Mais de uma vez meus olhos lacrimejaram enquanto lia depoimentos e assistia vídeos sobre esta matéria. É triste e lamentável o que acontece com crianças pobres em pleno século vinte e um.
Partilho o assunto com vocês para que tomem consciência dessa combinação que pode ser mortal: ignorância, pobreza e religião e para que cada um possa fazer a sua parte para minimizar a situação, nem que seja simplesmente divulgando (pode chegar até alguém que se candidate a voluntário).
Crianças-bruxas e crianças-talibés, diferentes etnias e diferentes religiões, mas todas vítimas da ignorância de seu povo, da pobreza de seus pais e da ganância de líderes religiosos.
“Talibé é uma palavra de origem árabe e significa discípulo ou seguidor.
No Senegal talibé é o termo usado para um menino que é obrigado a mendigar pelas ruas. São crianças com idades entre 5 e 17 anos que são enviadas por seus pais para os Marabus, a fim de que estes ensinem a elas a educação Corânica.
Talibés, assim como crianças de rua, são facilmente reconhecíveis em todo Dakar através dos trapos que elas vestem e pelas latas de extrato de tomate que balançam em torno de seus pescoços. Marabus são líderes muçulmanos altamente respeitados pela população e pelas autoridades locais. Um Marabu pode ter entre 15 e várias centenas de talibés sob seus cuidados a depender de sua reputação. Sua missão é ensinar a educação corânica aos talibés. Esta formação é acompanhada por iniciações práticas na vida da comunidade, para adquirir o senso de humildade e resistência em todos os tipos de provações.
Os talibés vivem muitas vezes em condições desumanas, onde fome, sede e doenças são terrivelmente excessivas. Mendigar é parte da educação corânica. Durante o dia, os marabus enviam os seus talibés para às ruas para que eles possam mendigar. Os marabus exigem uma quota equivalente a um dólar por dia, e se o talibés não atingem essa meta, eles são espancados pelos seus “educadores”. Estima-se que os talibés já representam mais de 120 mil da população no Senegal. Mesmo que eles recebam alguma educação de seus professores religiosos, esta educação é tão ínfima que não é capaz de proporcionar a eles sequer um emprego decente.
A maioria vive em uma daara – um tipo de barraco – que funciona como uma escola corânica e é compartilhada com até 25 – 30 outros meninos. A daara é controlado por um marabu (professor) que recebe o dinheiro recolhido pelos meninos. Esses úmidos, apertados e sufocantes alojamentos oferecem condições propícias para a disseminação da tuberculose e outras doenças infecciosas. Água encanada é algo que não existe nesses lugares. As crianças raramente se banham. Elas dormem, comem e trabalham com as mesmas roupas. Alguns marabus insistem que as crianças não tomem banho ou lavem as suas roupas para que as pessoas tenham pena delas e doem mais.” - http://caminhonacoes.com/novo/o-que-e-talibe/
Já na Nigéria, é outro o infortúnio das crianças: são acusadas de bruxas pelos pastores (pentecostais e neopentecostais) para que os mesmos, por altos preços, as exorcizem do mal do qual estão possuídas.
“Se algum líder religioso atribui esta condição a alguma criança, ela fica para sempre marcada por esse estigma. Se alguém da família dela fica doente, a culpa é da criança-bruxa, qualquer mal que aconteça acaba sendo ligado à criança-bruxa.
“São praticadas várias torturas contra as crianças. O cardápio da violência inclui prego na cabeça, engolir ácido, derramar óleo quente, tudo no desespero de tirar da criança o suposto feitiço.” http://caminhonacoes.com/novo/dentista-salva-criancas-bruxas-na-africa/
“Domingos Pedro só tinha 12 anos quando seu pai morreu. Ele se foi subitamente, e a causa da morte era um mistério para os médicos. Mas não para os parentes de Domingos. Eles se reuniram naquela tarde, na casa de barro em que a família de Domingos vivia, conta o menino, e o apanharam e amarraram suas pernas com uma corda.
A corda foi suspensa da viga de 3 m de altura que sustentava o telhado da construção, e o menino foi suspenso, de cabeça para baixo, por sobre o piso de terra. Em seguida, os parentes disseram a Domingos que cortariam a corda caso ele não confessasse que assassinou o pai.
"Eles gritavam 'bruxo! Bruxo!'", lembra Domingos, com lágrimas escorrendo pelo rosto. "Havia tanta gente gritando comigo, todas ao mesmo tempo." Aterrorizado, Domingos lhes disse o que desejavam ouvir, mas isso não bastou para apaziguar os parentes.” (http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI2079639-EI294,00-Criancas+africanas+sao+acusadas+de+bruxaria.html)
Domingos foi salvo, mas muitos outros não tiveram essa sorte.
Mais de 5 mil crianças foram assassinadas ou estão desaparecidas desde 2005.
Caminho Nações é uma associação humanitária sem fins lucrativos fundada pelo movimento cristão “Caminho da Graça” em 2010 que realiza um serviço extraordinário de ajuda a essas crianças tão desafortunadas.. É de orientação cristã, mas seus colaboradores voluntários pertencem a várias orientações religiosas, como espíritas, católicos, muçulmanos e inclusive ateus. Para fazer doações ou trabalhar como voluntário, acesse o site http://caminhonacoes.com/novo/
Assistam a um dos vídeos:
https://www.youtube.com/watch?v=2iBrvP9WiLQ#t=472
Imagem: youtube
Este blog foi criado para você, leitor. E só saberei se você está satisfeito se comentar os posts, ou então, pergunte, questione e sugira temas ou modificações.