Assisti a uma entrevista com o psicólogo Paul Bloom, da Universidade Yale, que conduziu pesquisas utilizando a teoria do Essencialismo para explicar por que gostamos do que gostamos ou ... desvendar o prazer humano. Este material está contido em seu livro How pleasure works (Como o Prazer Funciona).
A teoria do Essencialismo sustenta compreender o fundamento da realidade a partir de uma substância primeira, a essência. Seria a crença que cada um tem sobre a natureza mais profunda de algo. Em outras palavras, o que você acha que ela é, é mais importante do que a coisa realmente é, ou seja, a teoria reafirma o que já tenho esclarecido aqui no blog sobre as crenças criarem a nossa realidade.
Na entrevista foram dados alguns exemplos que esclarecem o assunto.
Foi servida a uma pessoa vendada, água comum e a famosa água Perrier. A pessoa não conseguiu diferenciar entre uma e outra. O engraçado é que há milhares de pessoas (de bom nível aquisitivo) que só bebem água Perrier por causa do prestígio da mesma (este seria a sua essência). Outro exemplo é o fato de as pessoas dizerem que apreciam um vinho pelo seu sabor, mas na realidade darem mais importância ao rótulo do mesmo.
Mulheres, incluída a nossa presidente, pagam caríssimo (variam de 1900,00 a 45000,00 reais) por uma bolsa Hermes que, com exceção do logo, é igual a qualquer outra bolsa de boa qualidade. Em leilões, pessoas pagam fortunas (que alimentariam muitas bocas) para adquirir roupas ou objetos que foram usados por alguém famoso na crença de que esses estariam impregnados da essência do antigo dono.
Paul Bloom dá o Essencialismo como exemplo extremo da explicação do prazer no canibalismo. Neste, ao comer o corpo de outra pessoa, estariam sendo assimiladas as suas qualidades ou essência.
Achei interessantes suas colocações de também na área sexual a crença na essência ser o fator determinante na atração exercida por uma pessoa sobre a outra. Isso explicaria mulheres lindas se casarem com homens muito feios e sem charme, mas que ou tem poder ou são famosos.
“O que pensamos afeta drasticamente o que sentimos”. Esta frase deixa bem claro o valor da crença, correta ou não, que temos a respeito de alguém ou alguma coisa.
Conceitos distorcidos sempre houve na história humana, mas nunca antes como agora tantos se deixaram influenciar pelo pensamento de uma minoria. Claro que a explicação para tanto é o poder que a mídia exerce atualmente bem como a facilidade e rapidez com que as informações percorrem o globo.
Nunca antes se cultuou tanto as celebridades, as grifes e o status.
Que coisa mais pobre. Aff! Pobreza de espírito!
Realmente, tenho de concordar com o que diz o Essencialismo, pois atualmente vivemos num mundo de aparências, totalmente irreal.
Se o que importa é o rótulo (do vinho, da água mineral) e as grifes (bolsas, roupas, etc.) o que importa é a aparência e não o que a coisa é.
Atualmente até as crianças são inocentes vítimas das aparências, pois suas “babás eletrônicas” as bombardeiam constantemente com as fantasiosas delícias de ter uma Barbie ou o último vídeo game.
A humanidade se queixa tanto da atual situação do mundo: crianças africanas morrendo de fome, mulheres sofrendo estupro corretivo na África do Sul, haitianos sem teto e morrendo com cólera, baleias sendo extintas a porretadas, ditadores aqui e ali abusando do povo e tudo o mais que se vê nas notícias. Bom, tudo isso é conseqüência das crenças que moldam a nossa realidade.
Precisamos mudar nossas crenças, são elas que dão origem aos valores e hoje está havendo muita inversão nos valores fundamentais da humanidade.
Precisamos voltar a valorizar a vida e o ser.
Imagem: estilorg.blogspot.com
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10 comentários:
Concordo pelenamente. E eu já estou mudando muito das minhas crenças. Agora eu sempre achei besteira essa coisa de comparar roupa de marca.
Não vejo diferença nenhuma entre as roupas de marca e as roupas de camelôs. srsrsrs
Florzinha:
Preciso discordar de ti quanto a certas marcas. Existem sim produtos de grifes famosas que primam pela qualidade, mas não são todas, daí não ser possível julgar um produto somente pela sua marca. Isso é esnobismo ou hipnose midiática. rsrs
beijão
A verdade ´q eu eeu não sou muito exigente. Dando para vestir tá otimo. E já comprei roupas melhores que de grifes no camelô. srsrs
Me toquei agora . Acho que vc n~so entedeu meu comentario. Não quiz dizer que as roupas de grife não prezam a qualidade.é que pelo menos aqui no Rio há muito camelo que vende roupas otimas!!!!
E algumas minhas já até duranram mais que roupas de grife. srsrs
È a era do ter.
O ser fica em segundo plano, não importa quem você seja, mas o que você tem e ostenta.
Não vejo a curto ou médio prazo mudanças, pois nossa sociedade nos empurra cada vez mais para o consumismo desenfreado, nos informando a todo momento qual a melhor marca, ou modelo que o nosso "rival", ou "admirado" usa!
Somente quando os recursos naturais tornarem-se ainda mais excassos,e comprometer mais ainda a nossa existência,o homem se dará conta da sua dependência de coisas hoje consideradas banais,(amizade,fraternidade,benevolência,compaixão, água, solo, etc...)
Cidadão:
Puxa, você tá com uma visão muito sombria. rsrs
É, tenho de concordar com você em parte. Realmente estamos vivendo na era do ter, mas não acho que só após os recursos ficarem muito escassos é que a humanidade se modificará. Atualmente, além da mídia que faz um des-serviço, há a Internet que informa muito as pessoas. Com informação também vem um pouco de consciência.
Assim espero, pelo menos.
abraços
Atena, realmente o que se prima hoje não é pela essência e sim pela aparência. Portanto as mulheres lindas casam com a fama e a grana, não acha?
Dizem que tem pessoas que têem o paladar apurado para as bebidas ou alimentos finos, com certeza, eu não faço parte desse grupo seleto. rsrs
Guiomar:
Até pode ser que a pessoa apure o seu paladar se comer e beber só coisas finas. Eu já experimentei um famoso champanhe francês e detestei, no entanto adoro os famosos vinhos alemães. Caviar eu até como, mas não acho uma maravilha.
Estou querendo dizer que quando somos íntegros (inteiros) e espontâneos gostamos porque gostamos e não pelas marcas.
Esse tal de Essencialismo é válido só para os "Maria vai com as outras". rsrs
Tá respondido também seu outro comentário (na criação)
beijos
Vi este vídeo fiquei pensando será que por aí mesmo,riqueza é benção é pobreza e falta de habilidade em lidar com coisas materiais,famoso espiritualista como sua mãe com programas na tv também,gostaria se pudesse desse uma olahda. http://www.youtube.com/watch?v=w1wRMUM8Ae8
Duvendas:
Assino embaixo do que Gasparetto falou. A humanidade do lado ocidental do planeta está muito condicionada pela crença de que o dinheiro é um vilão. Eu já pensei dessa forma também e custou-me abolir essa crença. A Fonte quer ver todos nós bem e com abundância em todos os aspectos.
O mal não está no dinheiro, mas no mau uso dele. Como energia ele deve se movimentar e não ser acumulado (ficar parado) ou ser usado para prejudicar os demais.
Claro que muitos desperdiçam também, dando valor excessivo às coisas materiais como foquei no post. O equilíbrio é tudo!
Veja de novo o vídeo refletindo sobre a lógica do que Gasparetto fala.
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