"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Está entediado? Descubra agora qual o seu tipo de tédio

tedio

Um mestre já disse que criamos dramas em nossas vidas porque na maior parte do tempo estamos entediados. O drama vem agitar um pouco as coisas e nos fazer sentir vivos.

Nem todo tédio é o mesmo, de acordo com um novo estudo.

“Uma equipe de pesquisadores do Canadá, Estados Unidos e Europa identificaram um tipo de tédio, chamado tédio apático, que envolve sentimentos desagradáveis de desamparo aprendido e que tem semelhanças com a depressão.

O tédio apático agora é o quinto tipo de tédio identificado por pesquisadores, que tinham detalhado outros quatro tipos de tédio em estudos anteriores. Os tipos de tédio são diferenciados tanto por um nível de excitação mental - que vão desde inquieto a calmo - e pela positividade ou negatividade associada a esse tédio.

A descoberta do quinto tipo de tédio é baseado em dados de 63 estudantes universitários e 80 estudantes do ensino médio na Alemanha. O estudo foi conduzido por pesquisadores da Universidade de Konstanz e da Universidade Thurgau de Formação de Professores, e foi publicada na revista Motivação e Emoção.

Confira os cinco tipos de tédio abaixo para saber que tipo de "aborrecimento" você está experienciando:

Tédio indiferente: Pessoas com esse tipo de tédio sentem-se aposentadas, indiferentes e relaxadas.

Tédio calibrado: Pessoas com este tipo de tédio se sentem inseguras e são receptivas a distrações.

Tédio investigador: Pessoas com esse tipo de tédio são inquietas e buscam ativamente uma distração ou mudança.

Tédio reagente: Pessoas com esse tipo de tédio estão motivadas a deixar a situação em que estão em uma alternativa específica.

Tédio apático: Pessoas experienciando esse tipo de tédio aprenderam a sentirem-se impotentes, semelhante à depressão.

Recentemente um estudo de Perspectivas em Ciências Psicológicas mostrou que, em geral, o tédio pode ser fixado a três coisas: 1) a incapacidade de se concentrar ou prestar atenção; 2) o conhecimento de que não podemos prestar atenção e 3) culpando a nossa incapacidade de prestar atenção em nossas circunstâncias.

Há bons e maus lados no tédio, de acordo com pesquisas anteriores. Um estudo do International Journal of Epidemiology, por exemplo, mostrou uma associação entre sentir-se entediado e ser mais propenso a morrer cedo de problemas cardíacos (embora os pesquisadores notaram que o tédio provavelmente está relacionado com fatores de risco, como beber ou fumar). Por outro lado, um estudo apresentado em um encontro da Divisão de Psicologia do Trabalho da Sociedade Britânica Psicológica mostrou que o tédio no trabalho pode facilitar a criatividade, provavelmente por causa de todo o tempo extra de sonhar acordado.” http://www.huffingtonpost.com/2013/11/18/boredom-five-kinds-apathetic_n_4297276.html?utm_hp_ref=healthy-living&ir=Healthy+Living

A despeito das conclusões dos pesquisadores sobre alguns benefícios do tédio, vamos combinar que o melhor é não senti-lo. E como conseguir isso?

Resposta óbvia: viver a vida ao invés de somente passar por ela. O ser humano acostumou-se a viver no piloto automático a maior parte do tempo. Repete diariamente, desde o levantar da cama, rotinas insignificantes, faz coisas sem prestar atenção, pensa uma coisa, mas diz outra diferente, corre de um compromisso para outro sem se dar um tempo para pensar em si próprio, cumprimenta o vizinho distraidamente (quando o faz), esquece, ao sair, de dar um beijo no cônjuge ou nos filhos, envolve-se em rituais mecânicos e sem sentido (falar sobre o tempo, fofocar de colegas, etc.), enfim ... passa pela vida.

E, quando a vida está muito chata, arruma um drama para poder, finalmente, sentir alguma coisa.

Precisamos lembrar que somos seres sencientes, o sentir faz parte de nossa natureza e é o sentimento que nos faz desfrutar a vida. Pessoas que têm uma vida rica de sentimentos dificilmente sentirão tédio.

Pensem nisso e não esqueçam também de alimentar seus cérebros com “comidas nutritivas” (cérebro ocupado não dá lugar ao tédio). Troque o Facebook ou o Twitter por um bom livro.

Imagem: noticias.universia. com.br

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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

É possível tudo “ver” e memorizar?

gorila

Já falamos aqui no blog sobre como nossa percepção pode nos enganar sobre a realidade que nos circunda. Além dos quesitos já apontados, dependemos também de nossa capacidade de atenção e memória para nos apropriar convenientemente da realidade.

Cristopher Chabris e Dan Simons, psicólogos norteamericanos, publicaram um livro chamado O Gorila Invisível onde detalham ilusões do dia a dia que influenciam nossa vida: ilusões de atenção, memória, confiança, saber, causa e potencial. Aqui vamos nos deter na capacidade de atenção e memória.

Os autores apontam que mesmo sabendo o quanto nossas convicções e palpites são equivocados continuamos obstinadamente resistentes a mudanças.

O título do livro refere-se a um experimento que ambos fizeram com estudantes de Psicologia da Universidade de Harvard. No experimento os participantes tinham de assistir a um vídeo onde algumas pessoas fazem passes de bola umas para as outras. Metade delas estão de camiseta branca e as outras de camiseta preta. Os participantes tinham de contar quantos passes eram feitos entre as pessoas vestindo camisetas brancas.

Os estudantes acertaram o número de passes, mas deixaram de ver um “gorila” que de repente cruza o ambiente onde estão os jogadores. Essa falha é chamada de cegueira não intencional ou cegueira por desatenção, termo que parece ter sido cunhado por Arien Mack e Irvin Rock, que escreveram um livro com esse nome

Após experimentos realizados, eles concluíram que quando a atenção é absorvida por uma tarefa visual exigente, é como se a pessoa tivesse um ponto cego para outras coisas.

“Por que isso acontece? Trata-se apenas do jeito como nossas mentes funcionam?

Você poderia chamá-lo de um efeito colateral da maneira como a mente é projetada. Outros pesquisadores descobriram que quando você prestar atenção a alguns aspectos de seu mundo visual, os sistemas do cérebro responsáveis por processar o que você está prestando atenção aumentam a atividade. Isso é parte do que é a atenção. É dedicar mais poder de processamento de informações para o que você está prestando atenção. Ele permite que você faça coisas com um estímulo que você não poderia fazer de outra forma. Por exemplo, você pode seguir uma bola movendo-se a velocidades muito altas, mas não pode fazer isso sem prestar atenção.

O fato de que podemos prestar atenção nos dá grande vantagem, aumenta o poder computacional do cérebro no que diz respeito ao que nós estamos prestando atenção, mas o custo é que diminui o processamento de informação feito noutro local. A atenção é uma habilidade maravilhosa, mas de certa forma, é como um jogo de soma zero, tira o nosso poder de perceber objetos inesperados. Isso surpreende as pessoas. Sua intuição é que essas coisas vão agarrar sua atenção. Acontece que a atenção pode ser dedicada tão fortemente a uma coisa que você absolutamente não percebe outras coisas.

Cegueira por desatenção e os outros exemplos em seu livro são conhecidos como "ilusões diárias." Como você define esse termo?

São ilusões sobre a forma como a nossa mente funciona. Pensar que você vai notar tudo de importante que acontece é uma ilusão sobre como sua mente funciona. Pensar que você vai se lembrar de coisas com mais detalhes e com mais precisão do que você faz é uma ilusão sobre como sua mente funciona. Quanto mais pensa sobre eles, mais percebe o grande papel que desempenham no comportamento e decisões todos os dias. Você não precisa de equipamentos especiais para experimentar isto. Elas acontecem o tempo todo na vida cotidiana.

A mídia tem sido conhecida por desancar políticos que contam histórias sobre o seu passado, que não aconteceram com eles. Mas de acordo com o seu trabalho eles poderiam estar sofrendo do que você chama de "a ilusão da memória." Descreva isso.

Quando os políticos dizem algo sobre seu próprio passado que não é verdade, o debate sempre se inflama. Eles são mentirosos? Eles estão perdendo a razão? Mas esta é a maneira como a memória funciona. Ela não é tão perfeita como pensamos. A ilusão da memória é a nossa maneira de resumir os resultados de décadas de pesquisas sobre o funcionamento da memória. Memória não funciona como uma câmera de vídeo. Não grava tudo o que acontece com você. É tendenciosa em formas sistemáticas. Normalmente, nossas lembranças têm-nos no centro da ação muito mais do que realmente foram. Nossas memórias nos fazem parecer melhor do que somos e nossas memórias também tendem a conformar-se ao que se espera que aconteça e perder detalhes sem importância.

Há algo que possamos fazer para melhorar a forma como a nossa mente funciona?

Nós estamos trabalhando em um novo livro, que vai tentar responder a essa pergunta. Sabendo que nossas mentes são limitadas dessa maneira, podemos ver o que está faltando? Podemos saber quando poderia estar em território cognitivo perigoso e precisamos prestar atenção extra ou repensar os pressupostos ou questionar o nosso conhecimento? Parte da resposta é aprender mais sobre como sua mente funciona. O próximo passo é ser mais honesto com você mesmo sobre o seu próprio nível de conhecimento. Muitas más decisões são feitas quando as pessoas superestimam seu próprio conhecimento. Adotar uma atitude de humildade sobre o seu próprio conhecimento é crucial.

Então você pode começar a pensar em maneiras específicas de ver o que está perdendo - talvez procurando por mais informações relevantes para a sua decisão. Você pode refletir sobre seus próprios processos de tomada de decisão. Eu estava usando toda a informação que eu deveria ter? Eu estava tirando conclusões precipitadas?” (http://www.smartplanet.com/blog/pure-genius/qa-christopher-chabris-psychology-professor-on-everyday-illusions/)

Excelentes sugestões as ofertadas pelo Dr. Chabris, principalmente para aqueles que se consideram sempre “certos” sobre tudo. rsrs

Aqui vai o link de uma das versões que existem no Youtube sobre o experimento citado acima. Quando o vídeo começa você deve contar quantos passes são dados entre os jogadores de camisa branca.

http://www.youtube.com/watch?v=2pK0BQ9CUHk

Imagem: http://www.smartplanet.com/

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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

E a ciência encontra o misticismo ...

DNA

Os mestres sempre dizem que a ciência, em algum momento, irá descobrir e esclarecer conceitos ditos metafísicos ou místicos. Já começou.

A notícia não é recente, mas como não é sobre alguma celebridade do meio artístico ou sobre algum político mafioso, passou quase despercebida.

Vejamos então um resumo sobre descoberta, que é sensacional, e um começo de avanço da ciência em assunto que ela não gosta de participar porque supõe ser “crendice” ou “fantasia”.

“Enquanto a ciência ocidental investiu no projeto internacional do genoma humano focando os 5% dos tripletos codificados do DNA, na União Soviética, em 1990, um grupo de cientistas russos da Academia Russa de Ciências foi formado para estudar o genoma humano completo. Esta pesquisa foi conduzida pelo Dr. Pjotr Garjajev, membro da Academia Russa de Ciências, bem como a Academia de Ciências de Nova York. A pesquisa russa estava se portando como uma grande angular e manteve uma visão aberta em seus estudos. A equipe de investigação incluiu biofísicos, biólogos moleculares, embriologistas e mesmo linguistas.

Sua pesquisa revelou que o suposto DNA lixo, que foi completamente negligenciado e esquecido pela ciência ocidental, não é sobra redundante da evolução. Estudos linguísticos revelaram que o sequenciamento dos códons do DNA não codificado segue as regras de uma sintaxe básica. Há uma estrutura definida e lógica na seqüência desses tripletos, como uma linguagem biológica. A pesquisa revelou ainda que os códons realmente formam palavras e frases assim como nossa linguagem humana comum segue regras gramaticais.”

(...) “A experiência mais surpreendente que foi executada pelo grupo de Garjajev foi a reprogramação das sequências de códons de DNA usando luz laser modulada. Desde sua descoberta da sintaxe gramatical da linguagem de DNA, eles foram capazes de modular coerente luz de laser e até mesmo ondas de rádio e adicionar semântica (significado) à onda portadora. Desta forma, eles foram capazes de reprogramar o DNA “in vivo” em organismos vivos, usando as frequências ressonantes corretas do DNA. A descoberta mais impressionante feita até agora é que a língua falada pode ser modulada para a onda do portador com o mesmo efeito de reprogramação. Agora, isto é uma descoberta científica desconcertante e deslumbrante! Nosso próprio DNA simplesmente pode ser reprogramado pela fala humana, supondo que as palavras são moduladas nas freqüências corretas do portador!”

(...) “Os russos provaram que tiveram sucesso em reparar “in vivo” material danificado do DNA!”

(...) “As conclusões de Garjajev vão muito além das de Popp: de acordo com estudos de Garjajev, DNA é não só transmissor e receptor de radiação eletromagnética (sob a forma de energia), mas também absorve a informação contida na radiação e a interpreta mais tarde. Assim, o DNA é um biochip ótico interativo extremamente complexo.”

(...) “O DNA humano é uma Internet biológica e superior em muitos aspectos à artificial. A mais recente pesquisa científica russa, direta ou indiretamente, explica fenômenos como a clarividência, intuição, espontâneos e remotos atos de cura, autocura, as técnicas de afirmação, a luz incomum/aura em torno de pessoas (nomeadamente os mestres espirituais), influência da mente sobre padrões climáticos e muito mais. Além disso, há evidências para um novo tipo de medicamento em que o DNA pode ser influenciado e reprogramado por palavras e freqüências sem ser preciso cortar e substituir genes únicos.”

(...) “Professores esotéricos e espirituais sabem há muito tempo que nosso corpo é programável pela linguagem, palavras e pensamento. Isso agora foi cientificamente provado e explicado. Claro, a frequência tem que ser a correta. Por isso é que nem todos são igualmente bem sucedidos ou podem fazê-lo com a mesma força sempre.”

(...) Substância de DNA vivo (em tecido vivo, não “in vitro”) sempre reagirá a raios laser, linguagem-modulada e até mesmo a ondas de rádio, se forem usadas as frequências adequadas. Isto finalmente e cientificamente explica por que afirmações, treinamento autógeno, hipnose e afins podem ter tão fortes efeitos sobre os seres humanos e seus corpos. É completamente normal e natural para o nosso DNA reagir à linguagem.”

(...) O grupo de pesquisa de Garjajev conseguiu provar que com este método cromossomos danificados por raios-x, por exemplo, podem ser reparados. (...). Então eles com sucesso transformaram, por exemplo, embriões de rã para embriões de salamandra simplesmente transmitindo os padrões de informação do DNA! Desta forma, todas as informações foram transmitidas sem qualquer um dos efeitos colaterais ou desarmonias encontradas ao cortar e reintroduzir genes simples de DNA.”

(...) “Atualmente, já estão sendo são usados dispositivos também em clínicas da Universidade alemã, com cuja ajuda pacientes com câncer estão expostos à irradiação de frequência modulada de campo magnético. Os resultados são promissores.”

(...) “Os cientistas russos também descobriram que nosso DNA pode causar padrões perturbadores no vácuo, assim produzindo wormholes magnetizados! Buracos de minhoca são os equivalentes microscópicos das assim chamadas pontes de Einstein-Rosen nas proximidades de buracos negros Estes são as conexões de túnel entre áreas totalmente diferentes do universo através dos quais informações podem ser transmitidas fora do espaço e tempo. O DNA atrai estes pedaços de informação e transmite-as para nossa consciência. Este processo de hipercomunicação é mais eficaz em um estado de relaxamento.”

(...) “A informação, que será transferida através da luz é muito mais importante. O DNA comunica-se desta forma - talvez com outros organismos ou com um plano mais alto - um campo morfogenético, que pôde ser comprovado cientificamente, na pesquisa russa, pela primeira vez “

Fonte: (http://www.rexresearch.com/gajarev/gajarev.htm

Bem, este é o princípio. Somando-se as pesquisas holistas russas com as pesquisas ocidentais focadas na parte material do DNA podemos esperar grandes descobertas que levarão à cura uma série, senão a totalidade, de males que afetam o corpo humano.

Imagem: www.unacknowledged.info

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

As coisas sempre foram assim por aqui ...

jaula de macacos

A seguinte estorinha é bem conhecida, mas vou repeti-la aqui caso algum leitor não a conheça:

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma jaula. No meio, uma escada, e sobre ela um cacho de bananas.

Toda vez que um dos macacos começava a subir na escada, um dispositivo automático fazia jorrar água gelada sobre os demais macacos.

Passado certo tempo, toda vez que qualquer dos macacos esboçava um início de subida na escada, os demais o espancavam (evitando assim a água gelada).

Obviamente, após certo tempo, nenhum dos macacos se arriscava a subir a escada, apesar da tentação.

Os cientistas decidiram então substituir um dos macacos. A primeira coisa que o macaco novo fez foi subir na escada, dela sendo retirado pelos outros que o espancaram.

Após várias surras o novo membro dessa comunidade aprendeu a não mais subir na escada.

Um segundo macaco foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato.

Um terceiro macaco foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto e o quinto macaco foram trocados, um de cada vez, com intervalos adequados, repetindo-se os espancamentos dos novatos quando de suas tentativas para subir na escada.

Os cientistas então ficaram com um grupo de macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.

Se fosse possível conversar com os macacos e perguntar-lhes por que espancavam os que tentavam subir na escada, com certeza a resposta seria:

“Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.

Esse comportamento ou essa resposta, não lhe parece familiar???

Este é um comportamento bem característico do ser humano: repetir o que lhe foi ensinado sem questionar ou pensar em mudar alguma coisa.

Outro dia lembrei-me de um livro que li há tempos. A pessoa que o escreveu diz ter canalizado as informações de seres extraterrestres com quem manteve contato. Não importando se isso é verdade ou não (sempre fico com um pé atrás nessas canalizações) o que importa é que o livro traz ideias e conceitos totalmente diferentes do que nós humanos estamos acostumados ou familiarizados.

Diz no livro, por exemplo, que os seres do planeta de origem do informante não constituem família. Eles têm filhos, mas os mesmos são criados e educados por qualquer um ou todos que o quiserem fazer. As crianças são amadas como legítimos filhos por todos os habitantes do planeta onde vivem.

É dito ainda que não existem sentimentos como ódio, raiva, inveja, preconceito e atitudes violentas como brigas e guerras. Diferenças de opinião ocorrem, bem como desentendimentos, contudo são resolvidos com diálogos e debates racionais e isentos de emoções negativas.

Claro está que num tipo de sociedade como essa é bem possível as crianças serem educadas por todos, mas ... aí lembro-me de que existem sociedades indígenas que não são tão pacíficas quanto essa do outro planeta e que onde também as crianças pertencem à tribo, são criadas e queridas por todos.

Ultimamente muito eu ouço e leio as pessoas afirmando que a família é a base da sociedade, que sem ela o mundo está perdido, etc.

Será???

Esta não é simplesmente mais uma das crenças que foram passadas de geração em geração e ninguém parou para questionar se era verdade?

Ah, mas que pensamento blasfemo este, dirão alguns... Por quê?

Precisamos lembrar que a família é uma expressão de nossa capacidade limitada de amar, restringimos o nosso amor a poucos.... Se a humanidade seguisse a orientação do mestre Jesus, as coisas seriam diferentes.

Também, nesse planeta citado no livro, o trabalho e a propriedade privada não existem. Os indivíduos moram em residências, é claro, mas estas não lhes pertencem, portanto se chega alguém de fora é prontamente alojado em qualquer residência pelos seus moradores.

Utopia? Talvez para um mundo materialista, competitivo e capitalista como o que vivemos. Fomos condicionados desde sempre a pensar que isso é o certo e o “normal”. Será???

Bem, normal é o que é representado pela parte mediana da Curva de Gauss, outra criação nossa.

Coloquei aqui três “pilares” fundamentais de nossa sociedade que podem ter uma diferente abordagem. E quanto ao restante de nossas “certezas”, de nossos “certo e errado”? É tudo produto de nossas crenças, que foram passadas a nós desde que nascemos e que nunca questionamos.

Pensem nisso. Reflitam, sem ideias preconcebidas.

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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

EQM ou Experiência de Quase Morte

EQM

O assunto é meu conhecido já há bastante tempo, mas recentemente tomei conhecimento de um caso específico que me chamou a atenção por tratar-se do relato de um neurocirurgião, que até a data de seu coma, era um cientista cético e materialista como os demais e que acreditava que consciência era apenas uma ilusão criada pelo funcionamento bioquímico do cérebro.

Em 2008 o Dr. Eben Alexander foi levado ao hospital, já inconsciente, devido a uma meningite bacteriana (e. coli). Durante seis dias esteve em coma devido aos estragos causados pela bactéria em seu cérebro e também sedado por causa das convulsões que apresentava na chegada ao hospital e posteriormente quando a sedação diminuía.

Após seu restabelecimento refletiu muito sobre o que tinha lhe acontecido, enquanto em coma, procurando explicações científicas para o sucedido. Considerou e rejeitou como possíveis causas para sua experiência:

1) Programa do tronco cerebral primitivo

2) Recordação distorcida de memórias do sistema límbico

3) Bloqueio glutamato endógeno com excito-toxidade

4) DMT de despejo

5) Preservação isolada de regiões corticais do cérebro

6) Perda de neurônios inibitórios que levam a altos níveis de atividade entre redes neuronais excitatórias para gerar uma aparente "hiper-realidade"

7) A ativação do tálamo, gânglios basais e “tempestade de idéias” para criar uma experiência de hiper-realidade

8) Fenômeno reboot (reinicialização)

9) Geração de memória incomum através de vias visuais arcaicas. (http://www.naturalnews.com/037917_Proof_of_Heaven_afterlife_Creator.html )

Discutiu seu caso com colegas e finalmente nada encontrando que explicasse cientificamente o que lhe tinha ocorrido resolveu escrever um livro contando sua experiência, mesmo que isso lhe trouxesse o escárnio do meio científico, que chamou de “Proof of Heaven” (prova do céu).

Durante os seis dias em estado comatoso ele “viajou”, nas asas de uma borboleta acompanhado por uma linda moça de olhos azuis, por lugares lindos e de muita paz. Finalmente Alexander entrou em um vazio infinito imenso, completamente escuro, mas também repleto de uma luz de um Orbe brilhante. Estava agora no núcleo. The Orb foi o seu companheiro, mas dentro do núcleo, permeando-o, era a Fonte, o Deus Criador. Através do Orbe, Deus revelou muitos segredos e mistérios da existência para Eben, conhecimento que ele recebeu instantaneamente e diretamente e armazenado sem memorização-conhecimento que o levará a uma vida inteira para processar.” (http://iands.org/news/news/front-page-news/970-esquire-article-on-eben-alexander-distorts-the-facts.html )

A neurociência informa que para manter a consciência, a pessoa precisa ter o córtex e o tronco cerebral funcionando perfeitamente e esse não foi o caso do Dr. Alexander, pois “em seu coma foi mostrada atividade zero do cérebro superior. Ele somente foi mantido vivo pelo aparelho respirador e fluidos intravenosos. Os médicos assistentes logo concluíram que o Dr. Alexander iria morrer em questão de dias e que, mesmo que ele vivesse, seria um "vegetal" com função cerebral limitada. Estatisticamente, a taxa de mortalidade para pacientes com infecções de escherichia coli do cérebro é de 97%.” (http://www.naturalnews.com/037917_Proof_of_Heaven_afterlife_Creator.html )

Há também um detalhe da estória que ratifica a experiência vivida pelo médico. Ele tinha sido adotado aos quatro meses de idade. Somente um ano antes do coma ele finalmente reencontrou seus pais biológicos e ficou sabendo que tinha tido uma irmã, mas que esta havia morrido há nove anos.

Após quatro meses da saída do hospital, o Dr. Alexander teve acesso a uma fotografia da irmã falecida e, para seu espanto, nela reconheceu a moça que o tinha acompanhado na asa de borboleta durante a experiência EQM.

“Cada experiência de quase-morte é única, mas há uma série de elementos comuns. A maioria das EQMs têm algum subconjunto desses elementos: a sensação de paz e ausência de dor, um sentimento de ser separado do corpo físico, uma transição para um nível mais alto (por vezes através de um túnel), estar em um lugar paradisíaco de beleza esmagadora , encontrando entes queridos falecidos, estar na presença de um ser de luz ou de algum outro ser espiritual, ter uma revisão de vida, sendo transportado para um local de puro Amor e de Sabedoria, atingindo uma barreira ou sendo dito você deve voltar e, finalmente, voltando para o corpo físico.” (http://iands.org/news/news/front-page-news/970-esquire-article-on-eben-alexander-distorts-the-facts.html ) A experiência EQM do Dr. Alexander mostra alguns desses elementos.

É importante notar que os acontecimentos durante a EQM são interpretados pelos sujeitos de acordo com suas crenças e vivências pessoais. O Dr. Alexander interpretou o Orbe como Deus e o espaço onde se encontrava como céu. Embora não fosse religioso, não podemos esquecer que seu país é profundamente influenciado pela religião cristã.

Pensem a respeito e tirem suas conclusões sobre a veracidade ou não da vida após morte.

Imagem: pensaralem.wordpress.com

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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Quando a profecia falha, a fé acaba?

raposa e as uvas

Em1956 Leon Festinger, psicólogo social estadunidense, lançou o livro Quando a Profecia Falha onde analisava o aprofundamento da fé dos membros de uma seita após o fracasso da profecia que um pouso UFO era iminente.

Os membros da seita sofreram o que Festinger chamou de dissonância cognitiva, que é definida como um conflito entre duas ideias, crenças ou opiniões incompatíveis ou que se contradizem. Quando isso acontece, porque o conflito é desconfortável, as pessoas procuram encontrar "elementos de consonância", mudando uma das crenças, ou as duas, para torná-las mais compatíveis. Isto faz parte dos paradoxos humanos e explica muitos dos comportamentos diários dos indivíduos.

O desconforto causado pela dissonância cognitiva pode tomar a forma de ansiedade, culpa, vergonha, fúria, embaraço, stress e outros estados emocionais negativos, daí a urgência em superar a dissonância encontrada.

Segundo Festinger, as pessoas procuram eliminar a dissonância através de três maneiras: reduzindo a importância de um dos fatores discordantes, adicionando elementos consoantes ou mudando um dos fatores dissonantes.

A dissonância cognitiva geralmente dá ensejo a manifestarem-se mecanismos de defesa do ego, como a negação (de evidências) e racionalizações (explicações com aparência de verdade).

“A partir dessa teoria podemos entender que o indivíduo se comporta de acordo com suas percepções e não de acordo com a realidade, ou seja, reage conforme àquilo que é confortável ou não com suas cognições.” (http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/41439/teoria-da-dissonancia-cognitiva )

Em 1959 Festinger e Carlsmith realizaram um experimento que confirmou a existência da dissonância cognitiva.

Os escolhidos para o experimento foram estudantes de graduação na Universidade de Stanford. Foram informados que o experimento era sobre como suas expectativas afetam a experiência real de uma tarefa.

Os alunos foram convidados a passar uma hora em tarefas chatas e tediosas. As tarefas foram projetadas para gerar uma atitude forte e negativa. Uma vez que os indivíduos tinham feito isso, os experimentadores pediram a alguns deles para fazerem um favor simples. Eles foram convidados a falar com outro “sujeito” (na verdade, um ator) e persuadi-lo de que as tarefas eram interessantes e envolventes. A alguns participantes foram pagos 20 dólares para este favor, outro grupo recebeu 1 dólar e um grupo controle não foi convidado a realizar o favor.

Quando solicitados a classificar as tarefas aborrecidas na conclusão do estudo (não na presença do outro "sujeito"), os do grupo 1 dólar as classificaram de forma mais positiva do que aqueles dos 20 dólares e do grupo de controle. Isto foi explicado por Festinger e Carlsmith como evidência de dissonância cognitiva.

Os pesquisadores teorizaram que as pessoas do grupo de 1 dólar experimentaram dissonância entre as cognições contraditórias: "Eu disse a alguém que a tarefa era interessante", e "Eu realmente achei chato”. A mente resolve este dilema ao decidir que, na verdade, o trabalho foi interessante, afinal, ajudou na conclusão da pesquisa.

Aqueles do grupo de 20 dólares, entretanto, tinham uma óbvia justificativa monetária para seu comportamento e, portanto, experimentaram menor dissonância.” (http://en.wikipedia.org/wiki/Cognitive_dissonance )

Quanto mais enraizada nos comportamentos do indivíduo uma crença estiver, geralmente mais forte será a reação de negar crenças opostas. Já vi isto acontecer quando o líder de uma igreja evangélica brasileira foi acusado e processado por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha, no entanto seus fiéis continuam solidários e frequentando a igreja dele – não tiveram sua fé no bispo abalada.

Outro exemplo são as profecias do fim do mundo, até agora várias profecias já foram anuladas e as pessoas continuam crentes que “talvez a data estivesse errada”, mas vai acontecer porque está escrito. Sua fé no apocalipse continua.

A dissonância cognitiva tem um exemplo bem conhecido na literatura: a fábula de Esopo, “A raposa e as uvas”. Quando a raposa percebe que não consegue alcançar as uvas, ela decide que não as quer de qualquer modo, pois estão verdes (racionalização para eliminar a dissonância cognitiva).

E o leitor, quantas vezes já se enfrentou com a dissonância cognitiva? Reflita a respeito.

Imagem: www.ludicas.com.br

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Insanidade ou zombaria?

Olavo de Carvalho

Dando continuidade aos textos sobre o cuidado que devemos ter quanto ao que nos chega de informações ou ideias de terceiros, temos como objetivo a matéria de hoje.

Nesta era da internet qualquer pessoa que tenha acesso à mesma, com um mínimo de capacidade de fazer um vídeo, pode se tornar um sucesso de um dia para o outro. Vemos issso acontecer com pseudo cantores, bailarinos, piadistas, etc e ... também com aqueles que têm um recado a transmitir sobre suas ideias e crenças, sejam elas positivas ou negativas, tenham credibilidade ou não.

Pois bem, outro dia dei-me ao desplante de assistir um vídeo inteiro de uma dessas figuras emblemáticas do Youtube: o senhor Olavo de Carvalho. Fiz isso porque tinha lido num blog alguns comentários (elogiosos) sobre o mesmo . Como do pouco que sabia desse indivíduo tirei uma conclusão nada elogiosa, resolvi aprofundar mais meu conhecimento sobre ele. Quem sabe eu tinha sido precipitada em minha avaliação?

Ao acaso escolhi uma palestra proferida na OAB, afinal, numa instituição séria, considerei que a mensagem seria relevante. Nos outros vídeos que já havia assistido o senhor em questão usa e abusa de palavrões bem “cabeludos” (estilo bem diferente de suas matérias em jornais que eu já tinha lido).

O tema da palestra era: O Brasil perante os conflitos da Nova Ordem Mundial. (http://www.youtube.com/watch?v=DNGkOCi9Zi8) Assunto muito em moda atualmente em que se encontra de tudo um pouco: algumas colocações críveis e outras totalmente absurdas.

Bem o mesmo ocorre nesse vídeo. O sujeito é muito bem informado, dá para perceber que tem bom grau de erudição e é inteligente também, mas ... continuo na dúvida: é insano ou um baita de um “sarrista”? Do tipo que lança ideias polêmicas e estapafúrdias pra ver se tem gente que acredita em qualquer coisa que se diga?

Ele tem uma legião de fãs, pelo que já tinha percebido no Youtube. É citado por alguns como mestre e o que é pior: como alguém capaz de dizer “verdades” que ninguém mais diz. Verdades???

Volto a bater na mesma tecla: não pode se acreditar em tudo que se lê ou se ouve. No vídeo citado ele faz várias afirmações sobre as quais não apresenta provas ou sequer evidências. Tudo fica dependendo da ótica dele sobre o assunto.

Certamente que nem todas as suas afirmações são absurdas, porém muitas são baseadas em literatura de analistas sociais ou econômicos, citados por ele, que refletem uma posição paranóica, uma forte característica do povo americano. Parece que após morar por um bom tempo nos Estados Unidos ele foi contagiado com a doença americana.

O assunto é vasto, complicado e que requer muita informação para se poder chegar a uma conclusão. O importante é não ir acreditando em tudo de saída como se o Sr. Olavo fosse a máxima sumidade na matéria. Aliás, ele se coloca assim. Passa a seus ouvintes uma imagem de que só ele domina o assunto e os demais são uns idiotas (palavra que eles usa várias vezes durante a palestra).

Para que se tenha uma melhor ideia sobre o personagem, é bom assistir outros vídeos dele, como um onde diz que Barak Obama é muçulmano e o 12° imã. (http://www.youtube.com/watch?v=Z54JBeJhpk0 )

Acho difícil que uma figura pública como Barak Obama não tenha sido flagrado nenhuma vez fazendo as orações ajoelhado no chão, como todo bom muçulmano é obrigado a fazer…

Em outro vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=cvVO3cnsp1c ) ele refuta o heliocentrismo e também a teoria da relatividade pelo simples motivo de ele não entender a curvatura do espaço.

Então, convenhamos, é difícil, ao menos para quem tenha um mínimo de cultura e inteligência, dar crédito ao que diz esse senhor.

Resumindo, creio que o Sr. Olavo de Carvalho gosta é de aparecer, criticando figuras célebres e emitindo teorias controversas e polêmicas.

“A crítica não tem sobre a psicologia das massas o poder sugestivo que tem as crenças afirmativas, mesmo falsas.” (Olavo de Carvalho)

Se ele estiver certo nesta frase... cuidem-se!

Nesta outra frase dá para notar uma de suas incongruências, pois a economia de mercado permite muitas coisas exceto - humanitarismo: “O conservadorismo é a arte de expandir e fortalecer a aplicação dos princípios morais e humanitários tradicionais por meio dos recursos formidáveis criados pela economia de mercado.” (Wikipédia)

Na Wikipédia encontra-se um resumo bem pesquisado sobre o personagem.

Não saiam formando opinião pelo exposto aqui, mas procurem se informar e principalmente – refletir.

Imagem: kdfrases.com

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sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Sua mente está na mira de alguém

na mira

O desejo de conquista da mente humana já se evidenciava na antiguidade. De lá pra cá só tornaram-se mais requintados os métodos utilizados para consegui-lo.

Nunca a humanidade teve tanto acesso às informações sobre os mais variados assuntos. Viva a internet! Contudo quanto mais informação chega até nós, maior deve ser o cuidado em analisá-las e verificá-las, pois aumentam as chances de encontrarmos muita informação incorreta e/ou manipulada.

Todo mundo está sujeito a ser manipulado, primeiramente pela mídia, mas também por governos, políticos, mercado financeiro, publicidade, religiões, etc. Percebo muito isto na internet, as pessoas aceitando qualquer informação lá postada sem se dar ao trabalho de conferir o que leu.

Acordem! O mundo está enlouquecido, há gente de todo o tipo querendo seguidores, por ganância (pastores de igrejas-empresas), por vaidade, por lucro financeiro, por votos em eleições, para vender mais jornais ou revistas, enfim por vários motivos.

Encontro na internet seguidores das mais variadas “estapafurdices”. Ultimamente, com o avistamento do cometa Ison, encontra-se matérias escritas e vídeos com frases alarmantes sobre o perigo que corre a humanidade, contando ainda com o acréscimo da “chegada” do tal de planeta X ou Nibiru.

As “notícias” mais estapafúrdias encontram eco em seguidores ingênuos ou desinformados. Casualmente li uma dessas que me fez rir: o governo norteamericano teria comprado quinze mil guilhotinas. Segundo os “brilhantes” autores da “notícia”, para execuções em massa de cidadãos estadunidenses. Putzgrila ... Será que não existem mais metralhadoras, que tornam bem mais rápida qualquer execução?

Pois é, e tem gente que acredita nisso!

Mas afinal, o que leva alguém a acreditar em algo que contradiz a lógica, o raciocínio dedutivo e às vezes até evidências?

Para responder a esta questão devemos lembrar que o ser humano é emocional na maior parte do tempo. Os interessados em manipular pessoas sabem que devem explorar esta característica, usando o medo como fermento de suas ideias ou informações.

O medo sempre foi utilizado pelas religiões para garantir seus fiéis, o medo do inferno, da danação eterna. Também a culpa, que é outra emoção, é bem explorada pelas igrejas, assim como a tensão emocional. Por que os pregadores gritam tanto, são tão enfáticos? Porque assim criam tensão. Sob tensão as pessoas perdem grande parte de sua capacidade de raciocínio e conforme a tensão aumenta, como em casos de tortura, o cérebro torna-se exausto e extremamente inibido, colapsando a capacidade de julgamento crítico. Daí acreditar em qualquer coisa é possível, visto que o cérebro - exausto torna-se então sugestionável.

A conquista de mentes pelas igrejas tem sido bem estudada.  “...têm maior probabilidade de conseguir êxito se puderem primeiro provocar certo grau de tensão nervosa ou despertar sentimentos de cólera ou ansiedade suficientes para assegurar a atenção inteira da pessoa e possivelmente aumentar sua sugestionabilidade. O efeito imediato de tal tratamento é, em geral, prejudicar o discernimento e aumentar a sugestionabilidade; e, embora a sugestionabilidade diminua quando a tensão é eliminada, as ideias implantadas enquanto ela dura podem permanecer.” (William Sargant)

A sugestionabilidade varia entre os indivíduos, mas dependendo das condições em que a sugestão é oferecida até os menos sugestionáveis acabarão cedendo. Está atrelada às emoções como medo, culpa, tensão, stress, etc.

 “... na atualidade, os magos negros do marketing usam e abusam do poder da sugestão para plantar idéias em nossas cabecinhas – para atiçar nossos mais escondidos desejos – e criar as necessidades mais desnecessárias, pagas em carnês em prestações a perder de vista; tudo para potencializar sua última cartada: o estresse crônico; no qual eles ganham de todos os lados; tanto na construção da armadilha quanto na mentira da cura para desmancha la ...” (Américo Canhoto)

Detentores do poder sempre usam a indução como meio de sugestionar as pessoas, sejam eles o pessoal de marketing, os governos, os políticos ou os “ministros” de Deus. Na maior parte das vezes essa indução passa despercebida.

Que fique bem claro que sugestão, lavagem cerebral, indução podem ser aplicadas a qualquer pessoa, mesmo àquelas de bom nível educacional e inteligentes, pois independem desses quesitos. Como disse anteriormente estão ligadas à emoção e não há ser humano destituído da mesma.

Certamente que o exposto até agora não explica todos os casos de aceitação de algo que contradiz a lógica e o bom senso. O ser humano é altamente complexo e podemos incluir, em alguns casos, excesso de presunção e vaidade – “eu sei tudo, sou o dono da verdade ...” A presunção é tão grande que embota o cérebro.

Quem tem consciência mais desenvolvida terá sempre muito cuidado com quaisquer informações, irá analisá-las e verificá-las para não incorrer no risco de ser manipulado por alguém que tem sua mente na mira.

Imagem: cidadeagorago.com.br

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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Até onde vai o radicalismo e o fanatismo?

fanatismo

Já postei aqui sobre a polarização que está aumentando no mundo. Hoje vamos examinar um outro fenômeno que está ligado à ela e em franco crescimento: a radicalização e o fanatismo.

Quando assistimos os noticiários ou lemos as manchetes na imprensa escrita percebe-se que cada vez mais pessoas e/ou grupos estão apresentando atitudes radicais, extremistas e, muitas vezes, fanáticas.

Há poucos dias acompanhamos um atentado terrorista no shopping do Quênia que durou 5 dias, com um saldo em torno de 100 mortos.

No Iraque seguem acontecendo explosões quase que diárias, sempre matando civis. Na Síria ficamos sabendo do uso contra civis, incluindo crianças, de uma arma altamente letal, a arma química.

Nos Estados Unidos, por incrível que pareça, ainda existem grupos que combatem pela supremacia branca, hostilizando negros e latinos que vivem por lá.

Tudo isso me faz lembrar do período nazista. É tão comum lermos ou ouvirmos dizer que precisamos lembrar do holocausto para que nunca mais se cometa o mesmo erro. Bem, a bestialidade de Hitler por acaso não está presente em extremistas como Bashar al Assad? Acho que não é necessário matar seis milhões para que se configure um holocausto. Diariamente, ao redor do mundo, vemos a barbárie se manifestando em doses menores, mas matando igualmente inocentes e até crianças.

Parece que como agora cada matança é de menor número de pessoas, está tudo bem e não se eleva nenhum clamor mundial.

Já aconteceu de, assistindo na TV, cenas de batalhas entre islamitas eu os ouço gritar enquanto matam seu oponente: Allah u akbar, ou seja, Deus é grande. Caramba! Falar em Deus enquanto mata? O que que é isso??? Só existe uma resposta - fanatismo calcado em ideias completamente distorcidas.

Como blogueira, costumo visitar outros blogs e sites para me manter atualizada e volta e meia fico pasma com o que vejo de manifestações radicais e fanáticas. Por exemplo, percebo isso frequentemente em comentários de crentes religiosos. Até agora não li nenhuma colocação deles que se mostrasse racional. Outro exemplo são as manifestações de caráter político dos esquerdistas de carteirinha e dos direitistas empedernidos. Cada qual só consegue enxergar o que de negativo há no outro. O meio termo parece não existir.

Oh céus, onde andam a razão e o bom senso? Desistiram do ser humano? rsrs

Sei perfeitamente, por minha profissão, que a emoção tem a tendência a dominar o ser humano, mas que também pode ser administrada pela razão, pelo raciocínio. Com o passar dos anos os indivíduos vão amadurecendo e consequentemente usando mais a razão. Pelo menos isso é o que se espera que aconteça a pessoas consideradas dentro do padrão de normalidade. Claro que sempre há exceções, mas o que me causa estranheza é que atualmente parece que a exceção está virando regra.

Ultimamente tenho acompanhado um debate entre pessoas que se classificam como agnósticos e ateus e tenho observado o quão pouco racionais são alguns ateus que se dizem altamente esclarecidos e mestres no uso da razão. Chega a ser patético a quantidade de argumentos que usam para “provar” suas ideias (crenças, na realidade) e que não se sustentam com uma análise mais refletida.

Radicais, fanáticos, extremistas, todos eles se consideram os donos da “verdade” e se acham cheios de “certezas”, como se isso fosse possível no atual estágio de nossa evolução.

Para eles eu deixo um pensamento de Bertrand Russell:

“Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões.”

Pessoal: lembrem que apesar de já termos chegado à lua, ainda somos todos muito, mas muito ignorantes para nos darmos ao desplante de dizer que temos certeza de algumas coisas ou que somos os detentores da verdade absoluta. Essa - não existe! Ainda falta um bom tempo para que a humanidade como um todo tenha alcançado uma consciência mais desenvolvida que não permite fanatismos.

Imagem: dicalinks.com

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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Quão grossa é nossa casca civilizada?

senhor das moscas

Há muitos anos li o livro que mais me impactou negativamente. Deixou-me muito chocada e com tendência a descrer da natureza humana: O Senhor das Moscas de William Golding (prêmio Nobel de 1983). Foi feito filme a respeito, parece que está no Youtube.

Para os que não leram, resumo brevemente: o livro trata de um grupo de meninos, com idades variadas, que sobreviveram a um acidente aéreo e se encontram numa ilha deserta do Pacífico sem a presença de nenhum adulto.

A ilha contém água e bastante caça. Inicialmente há só festejos por não terem que frequentar aulas ou obedecerem a adultos, mas logo percebem que terão de se organizar para sobreviverem. Ralph é eleito líder do grupo e orienta que deverão construir abrigos e plantar para futuramente não carecerem de comida (não sabem quanto tempo transcorrerá até serem resgatados), porém logo depois é contestado por outro elemento do grupo, chamado Jack, um adolescente desbravador, inconseqüente e cruel que propõe que se dediquem apenas à caça e às brincadeiras.

Após várias disputas, o grande grupo se divide  seguindo os dois líderes de temperamentos tão opostos: Ralph e Jack.

O restante do livro mostra os embates que passam a ocorrer entre os dois grupos e onde veremos distintos personagens encenando características humanas como bravura, lealdade, raciocínio lógico, conformismo, controle e finalmente barbárie.

É um livro pesado e sombrio que mostra sem dó a natureza humana. Contudo foi escrito logo após a segunda grande guerra e isso explica o pessimismo do autor em relação à raça humana.

Eu lembrei desse livro quando, há poucos dias, estava lendo sobre o Experimento Robbers Cave que trata da teoria RCT (Teoria do Conflito Realista).

No verão de 1954, num acampamento de escoteiros em Robbers Cave State Park, Oklahoma, o psicólogo social Muzafer Sherif reuniu 22 meninos de 12 anos, separando-os em dois grupos que não tinham ciência da existência do outro nos primeiros dias.

Ambos os grupos formaram times camaradas e unidos enquanto permaneceram separados, todavia quando posteriormente foram postos em contato para competir (um grupo contra o outro) em atividades como baseball, cabo de guerra, etc. começou a haver agressividade ao ponto de meninos terem de ser fisicamente separados  pelos adultos.

Sheerif considerou ter provado a teoria que desenvolveu mais tarde (RCT) de que o que leva grupos a ter preconceitos e estereotipias negativas é a competição por recursos desejados.

No nosso país, o exemplo mais flagrante dessa teoria são as torcidas de futebol com suas atitudes muitas vezes selvagens e totalmente irracionais.

Infelizmente o ser humano se compara com os demais pelas suas diferenças e não pelas semelhanças e se acrescentarmos o fator competição as hostilidades aumentam. Isto fica bem demonstrado no livro O Senhor das Moscas onde os dois grupos que se defrontam são bem diferentes em algumas atitudes e/ou comportamentos.

O mais impactante é que tanto no livro quanto no experimento de Sherif os meninos são de classe média alta, provenientes de famílias cristãs e de bons costumes. Como puderam chegar a cometer atos de selvageria?

Será que a casca de civilidade dos seres humanos é tão fina?

È bom refletir sobre o assunto. Lembrar que em todos nós, lá no fundo,  mora um ser das cavernas, instintivo e primitivo que nunca saberemos quando vai acordar até nos vermos em uma situação limite que vai nublar nossa razão.

Daí a importância de desenvolvermos nossa consciência para poder prevenir esse tipo de tropeço.

Imagem: www.elirodrigues.com

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Somos ricos! Somos cultos!

medicos

Este foi o grito de ordem de um grupo de médicos que protestou frente ao Ministério da Saúde no mês de julho.

Agora eu pergunto: riqueza e cultura dão habilitação para tratar um doente?

Não contentes com o vexame que deram perante a nação, no dia da chegada dos médicos cubanos em Fortaleza fizeram um “corredor polonês” e vaiaram os colegas recém chegados chamando-os de escravos.

Esse episódio me fez sentir muita vergonha de ser brasileira!

A saúde pública está terrível? Está.

Faltam equipamentos e infraestrutura nos postos de atendimento? Sim.

Isso é responsabilidade do governo? É.

Contudo isso não é culpa dos médicos que aqui estão chegando e que vão beneficiar uma população carente. Por que então vilipendiá-los?

Os representantes da classe médica, em suas declarações à imprensa, utilizaram-se de dois argumentos contra a vinda dos médicos estrangeiros: 1) a falta do exame “revalida” e 2) a ausência de médicos brasileiros nos “cafundós” ser por falta de condições para trabalharem.

1) O exame Revalida:

As palavras a seguir são de um médico brasileiro que trabalha em Portugal.

(...) “o Conselho Regional de Medicina de São Paulo, CREMESP, avaliou os formandos de forma obrigatória em 2012. Menos da metade dos médicos foi aprovada nesse exame.

(...) O viés da primeira edição do exame, em 2010, foi vergonhoso. Chamado de Revalida, o exame acontece em duas etapas, uma teórica e outra prática. O nível de dificuldade foi tão grande que só dois, entre mais de 600 inscritos, formados em diferentes escolas médicas do mundo, foram chamados para a segunda fase. Os organizadores reconheceram que o nível de exigência foi além do necessário e prometeram reformular o exame.

Seria bem interessante que nossos médicos se submetessem a este exame ao final do curso de medicina. Não seria justo que os médicos brasileiros também só fossem autorizados a exercer medicina se passassem no Revalida? Se a preocupação é com a qualidade do profissional que vai ser lançado no mercado de trabalho, o que importa se ele foi formado no Brasil, em Cuba ou China? O CFM se diz tão preocupado com a qualidade do médico cubano, mas não faz nada contra o grande negócio que se tornaram as faculdades caça-níqueis de Medicina. No Brasil existe um exército de médicos de qualidade pavorosa.” . (http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/07/os-medos-dos-medicos-brasileiros.html)

Ah, eu sei bem disso. Estou praticamente sem poder caminhar porque após dois anos consultando com diversos médicos (não do SUS, mas de convênio), nenhum deles foi capaz de me dar um diagnóstico para a dor em minhas pernas. Foi preciso eu consultar com um quiropraxista para aí sim obter um diagnóstico. Claro que em dois anos o problema se agravou bastante e agora estou penando para revertê-lo.

2) Falta de condições para os médicos trabalharem.

Sim há falta de condições, mas isso é somente uma desculpa dada pelos médicos “ricos” e “cultos”. Vi num programa de TV que em uma cidade do nordeste não carente de infraestrutura, o prefeito ainda estava procurando um candidato que aceitasse os “míseros” R$ 37.000,00 que estava oferecendo de salário.

Quem me dera ganhar a metade dessa quantia por mês...

Eu entendo que todo profissional tem direito a querer boa recompensa financeira por todo seu investimento anterior, no entanto, atualmente, a classe médica demonstra estar mais preocupada em faturar do que curar seus pacientes (com raras e honrosas exceções).

Essa falta de médicos no interior não é de agora, já existia na década de 1960 quando um primo se formou em Medicina e seus colegas não acreditaram quando ele disse que iria clinicar em uma pequeníssima cidade do interior.

O objetivo da contratação desses médicos estrangeiros é prestar o atendimento básico e para tanto não é necessário equipamentos de última geração, aliás, os médicos brasileiros não sabem mais fazer isto. À chegada de um paciente, mal o olham e após ouvir a queixa já pegam do formulário de pedidos de exames. Não são capazes de auscultar o paciente nem de tocá-lo para um exame físico (como faziam os médicos de antigamente).

O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais, João Batista Gomes Soares disse que iria "orientar meus médicos a não socorrerem erros dos colegas cubanos".

Onde está a ética desse médico????

Não vou defender aqui o Programa Mais Médicos porque não tenho todas as informações para chegar a uma opinião justa, mas tenho visto muita falta de perspectiva nas opiniões que andam por aí na mídia e na internet. Opiniões gratuitas sobre um assunto do qual não se conhece todas as variáveis, portanto, convido a refletir mais antes de emitir uma opinião.

Parece que o corporativismo da classe médica está impedindo-os de serem conscientes, não permita que suas crenças e ideologias façam o mesmo com você.

Imagem: https://plus.google.com/+JornalOGlobo/posts/8HVFCRFnmZX

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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Relacionamento tipo tênis ou tipo frescobol?

Idosos

Hoje, para refletir, um primor de texto de Rubem Alves sobre os relacionamentos. Leia, deguste e pense de qual tipo é o seu relacionamento ...

“Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que, os casamentos (relacionamentos) são de dois tipos: Há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol.

Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me.

Para começar, uma afirmação de Nietzsche com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: “Ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: Você crê que seria, capaz de conversar com prazer com esta pessoa até sua velhice”?

Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.

Sheerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme “O Império dos Sentidos”.

Por isso, quando o sexo já estava morto na cama e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites.

O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fosse música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer.

Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ”Eu te amo...”

Barthes advertia: “Passada a primeira confissão, “eu te amo” não quer dizer mais nada. É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética”.

Recordo a sabedoria de Adélia Prado: “Erótica é a alma”.

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua “cortada”, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar.

O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la.

Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui, ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho prá lá, sonho prá cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão ... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração.

O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor ... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...”

Rubem Alves

Imagem: www.reporternews.com.br/

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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Seja você mesmo

sheeple2

Acho que todos vocês já se deram conta que o ser humano é um conformista, ou seja, imita maneiras de vestir, falar e se comportar de outros. Contudo já se perguntaram até onde vai essa conformidade? As pessoas seriam capazes de negar os próprios sentidos só para se conformar com os demais?

Ash, um psicólogo norteamericano, resolveu realizar um experimento para demonstrar que as pessoas não se deixam afetar pela opinião das demais quando têm uma inequívoca resposta acerca de algo.

Enganou-se.

Eis como transcorreu o experimento:

Ash convocou estudantes de graduação, todos do sexo masculino. Um da cada vez, os fazia entrar numa sala onde havia mais oito pessoas sobre as quais era dito serem outros participantes. A cada um era mostrado um cartaz como a imagem abaixo e pedido a todos que respondessem qual das três linhas do lado direito tinha o mesmo tamanho que a do lado esquerdo?

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O que os participantes não sabiam era que aqueles oito dentro da sala na verdade eram cúmplices do experimentador com a orientação de dar respostas erradas e sempre primeiro eram chamados cinco ou seis antes do verdadeiro participante do experimento.

O procedimento foi repetido doze vezes com variantes da imagem acima e Ash se surpreendeu com as respostas.

“50% das pessoas deram a mesma resposta errada como os outros em mais de metade dos ensaios.

Apenas 25% dos participantes se recusaram a ser influenciados pelo falso julgamento da maioria em todas as 12 provas.

5% mantiveram-se sempre conformados com o parecer incorreto da maioria (todos nós conhecemos pessoas assim, né?)

Durante todos os ensaios, a taxa média de conformidade foi de 33%.

Intrigado sobre o porquê dos participantes terem ido junto com a maioria, Asch entrevistou-os após o experimento. Suas respostas são, provavelmente, muito familiares a todos nós:

a) Todos se sentiam ansiosos, temiam a desaprovação dos outros.

b) Muitos explicaram que viram as linhas de forma diferente do grupo, mas, em seguida sentiram que o grupo estava correto.

c) Alguns disseram que foram junto com o grupo para evitar destacar-se, ainda que soubesse que o grupo estava errado.

d) Um pequeno número de pessoas realmente disse que viram as linhas da mesma forma como o grupo.

Intrigado sobre o porquê dos participantes terem ido junto com a maioria, Asch entrevistou-os após o experimento. Suas respostas são, provavelmente, muito familiares a todos nós:

a) Todos se sentiam ansiosos, temiam a desaprovação dos outros.

b) Muitos explicaram que viram as linhas de forma diferente do grupo, mas, em seguida sentiram que o grupo estava correto.

c) Alguns disseram que foram junto com o grupo para evitar destacar-se, ainda que soubessem que o grupo estava errado.

d) Um pequeno número de pessoas realmente disse que viram as linhas da mesma forma como o grupo.” (http://www.spring.org.uk/2007/11/i-cant-believe-my-eyes-conforming-to.php)

Acho que esses resultados dão o que pensar, não é?

A necessidade do ser humano de “pertencer ao grupo” realmente é bem significativa, porém é mister ter-se cuidado para não virar um “Maria vai com as outras”, ter um mínimo de individualidade como ser pensante. Isso é ter consciência, de si e do que faz. Na adolescência uma atitude conformista é aceitável, depois ... é lamentável.

Cuide para não se tornar um “sheeple”.

Imagem: richardcorrigan.com

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A Lei da Atração funciona ou ...

lei da atração

Com o advento da chamada “Nova Era” surgiu uma nova onda também, a tal de “Lei da Atração”. Muitos ganharam rios de dinheiro escrevendo livros, vendendo vídeos e dando palestras. Para esses, com certeza, a tal lei funcionou. rsrs

Agora, vamos examinar a coisa com cuidado, será que é bem como esses gurus dizem que é? Pensamentos criam a realidade?

Esses gurus nunca definem exatamente a extensão e o grau a que pensamentos criam realidade, assim uma pessoa não entendida no assunto pode concluir que os pensamentos têm uma capacidade ilimitada para criar e manifestar a nossa realidade física, o que, convenhamos, é uma falácia.

O pessoal da Nova Era baseou-se em descobertas da Física Quântica (o simples ato de observar partículas subatômicas afeta seu comportamento) para criar sua teoria. Sim, isso acontece e há quem diga que a realidade que experienciamos é um constructo. Sou inclinada a concordar com tal proposição porque nesse caso são bilhões de pessoas pensando, vendo ou percebendo da mesma maneira. Agora, uma só pessoa mentalizando que tal ou qual coisa vai acontecer já é uma outra estória.

Vou dar dois exemplos de quando a realidade é modificada de forma aparentemente ilógica.

Em 1928, William Isaac Thomas, sociólogo, formulou um teorema que ficou conhecido como o Teorema de Thomas e que diz o seguinte: “Se as pessoas definem certas situações como reais, elas são reais em suas conseqüências.” Um exemplo usual do teorema seria: se muitas pessoas seguem o falso rumor de que seu banco está "quebrando" e todos eles vão retirar seu dinheiro, o banco vai realmente .quebrar.

Esse teorema funciona bastante na política e nas finanças. O mercado de ações é o melhor exemplo, aliás, ele vive dos boatos. Contudo precisamos notar que no caso desse teorema a realidade é modificada por ações e não por pensamentos.

A profecia autorrealizável diz que, quanto mais as pessoas acreditam em uma coisa, mais elas podem influenciar no seu acontecimento. O sociólogo Robert K. Merton define em seu livro Social Theory and Social Structure: "A profecia autorrealizável é, no início, uma definição falsa da situação, que suscita um novo comportamento e assim faz com que a concepção originalmente falsa se torne verdadeira".

Quando as pessoas esperam ou acreditam que algo acontecerá, agem como se a profecia ou previsão já fosse real e assim a previsão acaba por se realizar.

A profecia autorrealizável pode ser emitida por várias pessoas ou por uma só. Neste segundo caso aproxima-se francamente da Lei da Atração. Vejamos um exemplo para melhor compreensão:

“Pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte descobriram que idosos que acreditam que as pessoas mais velhas devem se sair pior nos testes de memória de fato têm notas nestes testes muito abaixo daquelas de idosos que não aderem a esses estereótipos negativos sobre o envelhecimento e a perda de memória.” (http://www.educacaofisica.com.br/index.php/voce-ef/98-saude-bem-estar/4835 )

Ou seja, a profecia autorrealizável nada mais é do que um condicionamento (consciente ou inconsciente). Se usarmos a Lei da Atração desta maneira é bem possível que ela funcione, já para acertar na loto ... rsrs

Somos seres condicionáveis, isto é um fato, portanto podemos sim moldar nossa realidade em certos aspectos. Se você acreditar que pode passar no vestibular, fizer disso um condicionamento e estudar bastante, é claro, com certeza alcançará seu objetivo.

Isso vale para outros aspectos de sua vida, agir como se já tivesse alcançado o que se propõe certamente o levará ao que almeja.

Agora, crer que pensamentos têm o poder de controlar objetos e eventos externos, como o pessoal da Nova Era diz é baboseira. Experimente dedicar todo o seu tempo livre para se imaginar ganhando na loto ... vai envelhecer esperando ganhar. rsrs

O mestre Saint Germain diz que a mente não pode criar a realidade (e ainda bem porque senão o mundo seria um caos) somente a paixão o faz.

Imagem: dicasterapeuticas.blogspot.com

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Você sabe o que é sexo tântrico?

sexo tântrico

O condicionamento do ser humano é algo tão forte que pode atingir qualquer área da vida. Uma das áreas é o sexo, que após milhares de anos de deturpação acabou sendo o que é hoje, uma atividade muitas vezes desgastada pelo hábito e com um único objetivo: ter orgasmo.

Mas, dirão vocês, não é para isso que serve o sexo? Não, o sexo deve ser a mais completa forma de união entre duas pessoas e proporcionar a real intimidade. E mais, segundo os indianos, é uma forma de chegar à Divindade. A partir desta ideia surgiu o sexo tântrico.

O sexo tântrico possibilita uma união real de corpo, mente e também espírito, você se conecta realmente com seu parceiro/a.

O que vem a ser o sexo? Nada mais que energia, uma das formas da energia vital que também pode se manifestar como energia espiritual. Claro que esta interpretação não existe no mundo ocidental, pois aqui estamos sob o jugo das crenças judaico-cristãs. Esse povo que diz o sexo ser coisa do diabo esquece que também diz Deus ter criado tudo, portanto criou a sexualidade também.

“Um bom ponto de partida para o sexo tântrico é saber que:1) Ele começa com você. 2) O sexo tântrico é sobre consciência, presença, entrega e totalidade. Sexo Tântrico é o sexo natural e espontâneo.” (http://neotantra.com/)

Começando pelo básico, a raiz sânscrita da palavra Tantra é: "Tan" – que significa expansão e "tra"- liberação. Tantra, então, pode ser interpretado como o caminho da liberação através da expansão.

No Tantra não existem regras nem dogmas, não existe manual para realizá-lo, é mais uma questão de atitude perante a vida e o universo com questionamento e coragem para enfrentar o desafio do desconhecido.

É comum as pessoas pensarem que o sexo tântrico é aquele com mirabolantes posições posturais. Esse é o Kama Sutra que não tem nada a ver com Tantra. Sim, no sexo tântrico você pode aprender algumas posições, mas não é o mais importante e sim a atitude mental de entrega.

No sexo comum o orgasmo limita-se à área genital, no Tantra “todo o corpo pode ser transformado em um '' corpo orgástico'', o que possibilita uma enorme variedade de experiências sensuais e eróticas. O orgasmo genital é muito importante, mas é apenas o começo deste processo.” (http://neotantra.com/)

No sexo corriqueiro é bastante comum a ânsia por atingir o orgasmo fazer com que se perca toda uma gama de contato prazeroso e amoroso com o parceiro/a.

Alguns pensam que no sexo tântrico não existe orgasmo. Pode haver sim, contudo ele não é o objetivo final e ademais não é aquele orgasmo de duração curtíssima, ele é prolongado.

Agora, um aviso: para poder praticar o sexo tântrico você precisa de elevada autoestima, precisa amar a si mesmo, o que muitos pensam que fazem, mas estão só se enganando.

“No sexo Tântrico, o prazer sexual é o conjunto todo: a sua mente, seu corpo e seu espírito. Em outras palavras, a sexualidade Tântrica é uma crescente satisfação sexual no nível físico e emocional, bem como no nível espiritual. A essência da sexualidade Tântrica é que o sexo pode ser muito mais do que uma simples experiência física. Assim, o sexo Tântrico é um ato muito íntimo envolvendo deliciosamente longas sessões de amor, prazer e conexão. No sexo tântrico não existe começo, meio e fim, da forma tradicional como conhecemos o sexo. O que existe é o momento presente a cada etapa da viagem.” (http://neotantra.com/)

Então, leitor, o sexo tântrico traz de volta a magia e o encantamento que foi perdido há muito tempo atrás, antes de terem transformado o sexo em algo libidinoso e motivo de piadas.

Este post foi a pedido de um leitor e eu não sou especialista no assunto, somente conheço uma pessoa que o pratica, portanto espero ter contribuído de alguma forma para esclarecê-los. Desejando saber mais consultem o site cujo link informei.

Imagem: www.papofeminino.uol.com.br

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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Conheça os mecanismos de defesa que usamos - II

mma

Como prometido no último post, continuação sobre os mecanismos de defesa...

Racionalização “é um mecanismo de defesa, parte consciente e parte inconsciente, no qual as falhas e os erros são perdoados e desculpados, tanto para o próprio sujeito como perante os outros, de modo a que seja preservada a autoestima do sujeito. O ego ajusta-se à realidade não só tendo em conta a realidade das coisas, mas também as necessidades narcisistas e instintivas do indivíduo. O sujeito apoia-se num raciocínio lógico para explicar os seus sentimentos e emoções que não controla. Torna racionais e coerentes pensamentos e ações inaceitáveis cujos mecanismos inconscientes lhe escapam, e com esta atitude tenta disfarçar os seus conflitos internos perante si e perante os outros.

É uma forma de aceitar a pressão do superego, de disfarçar os verdadeiros motivos e de tornar o inaceitável mais aceitável. Enquanto obstáculo ao crescimento, a racionalização impede a pessoa de aceitar e de trabalhar com as forças motivadoras genuínas, apesar de menos recomendáveis”. http://www.infopedia.pt/$racionalizacao-%28psicologia%29

Conheci uma pessoa que usava bastante este mecanismo e sempre sabia que ela iria usá-lo quando começava as frases com: ”não é bem assim”... Aí vinha o “chá” de explicações “racionais”. rsrs

Outro exemplo é a conhecida estória da “raposa e as uvas”, desdenhar o que não se pode comprar.

Intelectualização é um tipo de racionalização onde, para diminuir ou controlar impulsos ou sentimentos penosos para a pessoa, ela usa excessivamente do conhecimento, de discursos intelectuais, de teorizações. Com isso a pessoa nega o conflito tentando entendê-lo de forma puramente racional fugindo das emoções que podem lhe gerar sofrimento.

Este mecanismo é comumente observado em pessoas com fortes traços obsessivos ou esquizóides.

Podemos reconhecer este mecanismo em pessoas que dizem: “eu sei sobre isso, já li tudo a respeito” ou algo parecido.

Compensação é o Mecanismo de Defesa que tem como objetivo manter ou melhorar a autoestima, diminuir a ansiedade gerada em situações onde a pessoa se sente inferior (seja real ou não a inferioridade). A pessoa se compensa por alguma deficiência (real ou imaginária) por intermédio de alguma outra característica sua que demonstre valor.

Exemplos: um aluno obeso ou deficiente físico compensa sua falta de habilidade nas aulas de Educação Física sendo excelente em Matemática. A jovem que se sente feia acha que tem de ser simpática, pelo menos ...

Repressão. Aqui o indivíduo afasta da consciência uma ideia ou situação que causa ansiedade. É uma forma de lidar com conflitos internos ou externos, entretanto o conteúdo reprimido não é eliminado, ele permanece no inconsciente.

É bem comum aparecer este mecanismo em pessoas que tenham uma alta carga religiosa em relação ao sexo. Este é pecado, sujo, etc, então os desejos instintivos são reprimidos. Nestes casos podem aparecer conseqüências como doenças psicossomáticas, frigidez e fobias.

Sublimação é uma forma de satisfação indireta onde os impulsos do id são rechaçados pelo ego e superego. A forma de satisfação deve ser aprovada pela sociedade.

Um bom exemplo é a agressividade de um sujeito ser sublimada através de suas lutas de boxe, MMA ou outras ou trabalhando como policial.

A arte era considerada por Freud uma forma de sublimação, nela o artista pode expressar conteúdos condenáveis de forma socialmente aceita.

Enfim, com estas duas postagens deu para ver que somos seres complicados e complexos, mas não desanimem, continuem seu processo de autoconhecimento porque ele só traz benefícios. Só evoluímos como seres se nos autoconhecermos. É o primeiro passo para a evolução da consciência.

Imagem: www.treinamentoesportivo.com

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terça-feira, 23 de julho de 2013

Conheça os mecanismos de defesa que usamos - I

defesa

Já postei aqui no blog sobre alguns mecanismos de defesa (mecanismos internos de proteção do Ego e de controle usados automaticamente, para enfrentar angústia, impulsos agressivos, ressentimentos, frustrações, etc.). como a negação, projeção,e transferência.

Hoje vou discorrer sobre mais alguns porque os mecanismos de defesa interferem, e muito, não só na percepção das pessoas, mas também em seus relacionamentos.

Introjeção: é um processo inconsciente pelo qual o sujeito incorpora ao eu características do exterior, pode ser de pessoas e qualidades inerentes a elas. Segundo a teoria gestáltica, é absorver, sem reflexão, ideias, normas, hábitos, valores, etc.. Seria esta a base de formação dos “eu devo”, “eu preciso”. Com este conhecimento nota-se como é importante o que os pais passam para seus filhos através de suas palavras e atitudes.

É considerado o mecanismo mais arcaico dentre aqueles que se dirigem a um objeto exterior.

Exemplos de introjeção: o garotinho que finge fazer a barba (como o pai); a menininha que usa os vestidos e sapatos da mãe; a adolescente que repete as gírias e/ou maneirismos do seu astro preferido; o adulto que repete as frases “inteligentes” do seu político favorito; o bobalhão, que após assistir a Fórmula I, vai para as ruas dirigindo na velocidade de seu ídolo.

Anulação: ações ou rituais mágicos que contestam ou desfazem uma ação anterior. Exemplos: dar um beijo no irmãozinho caçula depois de ter batido nele; fazer o sinal da cruz ou beijar a medalha de Nossa Senhora para afastar um pensamento pecaminoso;

Este mecanismo é muito utilizado na patologia chamada Transtorno Obsessivo-compulsivo, aí ela é referida como anulação retroativa.

Clivagem é um mecanismo de defesa descrito por Melanie Klein e por ela considerado como a defesa mais primitiva contra a angústia. Neste mecanismo, há uma cisão tanto a nível do ego, como ao nível do objeto primário.

O objeto visado pelas pulsões eróticas e destrutivas cinde-se num "bom" e "mau" objeto, que terão então destinos relativamente independentes no jogo das introjeções e das projeções. http://www.infopedia.pt/$clivagem-%28psicologia%29;jsessionid=RptS2j0Tcf62Q7JGZnAwOA__ Exemplo: devemos odiar o pecado e amar o pecador ou como diriam os pastores evangélicos: amar o homossexual e odiar a homossexualidade.

Segundo Freud a clivagem é "uma fenda no ego a qual nunca se cura, mas, ao contrário, aumenta à medida que o tempo passa", portanto podemos ver que essa cisão no Ego é um efeito bastante sério.

Conversão: É a expressão de um motivação recalcada num sintoma somático, que pode ser motor (paralisia, tremor, convulsão) ou sensitivo (parestesia, anestesia, dor, distúrbio de visão ou audição).

Não é a mesma coisa que somatização, na conversão a pessoa representa, através da linguagem corporal, um conflito inconsciente e na somatização há apenas uma situação de stress (que também pode ser grave).

A conversão é muito encontrada em pacientes histéricos

Deslocamento: mecanismo pelo qual é deslocada uma motivação ou emoção do seu primitivo objeto para outro substitutivo.

É bem conhecido o exemplo do sujeito que levou bronca do chefe, chegando em casa desconta na mulher que desconta no cachorro ou gato. rsrs

Quantas vezes já não fizemos algo parecido? Bom para refletir a respeito.

“Os mecanismos de defesa não representam apenas o conflito e a patologia, eles são também uma forma de adaptação. O que torna “as defesas” um aspecto doentio é sua utilização ineficaz ou então sua não adaptação às realidades internas ou externas. (Bergeret, 2006)”. http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/mecanismos-de-defesa

Espero não ter assustado alguém com esta matéria e quero esclarecer que os mecanismos de defesa são empregados por todos nós, na vida cotidiana, para proteção do Ego e conseguir estabilidade emocional.

No próximo post tem mais mecanismos. Até lá.

Imagem: noticias.universia.com.br

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terça-feira, 16 de julho de 2013

Você é gente fina?

Gente fina

Recebi este texto em forma de pps e achei oportuno partilhar com vocês porque fala de alguns comportamentos que volta e meia as pessoas esquecem como são importantes para um bom convívio.

Resumindo o texto, ele fala de alguém que já tem uma consciência mais desenvolvida.

Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça,

loira, morena, alta ou baixa.

Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação.

Todos a querem por perto.

Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões quando necessário.

É simpática, mas não bobalhona.

É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos

certos e errados:

sabe transgredir sem agredir.

Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana.

Ajuda-te, mas permite que

você cresça sozinho.

Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente,

não somente para agradar.

Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente:

num boteco de beira de estrada e num castelo no interior da Escócia.

Gente fina não julga ninguém.

Tem opinião, apenas.

Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e,

como o próprio nome diz, não engrossa.

Gente fina não veio ao mundo para colocar areia no projeto dos outros.

Ela não pesa,

mesmo sendo gorda,

e não é leviana,

mesmo sendo magra.

Gente fina não faz fofoca,

se coloca no lugar do outro.

Gente fina é amável, honesta, verdadeira e confiável.

Gente fina... é que tinha que

virar tendência.

Se colocarmos na balança, é ELA, quem faz a diferença.

Gente fina é generosa, suas mãos tem sempre algo para oferecer.

Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera.

É o que mais se pode querer!

E eu digo assim seja.

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