"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Ignorância, pobreza e religião: combinação mortal

África

Mais de uma vez meus olhos lacrimejaram enquanto lia depoimentos e assistia vídeos sobre esta matéria. É triste e lamentável o que acontece com crianças pobres em pleno século vinte e um.

Partilho o assunto com vocês para que tomem consciência dessa combinação que pode ser mortal: ignorância, pobreza e religião e para que cada um possa fazer a sua parte para minimizar a situação, nem que seja simplesmente divulgando (pode chegar até alguém que se candidate a voluntário).

Crianças-bruxas e crianças-talibés, diferentes etnias e diferentes religiões, mas todas vítimas da ignorância de seu povo, da pobreza de seus pais e da ganância de líderes religiosos.

“Talibé é uma palavra de origem árabe e significa discípulo ou seguidor.

No Senegal talibé é o termo usado para um menino que é obrigado a mendigar pelas ruas. São crianças com idades entre 5 e 17 anos que são enviadas por seus pais para os Marabus, a fim de que estes ensinem a elas a educação Corânica.

Talibés, assim como crianças de rua, são facilmente reconhecíveis em todo Dakar através dos trapos que elas vestem e pelas latas de extrato de tomate que balançam em torno de seus pescoços. Marabus são líderes muçulmanos altamente respeitados pela população e pelas autoridades locais. Um Marabu pode ter entre 15 e várias centenas de talibés sob seus cuidados a depender de sua reputação. Sua missão é ensinar a educação corânica aos talibés. Esta formação é acompanhada por iniciações práticas na vida da comunidade, para adquirir o senso de humildade e resistência em todos os tipos de provações.

Os talibés vivem muitas vezes em condições desumanas, onde fome, sede e doenças são terrivelmente excessivas. Mendigar é parte da educação corânica. Durante o dia, os marabus enviam os seus talibés para às ruas para que eles possam mendigar. Os marabus exigem uma quota equivalente a um dólar por dia, e se o talibés não atingem essa meta, eles são espancados pelos seus “educadores”. Estima-se que os talibés já representam mais de 120 mil da população no Senegal. Mesmo que eles recebam alguma educação de seus professores religiosos, esta educação é tão ínfima que não é capaz de proporcionar a eles sequer um emprego decente.

A maioria vive em uma daara – um tipo de barraco – que funciona como uma escola corânica e é compartilhada com até 25 – 30 outros meninos. A daara é controlado por um marabu (professor) que recebe o dinheiro recolhido pelos meninos. Esses úmidos, apertados e sufocantes alojamentos oferecem condições propícias para a disseminação da tuberculose e outras doenças infecciosas. Água encanada é algo que não existe nesses lugares. As crianças raramente se banham. Elas dormem, comem e trabalham com as mesmas roupas. Alguns marabus insistem que as crianças não tomem banho ou lavem as suas roupas para que as pessoas tenham pena delas e doem mais.” - http://caminhonacoes.com/novo/o-que-e-talibe/

Já na Nigéria, é outro o infortúnio das crianças: são acusadas de bruxas pelos pastores (pentecostais e neopentecostais) para que os mesmos, por altos preços, as exorcizem do mal do qual estão possuídas.

“Se algum líder religioso atribui esta condição a alguma criança, ela fica para sempre marcada por esse estigma. Se alguém da família dela fica doente, a culpa é da criança-bruxa, qualquer mal que aconteça acaba sendo ligado à criança-bruxa.

“São praticadas várias torturas contra as crianças. O cardápio da violência inclui prego na cabeça, engolir ácido, derramar óleo quente, tudo no desespero de tirar da criança o suposto feitiço.” http://caminhonacoes.com/novo/dentista-salva-criancas-bruxas-na-africa/

“Domingos Pedro só tinha 12 anos quando seu pai morreu. Ele se foi subitamente, e a causa da morte era um mistério para os médicos. Mas não para os parentes de Domingos. Eles se reuniram naquela tarde, na casa de barro em que a família de Domingos vivia, conta o menino, e o apanharam e amarraram suas pernas com uma corda.

A corda foi suspensa da viga de 3 m de altura que sustentava o telhado da construção, e o menino foi suspenso, de cabeça para baixo, por sobre o piso de terra. Em seguida, os parentes disseram a Domingos que cortariam a corda caso ele não confessasse que assassinou o pai.

"Eles gritavam 'bruxo! Bruxo!'", lembra Domingos, com lágrimas escorrendo pelo rosto. "Havia tanta gente gritando comigo, todas ao mesmo tempo." Aterrorizado, Domingos lhes disse o que desejavam ouvir, mas isso não bastou para apaziguar os parentes.” (http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI2079639-EI294,00-Criancas+africanas+sao+acusadas+de+bruxaria.html)

Domingos foi salvo, mas muitos outros não tiveram essa sorte.

Mais de 5 mil crianças foram assassinadas ou estão desaparecidas desde 2005.

Caminho Nações é uma associação humanitária sem fins lucrativos fundada pelo movimento cristão “Caminho da Graça” em 2010 que realiza um serviço extraordinário de ajuda a essas crianças tão desafortunadas.. É de orientação cristã, mas seus colaboradores voluntários pertencem a várias orientações religiosas, como espíritas, católicos, muçulmanos e inclusive ateus. Para fazer doações ou trabalhar como voluntário, acesse o site http://caminhonacoes.com/novo/

Assistam a um dos vídeos:

https://www.youtube.com/watch?v=2iBrvP9WiLQ#t=472

Imagem: youtube

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segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Uma explicação não cartesiana para consciência

consciência

O texto a seguir é do site Spirit Science and Metaphysics. Considero oportuno postá-lo aqui porque se trata da validação de um cientista renomado de assuntos que expomos neste blog. Negritos por minha conta.

“Um livro intitulado "O biocentrismo: Como a vida e a consciência são as chaves para entender a natureza do Universo" agitou a Internet, porque contém uma noção de que a vida não acaba quando o corpo morre, e ela pode durar para sempre. O autor desta publicação, o cientista Dr. Robert Lanza, que foi eleito o terceiro mais importante cientista vivo pelo NY Times, não tem dúvidas de que isso é possível.

Além do tempo e do espaço

Lanza é um especialista em medicina regenerativa e diretor científico da Advanced Cell Technology Company. Antes ele ficou conhecido por sua extensa pesquisa que tratava com células-tronco, também era famoso por várias experiências bem sucedidas sobre clonagem de espécies animais ameaçadas de extinção.

Mas não há muito tempo, o cientista se envolveu com física, mecânica quântica e astrofísica. Esta mistura explosiva, deu à luz a nova teoria do biocentrismo, que o professor vem pregando desde então. O biocentrismo ensina que a vida e a consciência são fundamentais para o universo. É a consciência que cria o universo material, e não o contrário.

Lanza aponta para a estrutura do próprio universo e que as leis, forças, e as constantes do universo parecem ser afinadas para a vida, o que implica inteligência existindo antes da matéria. Ele também afirma que o espaço e o tempo não são objetos ou coisas, mas sim ferramentas de nosso entendimento animal. Lanza diz que carregamos espaço e tempo em torno de nós “como tartarugas com conchas." O que significa que quando a casca sai (espaço e tempo), nós ainda existimos.

A teoria sugere que a morte da consciência simplesmente não existe, só existe como um pensamento porque as pessoas se identificam com o seu corpo. Eles acreditam que o corpo vai morrer, mais cedo ou mais tarde, pensando que a sua consciência vai desaparecer também. Se o corpo gera a consciência, então a consciência morre quando o corpo morre. Mas se o corpo recebe a consciência da mesma forma que uma caixa de cabos recebe sinais de satélite, então é claro que a consciência não termina com a morte do veículo físico. Na verdade, a consciência existe fora das restrições de tempo e espaço. Ela é capaz de estar em qualquer lugar: no corpo humano e no exterior da mesmo. Em outras palavras, é não-local, no mesmo sentido que os objetos quânticos são não-local.

Lanza também acredita que múltiplos universos podem existir simultaneamente. Em um universo, o corpo pode estar morto. Em outro ele continua a existir, absorvendo consciência que migrou para esse universo. Isto significa que uma pessoa morta, enquanto viaja através do mesmo túnel acaba não no inferno ou no céu, mas em um mundo semelhante em que ele ou ela uma vez habitou. E assim por diante, infinitamente. É quase como um efeito “boneca russa” cósmico de vida após vida.

Alma

Assim, há abundância de lugares ou outros universos, onde a nossa alma poderia migrar após a morte, de acordo com a teoria de neo-biocentrismo. Mas será que a alma existe? Existe alguma teoria científica da consciência que poderia acomodar tal afirmação? Segundo o Dr. Stuart Hameroff, uma experiência de quase-morte acontece quando a informação quântica que habita o sistema nervoso deixa o corpo e se dissipa no universo. Ao contrário de explicações materialistas da consciência, Dr. Hameroff oferece uma explicação alternativa de consciência que pode, talvez, apelar para a mente racional científica e as intuições pessoais.

Consciência reside, de acordo com Stuart e físico britânico Sir Roger Penrose, nos microtúbulos das células cerebrais, que são os sítios primários de processamento quântico. Após a morte, essa informação é liberada do corpo, o que significa que a  consciência vai com ela. Eles argumentaram que a nossa experiência da consciência é o resultado de efeitos da gravidade quântica nesses microtúbulos, uma teoria que eles batizaram redução objetiva orquestrada (Orch-OR).

Consciência, ou pelo menos proto-consciência, é teorizado por eles como sendo uma propriedade fundamental do universo, presente até mesmo no primeiro momento do universo durante o Big Bang. Em um desses esquemas - “experiência proto- consciente” é uma propriedade básica da realidade física, acessível ao processo quântico associado com atividade cerebral.

Nossas almas estão, de fato, construídas a partir da própria estrutura do universo - e podem ter existido desde o início dos tempos. Nossos cérebros são apenas receptores e amplificadores para a proto-consciência que é intrínseca ao tecido do espaço-tempo. Então, há realmente uma parte de sua consciência, que é não-material e vai viver após a morte de seu corpo físico?

(...) Esta explicação de consciência quântica explica coisas como experiências de quase-morte, projeção astral, experiências fora do corpo e até mesmo a reencarnação , sem a necessidade de recorrer a ideologias religiosas. A energia de sua consciência potencialmente é reciclada de volta em um corpo diferente em algum momento, e nesse meio tempo, ela existe fora do corpo físico em algum outro nível de realidade, e, possivelmente, em outro universo.”

Fonte: http://www.spiritscienceandmetaphysics.com/scientists-claim-that-quantum-theory-proves-consciousness-moves-to-another-universe-at-death/

Imagem: http://www.spiritscienceandmetaphysics.com

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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Loucura contagia?

histeria coletiva

Por incrível que pareça a resposta é sim se levarmos em conta o fenômeno psicológico chamado histeria coletiva.

A histeria coletiva é um fenômeno antigo. Também é conhecida como doença psicogênica de massa. Caracteriza-se por um grupo de pessoas apresentarem sintomas, perturbações ou reações semelhantes, de forma solidária a qualquer fato, imaginário ou exagerado. É mais comum apresentar-se em pessoas que dividem o mesmo espaço físico, como empresas ou escolas, mas pode acontecer também em qualquer lugar.

Um dos casos mais conhecido, chamado de “a praga da dança”, foi o ocorrido em Estrasburgo, no ano de 1518 quando centenas de pessoas dançaram até cair de exaustão ou mesmo morrer. Começou quando uma moradora da região começou a dançar na rua, aparentemente sem motivo e sem qualquer música tocando. Em uma semana, 34 pessoas já haviam se juntado à dançarina e em menos de um mês havia mais de 400 pessoas dançando freneticamente nas ruas.

Aqui no Brasil há a história do Cine Oberdan ocorrida em abril de 1938 em São Paulo. Segundo relatos de presentes no local, um pânico tomou conta de uma das salas do cinema por conta de um grito de fogo. Houve mais de 30 mortes e após a investigação ficou constatado que nunca houve o menor sinal de incêndio no local.

Em 2010, uma escola no interior do Ceará teve suas aulas interrompidas após um caso de surto coletivo. Dezenas de alunos entre 12 e 19 anos diziam ver o espírito de um estudante que havia morrido. Os adolescentes entravam em um tipo de transe ao estar dentro da escola. O caso foi estudado por psicólogos, parapsicólogos e até um padre. Após certo tempo, assim como começou o fenômeno desapareceu.

Bem mas o que vem a ser histeria? Segundo Freud, é uma neurose que se apresenta em duas formas:

Na histeria conversiva haveria um conflito inconsciente, uma ansiedade que não consegue emergir para o consciente por mecanismos repressivos da própria mente (Superego) mas que contém uma energia que precisa se manifestar e acaba eclodindo como um sintoma físico que mantém uma relação simbólica com o conflito. Ex. Se eu sinto muita vontade de bater em meu pai, pelo ódio que sinto dele, meu braço vai ficar paralisado (afinal é “errado” odiar o pai).

Na histeria dissociativa, um estímulo é sentido de forma tão intensa que quebra a funcionalidade da própria mente, desequilibrando-a e levando a pessoa a atos dissociados da realidade que a cercam, por maior ou menor tempo. Ex. Gritar loucamente e subir na cadeira ao ver uma barata.

Então, na histeria, há uma tensão e sofrimento não verbalizados e o material recalcado vem disfarçado sob a forma de um sintoma corpóreo.

A sociedade ocidental sempre foi muito reprimida, principalmente na área sexual, portanto em cultos religiosos pessoas rodopiam, gritam, pulam, caem, riem, dançam e falam em línguas estranhas (que eles dizem que é língua dos anjos). Contudo a histeria coletiva também se manifesta em campos de futebol e shows de rock.

A histeria coletiva é uma coisa perigosa, vai desde vandalismo em manifestações públicas até linchamentos.

Precisamos ter consciência que somos seres altamente influenciáveis pelo grupo. Uns mais, outros menos, mas todos o são.

Imagem: megacurioso.com.br

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