segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Ouça com os ouvidos!
E não com a mente.
Como é que é?
Sim, grande parte das pessoas, se não a maioria, ouve com a mente, ou seja, através de suas convicções, crenças, preconceitos, defesas inconscientes e etc., etc. Ah, e ouvem o que o outro fala, sem escutar, já formulando mentalmente a resposta e os argumentos que irão contrariar o que o outro está dizendo. Aff.
Às vezes perco a paciência com esses apuradinhos “surdos”. Dizem que saber ouvir é uma arte. Não é não, é só intenção de escutar o que o outro diz, sem formular seus argumentos mentalmente antes que o outro acabe de falar. Conheço uma pessoa que, como adora competir comigo pra ver se é melhor ou mais inteligente ou mais sábia do que eu, é um exemplo perfeito do que estou dizendo. E como é cansativo conversar com alguém assim, mesmo porque acho esse tipo de competição uma perda de tempo!
Geralmente pessoas assim não são muito lúcidas porque se o fossem dar-se-iam conta que não estão contra-argumentando com lógica ou bom senso. Costumam confundir “alhos” com “bugalhos”. Você diz uma coisa, ela entende outra. Você está na metade de sua frase e ela já interrompe despejando rapidamente o que ela concluiu do que você disse.
Lucidez é autoconsciência também!
O ser humano ouve o que quer ouvir e vê o que quer ver. Quem estuda Comunicação sabe bem do que estou falando. São os chamados filtros do que chega aos nossos ouvidos ou olhos.
Vejo nos comentários, aqui no blog, essa característica bem humana. Faço aqui algumas declarações que certamente são estranhas e controversas para muitos, no entanto não encontro questionamentos nos comentários, somente aprovação daqueles que concordam comigo e desaprovação dos discordantes. Não há questionamento, que é o caminho para aprofundar qualquer assunto e dirimir dúvidas e diferenças de opinião.
Recentemente tive uma troca de e-mails com um indivíduo ateu. Bobona como sou, tive o trabalho de descrever alguns fatos (um fato é algo que não admite interpretação, ele é!) que mostravam a existência de “algo mais” além do que podemos perceber através de nossos cinco sentidos. Bom, o indivíduo, tirou conclusões (falsas), somente valorizou no texto o que lhe convinha para contra-argumentar, ou seja:joguei meu tempo fora. Isto é o que chamo de ceticismo burro e cego!
Quanto maior a falta de convicção (inconsciente) de uma pessoa nas suas crenças, maior será o fervor com que as defenderá. Esta frase descreve bem os fanáticos, seja de que lado estejam. Porque no fundo, lá bem no fundo, todos nós temos um conhecimento, um saber que já nasceu conosco, está no nosso DNA e que, muitas vezes, ao contrariá-lo nos vemos de calças curtas para argumentar.
Você pode perceber isso quando a outra pessoa começa a gritar, se estiverem conversando. Pronto: gritou - perdeu a razão. Outra forma: usar de sarcasmos e/ou ironias. Tudo é defesa, autodefesa!
Além do já exposto, outras dificuldades apresentadas pelo ser humano na comunicação:
- Discordar do outro simplesmente para se autoafirmar.
- Minimizar ou desqualificar a declaração do outro.
- Só aceitar aquilo que já é conhecido, rejeitando tudo que for novo ou diferente.
- Generalizações.
- Não reconhecer quando está sem razão.
- Não admitir a própria ignorância sobre o assunto em pauta.
- Arrogância e prepotência.
- Uso do mecanismo de projeção que nos leva a atribuir ao outro intenções que nunca teve, mas que teríamos no lugar dele.
Para finalizar, lembrem –se que:
- um bom ouvinte toma melhores decisões porque tem melhores informações;
- um bom ouvinte poupa tempo porque aprende mais em menos tempo;
- bem ouvir ajuda o comunicador a avaliar como sua mensagem está sendo recebida;
- um bom ouvinte estimula os outros a falarem melhor;
- bem ouvir diminui desentendimentos.
Abram as orelhas, gente! Rsrsrs
Imagem: audiotonal.com.br
Como é que é?
Sim, grande parte das pessoas, se não a maioria, ouve com a mente, ou seja, através de suas convicções, crenças, preconceitos, defesas inconscientes e etc., etc. Ah, e ouvem o que o outro fala, sem escutar, já formulando mentalmente a resposta e os argumentos que irão contrariar o que o outro está dizendo. Aff.
Às vezes perco a paciência com esses apuradinhos “surdos”. Dizem que saber ouvir é uma arte. Não é não, é só intenção de escutar o que o outro diz, sem formular seus argumentos mentalmente antes que o outro acabe de falar. Conheço uma pessoa que, como adora competir comigo pra ver se é melhor ou mais inteligente ou mais sábia do que eu, é um exemplo perfeito do que estou dizendo. E como é cansativo conversar com alguém assim, mesmo porque acho esse tipo de competição uma perda de tempo!
Geralmente pessoas assim não são muito lúcidas porque se o fossem dar-se-iam conta que não estão contra-argumentando com lógica ou bom senso. Costumam confundir “alhos” com “bugalhos”. Você diz uma coisa, ela entende outra. Você está na metade de sua frase e ela já interrompe despejando rapidamente o que ela concluiu do que você disse.
Lucidez é autoconsciência também!
O ser humano ouve o que quer ouvir e vê o que quer ver. Quem estuda Comunicação sabe bem do que estou falando. São os chamados filtros do que chega aos nossos ouvidos ou olhos.
Vejo nos comentários, aqui no blog, essa característica bem humana. Faço aqui algumas declarações que certamente são estranhas e controversas para muitos, no entanto não encontro questionamentos nos comentários, somente aprovação daqueles que concordam comigo e desaprovação dos discordantes. Não há questionamento, que é o caminho para aprofundar qualquer assunto e dirimir dúvidas e diferenças de opinião.
Recentemente tive uma troca de e-mails com um indivíduo ateu. Bobona como sou, tive o trabalho de descrever alguns fatos (um fato é algo que não admite interpretação, ele é!) que mostravam a existência de “algo mais” além do que podemos perceber através de nossos cinco sentidos. Bom, o indivíduo, tirou conclusões (falsas), somente valorizou no texto o que lhe convinha para contra-argumentar, ou seja:joguei meu tempo fora. Isto é o que chamo de ceticismo burro e cego!
Quanto maior a falta de convicção (inconsciente) de uma pessoa nas suas crenças, maior será o fervor com que as defenderá. Esta frase descreve bem os fanáticos, seja de que lado estejam. Porque no fundo, lá bem no fundo, todos nós temos um conhecimento, um saber que já nasceu conosco, está no nosso DNA e que, muitas vezes, ao contrariá-lo nos vemos de calças curtas para argumentar.
Você pode perceber isso quando a outra pessoa começa a gritar, se estiverem conversando. Pronto: gritou - perdeu a razão. Outra forma: usar de sarcasmos e/ou ironias. Tudo é defesa, autodefesa!
Além do já exposto, outras dificuldades apresentadas pelo ser humano na comunicação:
- Discordar do outro simplesmente para se autoafirmar.
- Minimizar ou desqualificar a declaração do outro.
- Só aceitar aquilo que já é conhecido, rejeitando tudo que for novo ou diferente.
- Generalizações.
- Não reconhecer quando está sem razão.
- Não admitir a própria ignorância sobre o assunto em pauta.
- Arrogância e prepotência.
- Uso do mecanismo de projeção que nos leva a atribuir ao outro intenções que nunca teve, mas que teríamos no lugar dele.
Para finalizar, lembrem –se que:
- um bom ouvinte toma melhores decisões porque tem melhores informações;
- um bom ouvinte poupa tempo porque aprende mais em menos tempo;
- bem ouvir ajuda o comunicador a avaliar como sua mensagem está sendo recebida;
- um bom ouvinte estimula os outros a falarem melhor;
- bem ouvir diminui desentendimentos.
Abram as orelhas, gente! Rsrsrs
Imagem: audiotonal.com.br
15 comentários:
Eu confesso que as vezes sou surdinho, surdinho, mas até eu mesmo me incomodo com isso...
Olá End:
Bom, pelo menos você se incomoda, já é alguma coisa. rsrsrs
Eu confesso que não gosto de entrar em questionamentos. Eu evito e me foco mesmo no que eu concordo.
Talvez eu esteja errada. Mas não sei acho que não adianta muito. Muitas vezes sai briga e nada é acrescentando nada para ninguém.
Eu e uma amiga brigamos em parte por causa disso. Acabamos nos afastando por um tempo.
Mas depois nos entendemos. Mas nem sempre é assim. Enfim prefiro focar nas semelhanças.
É... muito diçço aí sou eu, o dissoluto. Dentro de mim mora uma besta;seu nome é Serei Eu.Mora tbm um anjo, o todo sonso Sou Eu.A besta ouve mal;o anjo,ainda pior;
se o anjo é o dissoluto sou eu,quem será mim mesmo,não sendo eu o Serei Eu? Ninguém? Ou talvez,ninguém seja o alguém que de fora nos chama e contra quem lutarei...
portanto,me chame;mas chame certo,pq o sonso Sou Eu, sempre será o surdo Serei Eu... rs!
Falando sério,
Acho que ofendi mesmo aqueles caras,não foi??? Parece que meus comentários pesadões estão sendo "bloqueados" por aqui tbm...
Florzinha:
Questionamento não é enfrentamento. É questionando (perguntando) que conseguimos entender melhor a posição do outro. Claro que há pessoas (as donas da verdade) que não gostam de ser questionadas, mas isso não é regra geral.
A mim você pode questionar sempre que quiser.
Se quiser aprofundar o assunto envia-me e-mail.
beijos
Radi:
Fala sérioooo. rsrsrs
Olá querida amiga !
Excelente Post !
Infelizmente a humanidade ainda engatinha quando o assunto é comunicação, talvez por ter tantas questões e sentimentos envolvidos nisso...
mas nós chegamos lá !
Eu sou uma boa ouvinte, afinal este é o significado do meu nome em Aramaico !
Adorei o texto !
Grande beijo !
Minha querida amiga Atena, boa noite!!!
Acho que é por isso que temos dois, para ouvir mais e falar menos, que ouve mais, aprende mais, é mais sábio.
Esta é uma grande lição, devemos aprender a ouvir as pessoas com mais carinho e não com pré-julgamentos, começar a ouvir com a resposta já na ponta da língua é um péssimo costume.
Parabéns pela excelente postagem, adorei!!!
Grande abraço e muita paz!!!
ATENA
Mas não é assim todo ser humano?
Digo no sentido de todos nós sermos pré-conceituosos, justamente por já nascermos herdando con-ceitos, sendo nossa con-sciencia uma ciência-con?
A tarefa mais difícil, talvez até impossível é ouvir ou ler, sem os pensamentos pré-herdados e por isso mesmo pós-conceituados.....pois para ouvirmos neutramente opiniões alheias, seria preciso primeiramente ser neutro ou puro, e nesse sentido, não há ninguém.
O que talvez possamos fazer seria apenas diminuir esses mesmos pré-conceitos para tentar ouvir melhor....mas plenamente, não acho que alguém consiga....o que você acha?
Abraços
Oi querida,
Bela polêmica que levantas.
Adoro a controvérsia. Se soubermos realmente ouvir com os ouvidos, evitaríamos muitas tragédias humanas, perdas e danos.
Pior que o filtro, são as cegueiras sociais e afetivas, aliadas à falta de referência e valores.
Gostei da reflexão.
Um abração.
Marcio:
você tem razão, sermos totalmente neutros não é possível, contudo podemos e devemos procurar melhorar e evoluir. Na medida em que administramos mais eficazmente nossas emoções, vamos melhorando também a comunicação com os demais.
abração
Samanta:
Como boa geminiana você sabe da importância da comunicação, não é?
Obrigada pela visita e comentário.
beijos
Pirollo:
Gostei de sua lembrança de termos dois ouvidos e uma só boca. Só que além de ouvir mais temos de ouvir melhor.
um grande abraço
Beth:
Que bom tê-la de volta. Seus comentários são sempre pertinentes e sábios.
um beijão
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