank em que se encontra a educação no nosso país.

Eu sempre fui uma apaixonada pelo tema educação visto que:

- grande parte da violência que existe aqui é gerada pela ignorância daqueles chamados - marginais;

- só podemos expandir a consciência se tivermos bom nível de informação (escolar e geral);

- um país só prospera realmente se o seu povo tiver um bom nível educacional (veja-se os tigres asiáticos);

- um país de povo educado é mais limpo, conseqüentemente as ruas sofrem menos alagamentos;

- educação de qualidade gera mais respeito ao outro e aos bens do outro;

- educação, informação produz eleitores melhores com futuros eleitos mais dignos, conscientes, honestos, etc.

Dito isto para dizer o mínimo.

Recentemente ouvi no “Happy Hour” (canal GNT) um participante contar que quando estava em Cuba (não disse a data) havia na época um programa televisivo voltado ao ensinamento de pais, dar conselhos úteis e responder dúvidas, com 16 minutos de duração que literalmente parava a ilha. Todo mundo assistia com atenção. A apresentadora Astrid ficou encantada e até comentou que seria uma ótima idéia para a nossa televisão fazer algo similar.

Essa foi a chave para desencadear em mim uma torrente de pensamentos acerca da nossa realidade televisiva brasileira. É UM HORROR!!! Desde 1998, quando assinei TV a cabo nunca mais olhei os canais abertos. Quando, algumas vezes, de controle remoto na mão, dou uma zapeada entro em estado de choque com o que vejo.

Mulheres bundudas, rebolando vulgarmente, bigbrotherianos se esfregando ou batendo boca, pegadinhas que só fazem é humilhar os pobres incautos, pastores raivosos condenando todo mundo ao inferno e tudo isso aos gritos e descaradamente usando PNL, programas humorísticos sem a menor graça e por aí afora. Aff!

Eu adoro o povo brasileiro, jamais pensei em viver em outro país, mas que é um povo ignorante, lá isso é! Só que no meu ponto de vista a responsabilidade por isso é 1) dos governos e 2) da mídia.

Dos governos: na época da ditadura, como não interessava aos governantes que o povo pensasse, por motivos óbvios, tirou-se a Filosofia do currículo escolar e outras matérias, como história, por exemplo, foram cruelmente espoliadas.

Da mídia: oferece ao povo o que dá ibope e nós sabemos o que atinge esse propósito. Na época dos romanos era pão e circo, agora é sangue e sexo. Sangue porque a mídia conhece a psicologia das massas: se eu vejo o outro ou outros serem assassinados eu suspiro de alívio porque não foi comigo ou minha família. Sexo: não preciso explicar. Sei que no período diurno existem alguns programas educativos, mas precisamos deles no horário de maior audiência - o chamado horário nobre.

Tenho perfeita consciência que o trabalhador/a quando chega à noite em casa, cansado e estressado pelos sapos que engoliu quer se divertir, mas isto também é possível com programas de TV mais evoluídos e dignificantes, inclusive humorísticos.

Então, a idéia que tive foi nós, cabeças pensantes, fazermos uma campanha nacional pedindo às emissoras de TV que troquem os programas tipo besteirol e baixaria por programas que tragam mais cultura ao nosso povo. Claro que no início a massa vai achar ruim, mas acaba acostumando se não tiver outra coisa para olhar à noite. Afinal é o programa mais barato que existe: assistir TV.

Por favor, vamos divulgar esta idéia, quem sabe alguém que leia esta matéria conheça algum publicitário que crie uma campanha bem charmosa que possa ser divulgada a nível nacional. Dêem idéias também. Alguém conhece alguém que conhece os donos de alguma emissora de TV?

Blogueiros: passem adiante, não precisam incluir meu link, se quiserem assumir a autoria, também não há problema, escrevam seus próprios posts sobre o assunto, enviem e-mails. O importante é o resultado final.

A economia de nosso país está crescendo, mas jamais chegaremos a ser um país de 1° mundo sem instrução nem educação.

Eu acredito piamente que com educação o nosso país pode deixar de ser chamado - tupiniquim.

Será que estou sonhando ou isso é possível? Não sei, depende de vocês!

Fotos: http://www.kengas.com/category/famosas-brasil/page/2/
http://www.blogpaedia.com.br/2008_11_01_archive.html
http://www.wow-tube.ru/index.php?key=pregadores

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sua Sombra

sombra
Temos muito medo daquela parte nossa que Jung chamou de “a sombra”, a parte que também contém todos os nossos sentimentos vistos como negativos: raiva, ganância, egoísmo, orgulho, fraqueza, desdém, inveja, etc. Mas, vejam bem, se esses atributos fazem parte de nós, não adianta negá-los, eles não vão desaparecer por isso, de alguma forma irão se manifestar, se não for na nossa interação com as pessoas ("puxa vida, eu jurei que iria me controlar, mas acabei gritando e fazendo o maior escândalo..."), será no nosso corpo físico ocasionando as dores e/ou doenças.
Tudo aquilo ao qual nós resistimos - persiste!
Na tentativa de ignorar nosso lado negativo, utilizamo-nos de mecanismos de defesa que acabam por construir uma legítima máscara. Assim, por ex., o homem inseguro de sua masculinidade ou desempenho sexual irá comportar-se como o “garanhão da noite”, medindo sua capacidade pela quantidade (sempre grande) de conquistas por uma noite; tem também os casos de mulheres em posição de chefia que são os próprios “generais em comando”, na tentativa de esconder sua insegurança profissional, bem como sua inadequação para o cargo (porque ela cresceu numa sociedade machista que sempre priorizou os homens para cargos de direção).
Nós só poderemos nos amar realmente quando aceitarmos todas as nossas facetas. É difícil aceitarmos nossos defeitos? Claro que é! Todos nós queremos ser bonzinhos , afinal de contas, é isso que esperam de nós. "Mas que coisa... eu não consigo ser bonzinho o tempo todo!... "
Ahá! Eis o problema!
Já que não conseguimos manter sempre a imagem idealizada que tanto gostaríamos, o que faz com que, inúmeras vezes, nos detestemos, vamos tratar de descobrir quem realmente somos e com persistência e CARINHO ir aos poucos integrando e aceitando essas partes que não gostamos, pois com isso elas tenderão a desaparecer, pelo menos algumas, e as que permanecerem não mais causarão culpa, revolta ou negação.
Já é bem conhecida a sentença que diz: “somos três pessoas diferentes, a 1ª como nos vemos, a 2ª como os outros nos vêm e a 3ª como realmente somos”. O difícil é mudar a ótica de “como nos vemos”. As pessoas que desde cedo criaram o hábito de se analisar têm mais facilidade de mudá-la, entretanto as outras (que acham que se conhecem, mas nunca entraram para dentro de si mesmas) apresentam uma resistência enorme em mudar a visão que têm de si mesmas.
Você pode começar pela observação das pessoas que o rodeiam: familiares, amigos, colegas de estudo ou trabalho. Existe algum tipo de pessoa que, "vira e mexe", está aparecendo na sua vida? O tipo egocêntrico, o mandão, o lamuriento, o intrometido, o ganancioso, o trapaceiro, etc.? Faça essa análise em relação a várias pessoas. Pode , inclusive, ser uma pessoa pública que você não gosta. Faça uma lista de atributos para cada uma. Haverá alguns que você não aprecia, mas que não o incomodam realmente, outros, no entanto, mexem com você, o deixam indignado. Aí está o espelho! São esses que fazem parte de sua sombra e que você nega ou reprime. Essas pessoas estão aparecendo na sua vida para que você se conscientize desses atributos, os integre e aceite.

Vá fundo, não tenha medo do que poderá descobrir a seu respeito, afinal de contas, se você não divulgar, ninguém vai ficar sabendo...
De início pode doer, você ficar deprimido, desapontado consigo mesmo, mas com a continuidade vai ficando cada vez mais fácil, pois a cada faceta negativa aceita, você ficará mais forte e menos crítico consigo.
Analise também as situações que se apresentam na sua vida. Aquelas que se repetem estão tentando mostrar a você alguma coisa... Preste atenção!
O triste nisso tudo é que a sombra é nossa real essência e como tal também armazena as nossas características divinas: amor, criatividade, curiosidade, compaixão, honestidade e principalmente o nosso poder. Sim, o poder de seres divinos que somos.
Por último, gostaria de deixar bem claro que nós não nos amamos (realmente) porque fomos criados e educados numa sociedade que enfatiza o erro e a culpa. Não existe erro. Todas as experiências que vivenciamos é um aprendizado, portanto não temos que sentir culpa nenhuma. Eliminando a culpa, aceitando nossas facetas negativas como parte deste aprendizado na terceira dimensão acabaremos por, finalmente, nos amarmos incondicionalmente.
Verdades a Respeito da Sombra
- Nasceu junto conosco para proteger todo o material interno com o qual nós somos incapazes de lidar ou aceitar. Na infância: as humilhações. Na adolescência: as paixões, os desejos, o fluxo de energia incontrolável.
- É a inimiga do ego negativo, pois ela pode destruí-lo ou dominá-lo.
- O ego negativo diz: "Não seja autêntico, seja aceitável". "Não se exceda, seja normal". "Não faça nada novo ou diferente".
- A Sombra diz: "Olhe para dentro, vá fundo. Isto é o que você tem que encarar para ser autêntico". "É através de mim que você chega à mudança, à transformação para um ser pleno e livre".
- Seu ego negativo mente sempre. Quando você está para fazer uma bobagem, o ego diz: "Vai em frente, é isso mesmo!"
Quando você fez algo altamente elogiável, ele diz: "Você está sendo presunçoso, metido. Tem que ter humildade". Ou: "Ah, é, hoje você acertou. E das outras vezes? Foi um desastre! O acerto de hoje foi por acaso!"
- Temos de subordinar a sombra e não contê-la, ou seja, utilizar e dirigir as energias que ela conserva para nós (a energia da raiva, por exemplo).
- Fazer as pazes com a sombra não vai fazê-la desaparecer. Ela é uma parte nossa. Vai, sim, trazê-la para mais perto, ser conscientizada, portanto mais fácil de controlar.
Aceitar a sombra vai fazer com que aceitemos nossa totalidade, com isso gerando auto-estima.
Negar a Sombra é como jogar o lixo para debaixo do tapete, ele vai continuar lá.

O lado luminoso da Sombra
- O poder que fingimos não possuir.
- O amor, a intimidade, a honestidade, o caráter, a moralidade, a espiritualidade.
- A força que nos embaraça e faz termos medo de parecer arrogantes.
- Todo o "feminino" que foi negado.
- Todo o ”masculino" que foi castrado.
Ser íntegro é ser inteiro, é aceitar-se totalmente, descobrindo nos "não acertos" a oportunidade de crescimento.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Afinal, o que é expandir a consciência?

big-bang
Alguém digitou no Google: “como expandir a consciência” e caiu no meu blog. Quando vi isso nas estatísticas do Blogger, parei para pensar: puxa, será que essa pessoa encontrou sua resposta aqui? Aí me dei conta que talvez não porque não é todo mundo que é capaz de fazer inferências ou tirar suas próprias conclusões. E não é por falta de inteligência, não.
São vários os fatores que podem impedir a reflexão com a conseqüente inferência:
- Falta de hábito. Quando meus filhos eram pequenos e me faziam perguntas, boa parte das vezes, eu usava com eles o método socrático (respondia com outra pergunta/s). Ficavam bravos comigo, mas ensinei-os a pensar por si próprios. Depois que a Filosofia saiu do currículo escolar notei que cada vez mais a juventude está carecendo do hábito de refletir sobre as questões que realmente podem trazer crescimento pessoal. Que o digam os selecionadores de empresas.
- Falta de informação e/ou cultura. Vivemos hoje num mundo globalizado e midiático onde há muita, talvez excessiva, informação para ser apropriadamente digerida. Dentro desta “gaiola de loucos” a maior parte da informação que é consumida pela massa é aquela que não nos acrescenta nada como seres humanos: quem matou quem e por que, qual a cor da calcinha da celebridade, qual o último sucesso de Lady Gaga e por aí vai... Ressalte-se que estou me referindo à massa, não a todo mundo.
- Medo. Refletir pode cansar, dá trabalho e principalmente, num imprevisível e determinado momento, nos faz voltarmo-nos para dentro de nós mesmos. Aí é que a porca torce o rabo! O medo de se olhar por trás das máscaras, de descobrir quem realmente se é e ... não gostar do que se vê! Solução para este problema: acompanhe este blog rsrsrs Vai descobrir que não importa o que ache de si mesmo, você já é perfeito, simplesmente precisa polir algumas arestas e ... se amar.
- Prepotência. O típico “eu já sei tudo”. Quando encontra argumentos que vão para o lado oposto dos seus próprios nega-se a refletir sobre eles por considerá-los disparates. Prepotência é um mecanismo de defesa! Mente aberta é a porta para a reflexão.
Com certeza há outros fatores, mas para não nos alongarmos muito, vamos em frente.
O que é, então, expandir a consciência:
- Primeiro de tudo – não é alteração de consciência. Estado alterado de consciência se caracteriza principalmente pela dissolução do tempo e espaço, podendo também haver dissolução da consciência do “eu individualizado”. Nesse estado é possível a comunicação com seres extrafísicos, “viagens” astrais, regressão a vidas passadas e outras “façanhas” muito loucas. rsrsrs
Só sabe mesmo quem já experienciou. Os livros de Carlos Castañeda são ótimos para quem se interessar pelo assunto.
- É sair da zona de conforto. É ir além. Ver, inclusive, o que não gostamos ou queremos ver ou saber.
- É sair da mesmice, da rotina, da Matrix, libertando-se das crenças limitantes, dos dogmas e dos medos que nos impedem de explorar e quiçá realizar potenciais que só estão esperando por essa carta de alforria para se materializarem à nossa frente.
- É ter consciência da própria condição de ser planetário e não simplesmente um indivíduo do bairro tal, da cidade tal, do time de futebol tal, do partido político tal, etc. Consciência de que estamos todos conectados, somos parte de uma mesma raça – a humana.
- É ter consciência que o trabalho escravo na China afeta a nossa economia, que a insanidade do uso de combustível fóssil e nuclear não é benéfico para a nossa biologia nem para o ecossistema.
- É ter consciência que enquanto duas pessoas, ditas racionais, estão aos tapas e gritos, brigando por uma besteira qualquer, nesse mesmo instante, quem sabe, uma galáxia está se formando. Algo tão grandioso e que pode vir a afetar a nossa própria ... Ou seja, colocar as coisas em perspectiva. Quem faz isso?
- Ter consciência é ter percepção de nós mesmos e da realidade à nossa volta somadas ao nosso prévio conhecimento, que inclui a memória. Então ao expandi-la aumentamos nosso horizonte. Aos poucos tudo vai entrando em perspectiva, deixamos de nos enfurecer porque o carro da frente nos deu uma fechada ou porque o cachorro da vizinha fez cocô na nossa porta. Ao assistirmos o noticiário ficamos informados do que acontece no mundo, mas não precisamos sofrer por isso porque começamos a compreender que tudo tem uma razão de ser ou acontecer.
- É procurar aumentar o autoconhecimento que tem como conseqüências melhorar nossos relacionamentos, nos tornar mais hábeis numa entrevista de emprego, alavancar nossa carreira, coisas tão práticas e necessárias no nosso dia a dia.
“The last but not least”: é ter consciência do Agora. Não viver no passado nem antevendo ou suspirando por um futuro melhor. É estar totalmente presente neste momento fugaz que, sim, pode determinar o nosso futuro. Já pensaram por que o momento atual é chamado de presente? Porque é uma dádiva! O que quer que se queira fazer só podemos fazê-lo no Agora já que não podemos recriar o passado e o futuro não existe ainda.
Finalmente chegará um dia quando nossa consciência estará tão ampliada que passaremos a perceber também outras realidades, chamadas não físicas, algo semelhante ao alcançado através da consciência “alterada”.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Não reclame, aja!

Outro dia, fuçando nos meus guardados, encontrei esta pérola de texto escrito por uma amiga. Como estamos em ano eleitoral ele vem bem a calhar para refletirmos o que nós cidadãos podemos e devemos fazer para melhorar o nosso país. Afinal, não é o que todos querem?

ARCANJO MIGUEL, ESTÁ EM FALTA

Mariléa de Castro

Já que está na moda, vou dizer: cansei. Dessa paranóia geral, da ingenuidade da maioria, e do clima artificialmente insuflado de toca fogo no circo que paira por aí.

Estou falando do clima irracional de “este país não presta”, decorrente das descobertas de negociatas, falcatruas e escândalos envolvendo políticos e altos escalões.

As emoções do povo brasileiro estão à flor da pele. Escândalos sucessivos envolvendo esferas políticas, desde algum tempo, têm nos arrastado, a força, para a frente de um espelho desagradável, onde temos sido forçados (claro, com o colorido e as fanfarras de uma mídia comprometida, mas vamos abstrair disso por um momento) a contemplar a nossa cara, como povo. A NOSSA. É aí que reside o gosto amargo. Nós sabemos – sim, bem no fundo sabemos, ninguém é idiota – que “eles” (os eternos “eles” expiatórios) são apenas “nós” – a nossa perfeita e acabada imagem, só recortada da multidão e colocada no palco iluminado.

Chato. Mas temos que encarar.

Tem alguém aí que acha que esses-políticos-corruptos-e-ineficientes-que-todos-abominamos são ETs? Oriundos de outra galáxia – a “Corruptos M-209”, e se materializaram aqui numa missão secreta de arrasar a moral e a paciência do povo brasileiro? Por favor. “Eles, os corruptos e ineficientes”, não são “eles”. Somos NÓS. Como? O amigo aí protesta que não é como eles? Eu também não. Mas tem gente – muita gente, milhares, milhões – que os elege e reelege, década após década - as mesmas figuras corruptas, ineficientes e caricatas. E as suas ações, desgovernos e promessas vãs e indiferença pelo bem comum, se perpetuam porque nós permitimos, compactuamos com – por ação ou omissão. Basicamente esta.

Que ingenuidade ou amnésia nos quer fazer crer que neste país nunca houve negociatas, corrupção, tráfico de influência, desvio de dinheiro público, propinas e comissões por atacado, assaltos a caneta armada? Ora, por favor. A única diferença é que hoje estão a descoberto. E nas páginas e lentes da mídia. Talvez até – quem sabe? – fosse maior décadas atrás. Só que a Polícia Federal não funcionava. Tá, mas que consolo isso nos dá? Nenhum. Exatamente nenhum. Pode, talvez, nos dar uma cabeça mais fria para não acender fósforos inúteis perto da lona do circo.

Então, amigos, vamos encarar friamente. “Eles” são nossa extensão. São o que nós aceitamos e permitimos. A materialização de nossos valores. Como? Você não? Hum. Quantas pessoas você conhece que não assinam a carteira da empregada - ou da faxineira de anos? Quantos sonegam impostos (maldito leão)? Quantos batem no parachoque alheio estacionado e saem de fininho? Quantos copiam trabalhos da internet – ou os compram, e vendem? Quantos furam filas, pedem para passar à frente seus interesses – desde que ninguém reclame? Quantos oferecem e aceitam propinas, comissões e favores? Quantos mentem ou dão cotoveladas morais para garantir o seu posto ou prestígio? Puxam o tapete do colega? Quantos enganam a mulher/o marido?

E, o mais grave, e que mais nos interessa no momento: quantos calam e se omitem de agir para CONSTRUIR um país melhor, concreta, objetiva e arduamente? De alguma forma, todos nós –ou quase todos. Ah, você não se cala? Não, não estou falando de repassar desabafos irritados pela internet. O que temos, a longo prazo, é de inventar algo melhor; não me pergunte neste momento o quê (e desconfie de quem tirar da cartola uma proposta mágica). Estou falando de ação organizada pela melhoria da sociedade. Eu disse ação, não bate-boca.

Ah! Pois é...Isso dá uma trabalheira danada, um incômodo, um cansaço, não dá pra ficar só vendo novela, fazendo churrasco e vendo futebol e indo ao xópingue. Custa fosfato, idealismo, espírito coletivo, mão-de-obra, criatividade.....a lista é longa.

Queremos passar, com o voto, uma procuração definitiva para que os anjos eleitos construam sozinhos, por nós, uma sociedade melhor. Não é a suprema ingenuidade - ou a suprema inconsciência?

O amigo/a aí tem participado de cobranças efetivas e constantes aos políticos que elegeu? Nem eu, mea culpa. Dá o seu tempo, a sua energia e o seu fosfato participando de alguma ação concreta para a melhoria da sociedade, voluntária e desinteressadamente, sem ganhar um tostão? Beleza: você faz parte dos 5% (estou chutando, pode ser 1% ou 7%, mas olhando ao redor, o que se vê é muita irritação e pouquíssima construção) que saem de dentro de seu foco individualista e se devotam a construir – eu disse construir, não “reivindicar” como um bônus gratuito - uma sociedade melhor.

Queremos que os políticos sejam decentes e eficientes? Sejamos coerentes (e não é uma rima, é uma solução). Eles - tenho que confessar a vocês, a toda a internet que parece que ainda não descobriu – são o que nós somos, refletem a nossa face como povo, como espécie. A foto revelada do nosso negativo – se é que alguém ainda sabe o que é isso.

Não existe essa coisa abstrata de bode-expiatório de “eles, os corruptos e ineficientes”. Existe uma sociedade cujos valores, tendências e hábitos permitem que sejam eleitos; e que continuem existindo, sem o repúdio adequado, leis, normas e sistemas que respaldam suas ineficiências, corrupções e malversação do dinheiro público. E se não queremos isso, temos que nos mexer. Se não o fizermos, vai continuar como está. Simples assim.

E, de passagem: é interessante ver como nós conseguimos conviver acomodados, e dormindo bem à noite, com crianças embaixo da ponte, cancerosos morrendo nas filas do SUS, idosos se arrastando em busca de remédios e auxílio-doença, seres humanos morando na rua; nunca vi ninguém fazendo abaixo-assinados contra isso na internet, organizando passeatas, tentando levantar a indignação coletiva; nunca vi a mídia se erguendo em protesto intenso. Mas se tocarem no nosso bolso....é um deus-nos-acuda.

É assim que se cria o caldo de cultura dos que só querem levar vantagem. E o bem comum? Tá, é muito bonito, mas... mateus, primeiro os meus. É assim que somos. Rebanhos humanos só são manipulados por causa da coleira do egoísmo.

Mudar, sim, é preciso, mas a começar por nós – pelo nosso comodismo, o nosso individualismo, a nossa indiferença pelo bem comum.

É muito mais fácil virar o rosto e fazer um desabafo pela internet, assinar uma lista que só expresse indignação, repassar um texto. Parece que se está fazendo alguma coisa.

Acredito que este país tem jeito, que lutar adianta, que mudar se pode desde que se pague o preço, que denunciar é válido mas só reclamar é inútil, que cuspir na face do Brasil é idiotice; que nenhum país melhor, nenhum mundo melhor vai cair do céu sem ser construído passo a passo por nós.

Essa indignação (por mais que em essência justa) meio alucinada quer o quê? Que desça o Arcanjo Miguel com a espada justiceira para punir os corruptos, ameaçar os ineptos, varrer as sanguessugas do país? Ou um ditador que prometa arrumar a casa desde que lhe entreguemos a alma e o corpo da nação? Arcanjos estão em falta; a outra categoria, infelizmente, prolifera bem no planeta. Declino de ambas.

Justiça, evolução e mundo melhor – quem tiver qualquer ação concreta para fazer, avise. Fogo no circo? Tá louco. A gente está embaixo da lona.

Mariléa de Castro é professora, tradutora e autora dos seguintes livros:

Guia do Brasileiro Pelado em Paris. Ed. Artes e Ofícios

Haiawhatha. Ed. do Conhecimento

Tudo que vive é teu próximo. Ed. do Conhecimento

Apometria Hoje (coletânea). Ed. do Conhecimento

sábado, 17 de julho de 2010

Não leve a vida muito à sério

sorriso
“Não leve a vida muito à sério; você não vai sair vivo dela.”
Ouvi esta frase numa dessas comédias bobocas que Hollywood produz por atacado.
Parando para refletir na segunda parte da frase a conclusão é óbvia: vamos aproveitar a vida enquanto estamos aqui. Ah, já posso ouvir os ohs ... de horror de alguns e de desaprovação de outros.
Essa é uma idéia nova que conheci e incorporei nos últimos anos, no caminho da ascensão. Como a maior parte da humanidade, eu acreditava que devia levar a vida à sério, pois foi isso que meus pais e o restante da sociedade me comunicaram. Ou, melhor dizendo, me condicionaram a acreditar.
É isso: somos todos condicionados. Essa é uma das crenças (uma forte) limitantes que temos. É antiga, provavelmente nasceu quando se estabeleceu a primeira religião do planeta, proveniente da cabeça de algum sacerdote frustrado e infeliz (será que a mulher dele estava fazendo greve de sexo?).
Nada melhor que as religiões (nem todas) para tirar a alegria e leveza das pessoas. Muitas não dizem que nascemos em pecado? Que quem não se portar direito vai queimar no inferno pela eternidade? Que existe um ser chamado diabo que está constantemente nos aterrorizando?
Esse é um enorme absurdo, pois ao mesmo tempo dizem que Deus é amor. Sim, o Criador é amor! Total, absoluto e incondicional amor por sua criação, portanto não julga e muito menos pune! O julgamento e a punição foram inventados pelo homem, novamente é provável que tenham sido sacerdotes para garantirem a submissão e controle dos seguidores aos seus ensinamentos que diziam ter recebido de Deus.
A bem da justiça vamos fazer aqui um parêntese: nos tempos antigos o ser humano não tinha o nível de consciência que tem hoje, portanto um pouco de “chicote” se fazia necessário. Sabe como é, né? Se tivesse sido deixada à solta a humanidade provavelmente já teria se extinguido.
Contudo, hoje estamos no século 21 e continuamos a acreditar nas mesmas coisas ditas na Idade Antiga e Média?
Pare para refletir sobre isso! Expanda sua consciência!
A maior parte da humanidade continua acreditando em verdades, dogmas e postulados de tempos que já se foram e onde as pessoas não tinham a informação e o conhecimento que têm atualmente.
Seriedade demais acarreta em pressão alta, ataques cardíacos, úlcera estomacal e outras doencitas mais.
Aprenda também a distinguir seriedade da aparência de seriedade.
Eu costumo me divertir bastante quando vejo, ao vivo ou na TV, políticos sérios e sisudos falando ou discursando. Até parece que são sinceros e honrados... O pior é que muitos eleitores se deixam enganar pela compostura de suas imagens. Isso é falta de consciência.
Afinal, o que é consciência? É percepção e também conhecimento. Então por falta de consciência eu quero dizer percepção pouco acurada e/ou falta de conhecimento.
Ser sério implica em responsabilidade, sinceridade, ética, honradez, respeito pelo outro e pelos bens do outro, comprometimento, etc. Valores que estão um pouco fora de moda atualmente.
Agora, os super sérios são aqueles sem alegria de viver, preocupados com tudo, fazem tempestade em copo d’água, levando as coisas à ferro e fogo. Muitos, para manter seu status que consideram mais importante do que a si mesmos, são incapazes até de rir (eu tive um colega de faculdade que era assim. Eu ficava na frente dele fazendo caretas na tentativa de, ao menos vê-lo sorrir, mas não obtinha resultado. Ele me chamava de louca e eu, rindo muito, desistia de implicar com ele. Coitado!).
Além do ambiente político, outro lugar onde se observa muitas pessoas sérias ou sisudas são reuniões de acadêmicos. Altamente compenetrados, cada um pensando como vai puxar o tapete do outro... he, he, he
Humor, bom humor, é fundamental para a nossa saúde, tanto física quanto mental.
Agora, para evitar mal entendidos, deixe-me esclarecer o que é levar a vida tão à sério:
Fazer tempestade em copo d’água.
Não aceitar a imperfeição (própria e dos outros).
Ser inflexível com as alterações em seus planos.
Não aceitar as diferenças individuais.
Ter que estar sempre certo.
Perder a calma por qualquer coisa.
Ser escravo da Agenda.
Supervalorizar ou superdimensionar os problemas.
Acreditar que a vida aqui é um vale de lágrimas.
Dar excessiva importância a: “o que os outros vão pensar de mim?”
Carregar o fardo do filho, da mãe, do irmão, do chefe (?), do marido, da esposa, etc.
Contar quantas calorias tem cada refeição.
Não sair à rua sem protetor solar.
Ler diariamente as colunas policiais no jornal.
Preocupar-se com a situação no Oriente Médio (ela vai seguir seu curso com ou sem nossa preocupação).
Enfim, todo esse tipo de pensamentos e atitudes que nos tiram a alegria de viver e aproveitar o que tem de bom na vida e que também nos tiram a criatividade.
Por último, quando se encontrar numa situação difícil, e antes de ter um chilique, faça a si mesmo a seguinte pergunta:
“QUE IMPORTÂNCIA ISTO TERÁ DAQUI A UM ANO?”

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A Nova Terra

Terra

Já faz algum tempo que o pessoal antenado sabe a respeito da Nova Terra. Alguns dizem que é a Terra atual que vai passar para a quinta dimensão quando chegar 2012. Já para nós, shaumbra, nos foi informado que ela já está formada e conosco atuando lá durante os nossos períodos de sono.

Para quem não sabe, a Nova Terra não é formada por material denso, ela está numa outra dimensão, creio que paralela à nossa. Para quem pensar que estou viajando na maionese, digo que tantas coisas esquisitas já aconteceram comigo e tantas outras esquisitices me foram relatadas por pessoas em quem confio que aceito tranquilamente que essa outra Terra exista embora eu não a veja, pelo menos quando estou acordada. Rsrsrs

Bom, como sei que somos criadores e pensando a respeito de como eu gostaria que fosse essa Nova Terra, resolvi me divertir um pouco imaginando como ela é.

Então aqui vai a “viagem” ou, quem sabe, não. Sei lá e também não faz diferença.

Na Nova Terra não existem empresas porque a pessoa não precisa trabalhar pelo pão de cada dia. Se estiver com fome manifesta (cria) a comida que quiser. Roupas, casas para morar, tudo é manifestado. O mais simples desejo por algo material é trazido à realidade num átimo. Contudo quem quiser construir algo, uma mesa por exemplo, pode pegar a madeira, um serrote e as demais ferramentas e exercitar seu hobby. Claro que nada disso é de material denso, mas parece ser, bem como aqui, na nossa realidade, onde a gente não se dá conta das distâncias que existem dentro dos átomos.

Se as pessoas não trabalham, o que fazem então? Não se aborrecem? Ah, elas tem múltiplas tarefas. Algumas estão pesquisando novas formas de tecnologias para ajudar os habitantes da Velha Terra, talvez novas ciências ou novas abordagens. Depois eles receberão tudo através daquilo que chamam sexto sentido ou intuição. Como todos na Nova Terra sabem que são Deus também, alguns estarão tratando da criação de novos planetas ou dando manutenção para planetas que estejam meio baleados. rsrsrs

O clima é ameno o ano inteiro, não existem diferentes estações. No entanto se alguém quiser sentir frio ou ver neve poderá ir para alguma montanha distante, onde não haja outras pessoas para se sentirem incomodadas, e criar neve, podendo até esquiar. Já outro alguém que goste de calor fará o mesmo numa praia afastada, por exemplo.

Eu proíbo terminantemente que haja insetos, pelo menos por onde eu andar. Exceção às borboletas.

Qual a aparência das pessoas? Há dois tipos: com corpo manifestado e sem corpo (só luz). As que usam corpo, são sempre jovens (a velhice é uma condição exclusiva da Velha Terra). Ambos os tipos podem trocar no momento em que quiserem. Por exemplo, para viajar ao outro lado do planeta é melhor não ter corpo, já que na Nova Terra não existem esses veículos barulhentos e poluidores. Não serão necessários.

Eu tenho uma casa. De paredes de pedra forradas por dentro com madeira (fica mais aconchegante). Em volta, um imenso jardim com vários tipos de flores. Ah, perto também há uma cascatinha borbulhante para dar sono à noite. Na minha sala há uma TV de 58 polegadas onde assisto filmes que pego em locadoras da Velha Terra. Só pra não perder o hábito de sentar à frente de uma TV, pois lá não existem canais de transmissão. Pra que? As notícias e/ou informações de interesse são compartilhadas por todos via metalinguagem e os demais programas ... aff

Muito importante: mora em minha casa um tipo de clone do Colin Farrell (tesudíssimo!) com o qual tenho noites de sexo selvagem. Esta é uma graaaande vantagem em poder ter um corpo.

Outra vantagem é poder cozinhar para os amigos aos domingos e também poder saborear as delícias que fiz sentados a uma mesa no jardim. Lembram que o clima é sempre ameno?

As pessoas nas ruas se cumprimentam. Todas! Com sorrisos ou tremeluzir de sua luz. Olha que coisa mais simpática e agradável. Isso é algo que me chateia na Velha Terra: a ausência de confraternização diária entre seus habitantes. Afinal não somos todos irmãos?

Lá não há exclusão por diferenças, preconceitos, ódio, mesquinharias. Até pode haver certo conflito de opiniões devido às diferenças individuais, mas são resolvidos com um bom papo. Troca de idéias num alto nível de educação e respeito pelo outro.

Então, o que acham da minha Nova Terra? Não é legal?

Dêem sua opinião.

domingo, 11 de julho de 2010

O primeiro encontro

Após um post sobre assunto tão espinhoso e controverso, hoje vamos falar de coisas mais zen.
 montanha
Imagine você no alto de uma montanha, sentado numa grande pedra. O panorama descortinado é lindíssimo. A vista alcança muitos quilômetros de verde entremeado por outras cores da luxuriante natureza. O céu está de um azul profundo adornado por muitas nuvens brancas.
Você está encantado olhando toda aquela beleza quando ouve a voz da pessoa que está ao seu lado: “Feche os olhos. Respire fundo”
Você obedece.
Com os olhos fechados, sente o odor da mata em volta e ouve a algaravia dos pássaros. Tudo é paz.
A voz fala novamente: “Você se entrega ao serviço do Espírito? Sem medo e sem restrições?”
Imediatamente você responde mentalmente: “Sim”.
Então uma profunda emoção toma conta de todo seu ser e com os olhos da mente você vê uma luz fortíssima, branca, brilhante sair de todo o seu corpo e se projetar para fora em todas as direções. Você parece uma estrela brilhando!
A voz ao seu lado diz ternamente: “Expanda essa luz, faça-a alcançar todo o planeta.”
E como se fosse a coisa mais natural do mundo, sem refletir sobre o pedido, você o faz, sem saber como. Sua luz começa a expandir, você vê os raios se alongando mais e mais até atingirem a linha do horizonte e você sabe que seus raios de luz estão banhando a Terra toda.
O amor que você sempre sentiu pelo planeta, neste momento, cresce tanto dentro do seu peito que o ar custa a entrar. Sua respiração fica difícil.
O mental, esse velho corta-barato se manifesta: “O que é isso? O que está acontecendo?” Mas uma outra voz dentro de você fala: “Não importa, é maravilhoso!”
Não se sabe quanto tempo durou esse momento de luz, de paz e de tanto amor. Provavelmente poucos minutos.
Você e sua acompanhante, após mais alguns minutos, levantam e começam a descer a montanha até onde ficou o automóvel que serviu de ajuda na subida.
Você não sente seus pés tocando o chão, está estupidificado. Não entende o que aconteceu, mas os sentimentos de paz e alegria são tão grandes que não importa, nada é tão importante quanto tais sentimentos.
E aí, amigo/a, você mal sabia que estava começando uma jornada que duraria alguns anos – a da aceitação de seu Deus interior e depois a da incorporação, que levaria outros tantos anos.
Anos de dor emocional, sofrimento psíquicos e físicos, separações, perdas de seres queridos, angústias mil, dúvidas – ah, quantas dúvidas..., mas ao mesmo tempo quantos episódios de alegria, encantamento, aventura, conhecimento de novos seres, momentos de êxtase (outros encontros como o primeiro), enfim uma vida completa e repleta.
Esta não é uma estória de ficção, ela já aconteceu com muitos que hoje caminham sobre a Terra. Claro que as circunstâncias de cada um foram diferentes. Para alguém o primeiro encontro pode ter sido enquanto tomava banho, para outro enquanto dirigia seu automóvel, para outro, ainda, ao colocar seu pequeno filho no berço para dormir.
Cada um tem sua estória particular, mas com certeza os sentimentos devem ter sido os mesmos.
Sentimentos de paz, amor, alegria, completude e principalmente o sentimento de:
Eu Sou o que Sou.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Homofobia versus homossexulatria?

bandeira

Homofobia versus homossexulatria?

Ultimamente tenho visto muito discurso homofóbico na web, portanto venho aqui colocar alguns pontos para reflexão.

1 – Todo ser humano, grosso modo, é bissexual, pois ambos os gêneros possuem as duas polaridades. As mulheres possuem hormônios masculinos e os homens possuem hormônios femininos. Como dizem os americanos: Period!!!

2 – A homossexualidade é tão antiga quanto a humanidade. Nem por isso houve “degeneração” da espécie nem a sua extinção e a família se mantém até os dias atuais como o núcleo básico da sociedade organizada.

3 – A energia sexual inerente ao ser humano foi, com o passar dos tempos, extremamente deturpada principalmente pelas religiões.

4 – Por que as religiões deturparam o sexo? Porque através do ato sexual é possível acessar a consciência cósmica, em termos bem simples: é possível acessar a divindade (os indianos nos mostram direitinho como isso funciona através do sexo tântrico). Que falta fariam então os sacerdotes antigos? Hoje: padres ou pastores? O frenesi pelo poder é bucha!

5 – É argumentado pelos bibliófilos que está escrito na bíblia que a Deus não apraz a homossexualidade. Primeiro: será que tais palavras estavam no texto original? Sabemos que é um livro que foi reescrito várias vezes, palavras suprimidas e palavras acrescentadas ao bel prazer do entendimento do sujeito que o estava compilando. Segundo: se houve uma mensagem canalizada proibindo o homossexualismo, o motivo poderia ser que na época as pessoas eram muito simples e ignorantes e segundo consta na bíblia a gandaia corria solta, tinha tomado proporções assustadoras. Daí a necessidade de algum controle?

6 – Já pararam para pensar por que, no caso dos seres masculinos, sua anatomia lhes permite sentir prazer sexual sendo penetrados por trás? Erro da natureza e/ou do Criador? Ah, mas Ele não erra, né?

7 – Da civilização grega herdamos valores como a democracia, belezas como as esculturas e templos e conhecimentos superiores de seus filósofos. Muitos a consideram a base de nossa atual civilização. Pois bem, na antiga Grécia (não sei exatamente em quais cidades ou se em todas) os jovens adolescentes que treinavam para a guerra eram estimulados por seus instrutores a se ligarem afetivamente com algum companheiro. Seu raciocínio era que assim, durante a batalha um defenderia ou protegeria o outro. Bem bolado, né?

8 – Alguns estão dizendo que graças ao apoio da mídia está havendo uma estimulação à hossexualidade, aos abusos de regalias dos gays e disseminação de práticas contra os valores “tradição e família” da sociedade vigente. Eu vejo que graças ao apoio da mídia, hoje, os gays são mais vistos como gente igual à gente, têm seus direitos de cidadão mais respeitados. Antes disso eram até atacados fisicamente. Quanto à degeneração dos bons costumes, não é apanágio dos gays. A TV está repleta de programas que as crianças não deveriam assistir, com mulheres em trajes e danças vulgares e apelativas sexualmente, sem falar na violência que de tão mostrada acaba se tornando banal.

Concluindo, não considero estar havendo uma homossexolatria e sim um período de acomodação com vistas a uma sociedade mais igualitária quanto às preferências sexuais.

9 – Relações sexuais com outro do mesmo sexo existem também em outras espécies da natureza, não é invenção do homem.

10 – Por último, ninguém acorda um dia e diz para si mesmo: “vou ser gay, acho chique e está na moda”. Talvez para alguns seja mais fácil, mas para muitos, senão a maioria, é extremamente sofrido, primeiramente em se aceitar e depois cada um sabe que assumindo sua homossexualidade irá contra os padrões sociais.

Esta semana assisti a um programa no GNT onde informavam que os casos de suicídio na adolescência é até 7% maior entre os homossexuais como escape da culpa que sentem.

O que há na homossexualidade é um impulso, uma “compulsão” vinda não se sabe de onde. Na realidade são seres muito corajosos que antes de nascer decidem vir como homossexuais para mostrar ao mundo, todos nós, que o ser humano carrega as duas polaridades e que estas deverão estar em equilíbrio se quisermos evoluir, pois evolução requer equilíbrio. Por tudo o que já aprendi, nosso futuro será de seres andróginos, como Blavatsky diz que já o fomos no início. (A Doutrina Secreta, vol. 3 – Antropogênese, pg.140 – Ed. Pensamento)

Esses seres merecem o nosso respeito e admiração por sua coragem e aqui não estou fazendo apologia da homossexualidade, mas sim no respeito que devemos a todo ser humano. Acho, aliás, que não deveria se falar em homossexualidade e sim em homo afetividade, pois o primeiro termo remete as mentes mais poluídas direto para a área sexual quando não é esse o caso.

Já falei no post sobre o tripé da tragédia humana sobre a ignorância e a culpa e este tema vem reforçar o que comentei lá. Por ignorância sobre o assunto e medo do que desconhecem muitos se deixam tomar pelo preconceito e por atitudes persecutórias.

domingo, 4 de julho de 2010

Controlando a minha maluquez misturada com minha lucidez ...

Shattered-glass
Algumas noites atrás assisti a um filme muito interessante, baseado em fatos reais, sobre um jornalista americano – Stephen Glass que falsificava suas matérias para se dar bem na carreira.
Foi fascinante observar como mesmo contestado pelo seu editor chefe ele continuava mentindo. O filme me trouxe à mente uma característica do comportamento humano que falta a muita gente: a lucidez.
No filme não é explicado porque Stephen não tinha lucidez, mas alguns colegas seus também não a tiveram e ficou claro o motivo: eles adoravam o colega mentiroso e acreditavam nele sem ressalvas. Isso é bastante comum: as pessoas enxergarem somente o que querem.
Eu muitas vezes me senti incomodada com a falta de lucidez de algumas pessoas, talvez porque eu sempre tive o hábito de me analisar e procurar ser lúcida quanto à minha pessoa, meus sentimentos, atitudes e até com relação às minhas idiossincrasias. Contudo parece-me que poucos se dão a esse trabalho.
Existem pessoas que dizem algo, você ouve e registra. Após algum tempo, numa outra conversa, você a relembra do que disse e a pessoa nega terminantemente tê-lo dito. Você fica com cara de bobo, sem entender o que está se passando, pois sabe que não é louco, ouviu sim, com todas as letras.
Há outras que ouvem algo na TV ou lêem na internet e sem questionar ou pesquisar mais a fundo saem passando adiante o que ouviram ou leram como se fosse uma verdade absoluta. Acreditam em tudo!
O mundo da informação sempre divulgou inverdades. A própria História que está nos livros foi escrita pelos vencedores. Grandes heróis históricos na realidade foram assassinos sanguinários ou torturadores, mas quem narrou suas proezas lhes tinha admiração ou foi pago/obrigado a mostrá-los como heróis.
Atualmente, com, velocidade ultra-sônica, a informação abunda na internet e nos bombardeia diariamente. Por causa disso nunca antes foi tão necessário como agora sermos lúcidos. Analisar, ponderar, refletir. Nem que seja, como diria Raul Seixas:em sua música Maluco Beleza:
Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez...
Gosto dessa música, ela me faz lembrar de uma instituição psiquiátrica (Manicômio Judiciário), onde trabalhei certa vez. Lá encontrei internos, chamados de loucos, que eram mais lúcidos do que alguns psiquiatras.
Se as pessoas fossem mais lúcidas não haveria tanto conflito no mundo, pois a pessoa lúcida procura sempre ver os dois lados das questões. Fanatismo é falta de lucidez. Preconceito também o é muitas vezes.
Sei que para muitos, profundamente enredados na Matrix hipnótica, é difícil serem lúcidos, mas para tudo há solução, a gente começa a sair da hipnose questionando, pura e simplesmente.
Por que acreditar sem dúvida alguma, por exemplo, que o Irã quer construir armas atômicas? Não estou dizendo que o governo de lá não o queira, mas será que a população está de acordo?
Por que aceitar o que o Papa fala sobre camisinha? Só porque ele é a autoridade máxima da igreja católica? Ele não é um homem como qualquer outro, sujeito a erros (veja-se os casos de pedofilia)?
Por que aceitar tão facilmente o que dizem as autoridades? Seja de que área for ou de que país for.
Por que aceitar como verdades o que a ciência atualmente diz? No passado a ciência não fez afirmações diferentes das atuais?
Heresia, dirão alguns. A esses eu digo: se pensar com a própria cabeça, livre da hipnose coletiva é heresia, como Galileu e outros fizeram, então eu sou herética.
O objetivo deste blog é contribuir com matérias que ajudem as pessoas a expandir suas consciências, no entanto é preciso primeiro se ter lucidez.
(Filme citado: Shattered Glass ou O Preço de uma Verdade, 2003)