"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

domingo, 23 de janeiro de 2011

Você moraria com um clone seu?

clone

Este foi o título de uma enquete que fiz no blog. Eis os resultados:

Sim, ia adorar 25%

Sim, mas ia ter muita briga 6%

Talvez 25%

Não, de jeito nenhum 41%

Mesmo considerando que a amostragem foi pequena, o resultado não deixa dúvidas: a maior parte das respostas foi que as pessoas não gostariam de viver ou morar com seu clone.

O que isso quer dizer?

Quer dizer que as pessoas não se amam realmente, pois se a pessoa gostasse de si iria adorar viver com seu clone.

Acompanhe meu raciocínio:

Seu clone seria a pessoa que mais o conheceria e, portanto, mais o compreenderia. Você poderia desabafar com ele todas as suas mágoas sem receio de ser recriminado ou julgado.

Você sempre teria uma opinião honesta quando a pedisse.

Poderia agendar dois compromissos ao mesmo tempo. Olhe só que ganho de tempo. rsrs

Poderia ter longas, longuíssimas conversas sobre os seus temas preferidos.

Fazer auto-análise ficaria facílimo, pois seria só uma questão de debater com seu clone as suas questões, dúvidas, perplexidades, etc. Lembrando que somente o fato de conversar sobre os assuntos que nos incomodam já ajuda na objetivação e reflexão sobre os mesmos.

Não existiria mais o problema de não ter companhia para assistir aqueles filmes que você adora, mas nunca encontra ninguém que também goste para acompanhá-lo ao cinema.

Poderia, ao chegar do trabalho em casa, relatar tudo o que lhe aconteceu durante o dia sem receber uma cara de enfado como recepção. É do interesse do seu clone aprender com você, assim como você aprende com ele. Olhe que riqueza de conhecimentos que pode sair daí!

Enquanto você lê um livro, seu clone lê um outro e depois cada um passa o resumo para o parceiro. Que acréscimo fantástico de cultura! rsrs

Bom, o céu é o limite para descobrir vantagens em viver com um clone. rsrs

Pode parecer que estou brincando, mas estou falando sério. Seria uma mão na roda para os tímidos e os introvertidos. Poderiam ter boas conversas e quem sabe isso não seria um treino para depois enfrentarem a sociedade?

Quando atendia em consultório, costumava fazer essa pergunta para meus pacientes e depois trabalhávamos em cima das respostas.

Muitas vezes, por diversão, (acho que meus leitores já perceberam que sou bastante “sarrista”) também fiz essa pergunta a conhecidos e amigos e ouvi respostas como: ah, mas ia dar muita briga, eu não iria agüentar as minhas chatices e neuras no clone.

Se você não agüenta as suas chatices é porque não se ama. Quem só gosta de suas partes consideradas positivas não se ama por inteiro. Isso não é verdadeira auto-estima.

Quando nos amamos realmente, aceitamos todas as nossas partes, perdoamos os nossos “erros”, sentimos alegria com a nossa companhia.

Portanto, gente, parabéns aos 25% que responderam sim e àqueles que ficaram no talvez, espero que a leitura deste post os tenha incentivado a se gostar mais.

Quanto aos demais... snif snif, mas não joguem a toalha, sempre há jeito de mudar.

Imagem: eu.techcrunch.com

Este blog foi criado para você, leitor. E só saberei se você está satisfeito se comentar os posts, ou então, pergunte, questione e sugira temas ou modificações.

21 comentários:

http://aorigem.wordpress.com/ disse...

Viver com um clone seria engraçado ehehe mas não se esqueça, um clone é igual a nós genética e fenótipicamente, ou seja, fisicamente. De gostos, cultura e outras coisas adquiridas ao longo da vida, eles são diferentes! Abraço

http://aorigem.wordpress.com/

J.R. Fernandez disse...

Olá amiga!
Eu não optaria morar com um clone meu. Mas não por não me amar, como colocaste no teu texto, e sim por não ter desafios sobre o desconhecido (outra forma de pensar). Acharia monotono morar com alguém que produz as mesmas respostas intelectuais.
Porém se assumirmos que o clone teria experiências diferenciadas e poderia ter raciocínios diferentes do meu ai seria bacana. Porém neste caso me parece que o clone seria uma pessoa completamenta distinta não valendo as questões de conhecimento e compreensão citadas no texto. ;-)
Forte abraço, Fernandez.

guiomar barba disse...

Olá Atena,

Alguém disse que muita gente tem medo de ficar sozinho consigo mesmo, porque é exatamente ai que surgem os fantasmas da alma.

Fiquei pensando: um clone seria apenas meu corpo em dupla, a cabeça a mesma. Eu apenas veria meu corpo na minha frente e conversaria como converso comigo no dia a dia...
Ou não?

Beijos amiga.

Atena disse...

Origem;
Pois aí é que está a graça. É alguém essencialmente igual a você, mas as diferentes vivências acrescentarão o mote para excelentes e enriquecedoras discussões e aprendizado.
Pelo menos, é assim que vejo. Eu pagaria qualquer valor para ter meu clone junto de mim. As discussões seriam de arrasar. rsrs
abraços

http://aorigem.wordpress.com/ disse...

Eu tenho um clone junto a mim, não preciso de pagar ehehe tenho uma irmã gémea!clone!

CLAUDIA disse...

Olá Atena!
Ainda não tinha pensado em viver comigo mesma,mas tenho certeza que se tivesse que viver,seria harmonia,aceitamos viver com outras pessoas totalmente o oposto de nós.
E porque não meu clone?
E com certeza no mais seria muito engraçado olhar o tempo todo para minha cópia e minha cópia olhando para mim.
Gostei Atena,super-sugestivo seu tema,um alerta de aceitação de si próprio.
Parabéns pela pesquisa.
Bjos em seu coração com cheirinho de Jasmin.

Atena disse...

Fernandez:
Certamente o clone teria vivências e experiências diferentes, mas os sentimentos e modo de pensar seriam iguais, portanto seria bem interessante uma discussão entre os dois. Provavelmente haveria pontos de vista iguais para determinados assuntos e diferentes para outros

Atena disse...

Guiomar:
Gostei de sua frase, bem certa mesmo.
Quanto à pergunta, leia o que respondi para Origem e Fernandez.
abraços

Atena disse...

Claudia:
Talvez para você seja tranquilo viver com alguém igual a si, mas para muita gente não seria. Parabéns.
beijão procê

Daniela Jinno disse...

Atena!

Amei o texto!!
Nunca tinha pensado nisso... rsrsrs.
Mas sabe... essa esperiência de conversar com um clone eu já tenho...kkkkk!
Eu posso parecer doida... mas converso muito comigo mesma, como se eu fosse duas...
Só que uma é mais consciente, e a outra mais imatura...
Escrevi até um texto com uma das minhas conversas no meu blog...rs.
Adoro seus textos! Obrigada!

Anônimo disse...

Olá querida Atena !

Incrível sua postagem como sempre !! A reflexão é muito interessante e meu sonho sempre foi encontrar um Samanto e viver feliz para sempre !! kkk
Mas depois que encontrei uma pessoa totalmente diferente de mim para compartilhar a Vida, comecei a ver as coisas por outro ângulo, pois gostei muito dos novos aprendizados, isso me trouxe muito crescimento interior em grande quantidade e em um tempo pequeno.
Então acredito que seria ótimo ter um Samanto, mas pode ser que isso terminasse por não acrescentar muito a ambos e a evolução talvez fosse mais lenta do que é com uma pessoa diferente :)
Adorei !!
Um beijãoooo

Unknown disse...

Ahhhh Atena ... eu ia gostar de sair comigo kkkkk tipo ir no shopping por exemplo , mais depois eu ia cansar de mim kkkk Ia achar meio boring , pq afinal já me conheço . Mais posso me pegar de vez em qdo ?rsrsr :o)
XOXO

Atena disse...

Renatinha:
É pode ser que depois de algum tempo ficasse cansativo, a não ser que houvesse bons embates. rsrs
abraços

guiomar barba disse...

Atena, continuo sem entender seu ponto de vista. Como teríamos diferenças se seria eu em até mesmo um corpo igual?

Beijo.

Atena disse...

Guiomar;
As diferenças viriam das diferentes vivências e experiências. Seu clone seria exatamente igual a você se, a partir do momento em que fosse criado, vocês dois passassem grudados 24 horas por dia, tendo as mesmas experiências diariamente. Aí provavelmente continuariam iguais, do contrário, não. Cada um levando vidas diferentes acarretaria em diferentes pontos de vista.
Nós somos produtos da genética, mas também, e muito, produto do meio ambiente em que vivemos.
abração

Cidadão Araçatuba disse...

Querida Atena:
Mas amar não é um processo?
Se eu decido não morar comigo mesmo por existir diferenças que não aceito,isso não é auto-conhecimento?
Como então,podemos procurar alguém que mais se aproxime de nós para nos relacionarmos (amigo/amiga, homem/mulher)?
Eu, então, me auto-conhecendo posso decidir não morar comigo (clone), e ainda assim continuar me amando (preservando-me!),não é?
Forte Abraço! E agora em dúvida...rs...

Atena disse...

Daniela:
Muito bom esse seu hábito, pois traz autoconhecimento.
Obrigada pela participação.
beijos

Atena disse...

Sam:
Você patifou a estória do clone. rsrs Precisa ser igual, do mesmo sexo. Todavia, numa pessoa igual, ou quase, a nós é possível aprender muito, como se estivéssemos olhando num espelho.
beijão

Atena disse...

Cidadão:
Se você se recusa a viver com seu clone por causa das diferenças, está certo seu raciocínio, mas analise bem para verificar se isso não é uma racionalização (mecanismo de defesa).
Sabe como é, psicóloga sempre vai mais um pouco adiante... rsrs
Se após a análise, verificar que sim, existe auto-amor, tudo bem. Passou no teste. rsrs
abração

Beth Muniz disse...

Oi querida,
Eu me adoro e gosto demais da minha companhia.
Como sei que há momentos que a minha outra metade diverge de mim, seria bom conversar com o meu clone sobre isso.
Parece doideira? Não!
Quem sabe encontraria respostas para estas divergências...
Agora, se enchesse muito a minha paciência, mandaria o clone ir embora e ficaria com comigo mesma... rsrsrs
Afinal, só devemos conviver com alguém que nos faz bem.
Gostei disso!
Beijos.

Atena disse...

Beth:
Esta é uma boa ideia: discutir as divergências internas. Eu já tive momentos divertidos imaginando como seria viver com meu clone e como você se ela me enchesse muito, não digo que a enxotaria, mas mandava tomar naquele lugar. rsrs
Não é divertida essa ideia do clone? rsrs
beijos e obrigada pela visita