"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Os perigos da obediência

obediencia
A sociedade humana foi estabelecida em cima da obediência. Em grupos gregários organizados, se os indivíduos não obedecerem às leis, regras e normas vigentes para o bom andamento do grupo, a anarquia se estabelece e o caos impera.

Desde a infância somos ensinados a obedecer - como bons cãezinhos em treinamento. Sim, precisamos desse treinamento civilizador para depois saber conviver com os demais em sociedade, contudo este treinamento, em certa medida, acaba com uma preciosa característica humana que é a criatividade e também contribui para embotar ou diminuir a consciência de cada um. Pessoas obedientes costumam abrir mão de sua autonomia e, muitas vezes, até de sua responsabilidade.

Ultimamente tenho refletido bastante sobre os efeitos da obediência humana à autoridade. Se nos ativermos à história ela está repleta de fatos danosos resultantes da obediência à autoridade: envio à tortura e fogueira pelos padres durante a Inquisição, brutalidades e assassinatos por soldados e oficiais nazistas nos campos de concentração, só para dar dois exemplos.

Atualmente a mídia me traz alguns exemplos das conseqüências da obediência irrefletida: as pessoas acreditam em tudo que é dito pelas “autoridades”, não importa de qual área seja, basta ser considerada uma autoridade pela sociedade em geral. Esse comportamento facilmente leva a um outro já apresentado aqui (Mentalidade de rebanho explicada)  ou seja, a obediência sem reflexão pode ser danosa para quem a pratica e chegando até a ser danosa ao outro/s como foi verificado nos experimentos de Milgram.

Em 1961 Stanley Milgram conduziu na Universidade Yale um experimento para entender melhor a obediência à autoridade: Realizei uma experiência simples na Universidade de Yale para testar até que ponto um cidadão comum poderia infligir dor a outra pessoa simplesmente porque essa ordem lhe foi dada por um cientista experimental. A autoridade rígida foi oposta aos imperativos morais mais fortes dos testados contrárias a ferir os outros. Com os ouvidos retinindo com os gritos das vítimas, a autoridade vencia na maioria das vezes. A extrema disposição de adultos obedecerem totalmente ao comando de uma autoridade constitui o principal achado desse estudo: fato este que necessita, com maior urgência, de uma explicação.”

A experiência consistia em administrar choques elétricos (o sujeito acreditava nisso) a um outro indivíduo a cada vez que o mesmo errasse uma resposta dada numa sequência de perguntas. Os choque iam de 15 a 450 volts.

Segundo Milgram: “Para muitos, a obediência é uma tendência comportamental profundamente arraigada, chegando mesmo a ser um forte impulso que sobrepuja o treinamento em ética, solidariedade e conduta moral. Muitas pessoas eram, de certa forma, contra o que fizeram ao aluno e muitas protestaram ao mesmo tempo em que obedeciam. Algumas estavam totalmente convencidas da crueldade de suas ações, mas não podiam se decidir a romper abertamente com a autoridade.”

“Dos quarenta sujeitos que participaram da primeira experiência, 25 obedeceram às ordens dos experimentador até o final, punindo a vítima até que chegassem ao mais potente choque que o gerador podia oferecer. Depois que 450 volts foram aplicados por três vezes, o experimentador encerrou a sessão. Muitos do pacientes obedientes suspiraram então de alívio, enxugaram suas testas, esfregaram os olhos com os dedos ou nervosamente puxaram seus cigarros.”


Em suas análises, Milgram relembra o que disse Hannah Arendt sobre a banalidade do mal durante o julgamento de Adolf Eichmann que ela classificou não como monstro, mas como um simples burocrata cumprindo ordens. Depois de testemunhar centenas de pessoas comuns se submeteram à autoridade em nossas próprias experiências, devo concluir que a concepção de Arendt a respeito da banalidade do mal está mais próxima da verdade do que se ousaria imaginar. As pessoas comuns que administraram choques na vítima o fizeram devido a um senso de obrigação – uma impressão de seus deveres como paciente – e não devido a tendências peculiarmente agressivas.”

(...) “A essência da obediência é que uma pessoa passa a se ver como o instrumento que executa os desejos de outra e que, portanto, deixa de se considerar responsável pelas suas ações. A moralidade não desaparece – adquire um enfoque radicalmente diferente: a pessoa subordinada sente vergonha ou orgulho, dependendo de quão adequadamente executou as ações solicitadas pela autoridade.


O idioma possui inúmeros termos para determinar esse tipo de moralidade: lealdade, dever, disciplina são todos termos bastante saturados de significado moral e que se referem ao grau com o qual uma pessoa cumpre suas obrigações para com a autoridade.”

(...) “Há, assim, uma fragmentação da ação humana total; ninguém é confrontado com as consequências da sua decisão de executar o ato mau. A pessoa que assume a responsabilidade desapareceu. Talvez seja essa a característica mais comum do mal socialmente organizado na sociedade moderna.”


Talvez nos dias atuais essa experiência tivesse um resultado diferente porque estão soprando ventos de rebeldia pelo planeta, mas não creio que seria uma diferença muito significativa, pois embora haja uma confessa rebeldia social e política, por outro lado os seres humanos ainda são condicionados pela obediência à autoridade, haja vista como obedecem às recomendações da ciência médica a respeito das vacinas (cada dia mais alvo de suspeitas).

Finalizando, quero deixar o alerta sobre a obediência sem reflexão ou sem consciência. Não há autoridade que seja dona da verdade, mesmo a ciência volta e meia desdiz ou refuta conceitos e teorias anteriores tidos como acertados.

Para evoluir a consciência é necessário questionar, questionar sempre!

Fonte: http://www.bernardojablonski.com/pdfs/graduacao/perigos_obediencia.pdf

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Youtube, Circo Romano atual

youtube

Os circos romanos eram o lugar de entretenimento do povo na antiga Roma. Tais obras de engenharia foram inspiradas nas similares gregas, só que ganharam proporções gigantescas, sendo que ao final de suas obras, o Circus Maximus acomodava até 385.000 pessoas.

Nestes locais realizavam-se corridas de bigas e quadrigas,combates de gladiadores, lutas de animais, execuções, batalhas navais, caçadas e outros divertimentos tão ao gosto dos romanos da época, ou seja, festivais de sandice e estupidez humana.

Hoje temos ainda festivais assim espalhados pelo mundo e mais recentemente o maior circo de todos: o Youtube. Claro que há muitos vídeos educativos e instrutivos lá, mas o ranking de acesso nos mostra que entre os vídeos mais acessados estes não são encontrados.

Resumindo, é um festival de besteirol e nonsense.

Outro dia, não sei o que estava procurando quando de repente vi um vídeo de um tal de Irmão Rubens: Curiosa com o título resolvi assisti-lo e após não resisti a verificar os comentários. Bem, aí começou a real diversão (ou tristeza). Oh, céus, quanta ignorância, preconceito, desinformação e semialfabetismo. Aí fui olhando outros vídeos e seus relativos comentários. Continuou a mesma coisa.

Já tinha encontrado muito português (idioma) assassinado na internet, mas fiquei impressionada com o que li nos comentários. Abaixo da crítica. Também impressionou-me a carência de argumentação sensata ou lógica, a falta de informação, a falta de cultura.

Abaixo transcrevo, sem correção alguma, algumas das “pérolas” encontradas. Divirta-se ou ... chore.

“ALGUEM SABE DA ONDE É ESSE IDIOTA ELE DEVE SER MAÇOM PRA FALA ESS AS BESTEIRAS QUE PENE QUE NEM TODOS SAO LIBERTOS”

“CARA VC É LOUCO

VC É MUDO

TEM QUE COLOCAR VÓS ELETRÔNICA PRA FALAR” (primeira vez que encontro “voz” redigida assim)

“Vc ta defecando pela boca. Awey”

“eu também defendo kadafi, mubarak, sadan, xavez pois estão peitando o sistema” (???????)

“deixa de ser burro;”

“Partilho com você a dor de ver tantos sendo enganados, iludidos, profanados em sua fé, e em nome dessa fé, mas "muy pronto" me dei conta de que é trabalho perdido mostrar novas experiencias à mentes tão bitoladas, especialmente os "protestantes" (os evangélicos), eles conhecem a "biblia", mas não as mãos que a escreveu, as mentes por traz da palavra e suas intenções, o porque livros foram retirados, outros adicionados, uns modificados, e textos destruidos, os homens são dominados pela ignorância” (eu que o diga após a leitura dos comentários)

“ESSE SILVIO É UM CARA DE CORAGEM EM TRAZER O IRMÃO RUBENS E QUEBRANDO TOTALMENTE A TRADIÇÃO DESSA EMISSORA, FATO É QUE JAMAIS VEREMOS O IRMÃO RUBENS SENTADO NO SOFÁ DO JO SOARES, OU EM QUALQUER CANAL DE TV ABERTA FALANDO EM REDE NACIONAL E DENUNCIANDO OS PLANOS DOS ILLUMINATIS QUE TAMBÉM SÃO DONOS DE TAIS EMISSORAS.” (esse aqui também acredita no “perigo” dos Illuminatis)

“Acredito que muitos consideram seu comentário "extravagente e desnecessário" você falou de "lixo" mas de onde vem tanto lixo ? Da próxima vez, utiliza palavras sábias para debater qualquer assunto, grande comentarista !!! para áqueles assuntos os quais não tens interesse, não comentas, só pioras !!!”

“nunca vi tanta bobagem em tão pouco tempo.....2 minutos e um caminhão de mxxxx....” (censurado. rsrs)

“O Brasil mandou dinheiro para socorrer a Espanha, aqueles padeiros asquerosos fedidos a bacalhau que tratam brasileiro igual a cachorro no aeroporto??? Eles que se acham "superiores" que vão cuidar daquele país marroquino deles sozinhos.” (se os espanhóis são preconceituosos, essa criatura é o que?)

“esse padre é um completo BABACA vai a mxxxxx... (censurado)

JUDEUS são outro LIXO também

Bando de lixo.” ... (ainda hoje, num país multicultural com o nosso, dá pra aguentar isso?)

“vc tem cuidar e da sua salvaçao e nao analfabetismo , saber escrever e le bem nao salvar vc, DEUS TEM HAVER COM SEU CARAÇAO ., e nao com sua escrita certa ou errada, no mais DEUS TI ABENÇOE...” (é, analfabeto, porém salvo...)

“prefiro o diabo se vc ou esse babaca tive no céu” (o “tive” quer dizer “estiver”)

Deu para ter uma ideia a que me refiro?

Tenho pensado bastante ultimamente qual será o futuro deste país. Estas gerações mais novas não leem, não tem cultura e despendem seu tempo livre em futilidades. Cada vez mais a corrupção aumenta por aqui e com esses eleitores o que podemos esperar de melhoria? Parece-me que esse povo não precisa expandir a consciência, precisa mesmo é TER consciência.

Acordem. Cada um faça a sua parte para ver se podemos mudar esse cenário tão infeliz.

Imagem: turbosocialmedia.com

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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Tempos virtuais

tempos virtuais

Recebi por e-mail e desconheço a autoria. Vale a pena refletir sobre o que diz o autor. Sublinhados por minha conta.

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.

Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: “Qual dos dois modelos produz felicidade?”

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: “Não foi à aula?” Ela respondeu: “Não, tenho aula à tarde”. Comemorei: “Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde”. “Não”, retrucou ela, “tenho tanta coisa de manhã...” “Que tanta coisa?”, perguntei. “Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina”, e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: “Que pena, a Daniela não disse: Tenho aula de meditação!” Estamos construindo super-homens e super mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: “Como estava o defunto?”. “Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!” Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...

A palavra hoje é “entretenimento”; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: “Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro,você chega lá!” O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, autoestima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping-center. É curioso: a maioria dos shoppings-centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Deve-se passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: “Estou apenas fazendo um passeio socrático.” Diante de seus olhares espantados, explico: Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:...

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser Feliz"!!!

Imagem: incommunseries.com

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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Imposição de mãos – mistificação ou ciência desconhecida?

reiki

A imposição de mãos para a cura é um método talvez tão antigo quanto o ser humano, mas ainda hoje, pleno século 21, é desconhecido o seu funcionamento pela ciência, considerada pelos desinformados como picaretagem e para alguns, dependendo de quem a aplica, pode ser dom de “Deus” ou ato do “demônio”.

Não sei quem é pior, se os religiosos que deturpam tudo ou os cientistas cartesianos com seu ceticismo estúpido. Os humanos, no seu afã de separar o conhecimento das superstições, acabaram por deixar de lado a pesquisa de assuntos considerados “mágicos” com isso travando o desenvolvimento de uma medicina mais humanista, mais natural e que acabou se tornando uma prostituta mantida pela indústria farmacêutica.

A imposição de mãos não tem nada a ver com desencarnados (como alguns detratores do espiritismo pensam) e não é dom divino de uns poucos escolhidos (todo e qualquer um pode fazê-lo além dos pastores) é simplesmente a utilização de energias que não foram ainda estudadas pela ciência (está timidamente começando agora).

Encontrei uma dissertação de mestrado de Ricardo Monezi, provavelmente um cientista de mente aberta, que traz um pouco de luz para este assunto.

Eis o resumo de sua dissertação: “Avaliação de efeitos da prática de impostação de mãos sobre os sistemas hematológico e imunológico de camundongos machos. São Paulo, 2003.75p.Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo.

Estudamos a impostação de mãos sobre camundongos, avaliando parâmetros hematológicos e imunológicos. Nossos resultados demonstraram nos animais que receberam a impostação de mãos uma diminuição significativa do número de plaquetas, elevação do número de monócitos na leucometria específica, elevação da atividade citotóxica de células não-aderentes com atividade NK (células Natural Killer) e LAK (células matadoras ativadas por linfocinas). Os grupos controle e placebo não mostraram qualquer alteração Os resultados encontrados nos levam a concluir que há uma alteração fisiológica decorrente à impostação de mãos e que há que se estudar por que ela ocorre.”

Os céticos costumam dizer que as curas da medicina alternativa ou de “curandeiros” são única e exclusivamente produtos da autosugestão dos pacientes. Bom, o Dr. Monezi usou camundongos e constatou alterações fisiológicas. E agora, ratos também são autosugestionáveis? rsrs

Em sua dissertação ele cita algumas imposições de mãos bem conhecidas como:

Entre as diversas técnicas que trabalham com a impostação de mãos podemos citar o Toque Terapêutico (KRIEGER, 1976), o Jin Shin Jyutsu (BURMEISTER, 1997), o Reiki (WARDELL, 2001), o Qi Gong e o Johrei (OSCHMAN, 2000).

De acordo com KRIEGER (1976), o TT não possui qualquer base religiosa e independe da fé ou crença daquele que o recebe ou do praticante para ser efetivo. Sua aplicação requer, entretanto, a intencionalidade consciente do praticante com o intuito de repadronizar o campo energético humano.

O Jin Shin Jyutsu, descrito por Jiro Murai, no Japão, envolve o toque em pontos determinados do corpo do paciente, chamados “pontos de segurança de energia”. Os praticantes acreditam que suas mãos funcionam como “baterias energéticas”, que podem “carregar” determinadas áreas e “descarregar” outras, conforme a necessidade da pessoa, visando restabelecer e harmonizar os padrões circulatórios da energia (BURMEISTER, 1997).

O Qi Gong é considerada uma técnica chinesa de impostação de mãos milenar. “Qi” significa energia e “Gong” é a união das condições fisiológicas, mentais e emocionais do praticante. É um método que visa mobilizar, harmonizar e aplicar o "fluxo energético" no corpo. Os praticantes acreditam que, ao realizar os exercícios de Qi Gong, os pontos de entrada de energia estarão abertos absorvendo a energia da natureza (ZHANG, 1998).

O Johrei é uma prática de impostação de mãos, descrita por Mokiti Okada, no Japão, vinculada à igreja messiânica. Seus praticantes acreditam que através da impostação de mãos sobre o corpo de uma pessoa energias invisíveis podem provocar alterações tanto no físico quanto no emocional e espiritual (OSCHMAN, 2000).

O Reiki é uma técnica de impostação de mãos que foi concebida no Japão, no final do século XIX; seus praticantes acreditam na existência de uma energia sutil que pode ser canalizada e transmitida a outras pessoas através de pontos específicos intitulados de Chakras (BULLOCK, 1997; WARDELL, 2001).”

Há relatos de aplicações destas técnicas em inúmeras áreas da medicina como recurso complementar às terapias convencionais (KELNER & WELLMAN,1997;WIRTH & BARRET, 1994) demonstrando resultados promissores, sobretudo na recuperação de pacientes crônicos e imunodeprimidos, como, por exemplo, pacientes oncológicos, tanto pediátricos quanto adultos (OLSON & HANSON, 1997; FERNANDEZ, 1998), pacientes com síndrome de imunodeficiência adquirida (SIDA) (TOUPS, 1999) e, também, no alívio de sintomas como dispnéia, edemas e ansiedade em pacientes terminais (BULLOCK, 1997), como adjuvante na terapia com opióides no manejo da dor e em pacientes obstétricas durante a gravidez (PETRY, 2000A, B, C; RANZINI, 2001; SATYA, 2001).”

Felizmente encontram-se mentes abertas também no meio científico, portanto suspeito que daqui pra frente haverá mais pesquisas a respeito, o que ajudará a humanidade a sair das trevas da ignorância em que ainda se encontra.

Fonte: Dissertação de mestrado de Ricardo Monezi Julião de Oliveira

Imagem: retirada da dissertação de mestrado do Dr. Monezi

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