Herói, aqui entendido, como aquele que só realiza boas ações e não aquelas proezas hollywoodianas.
Muitas vezes fico me perguntando como será a vida daqueles que creem firmemente que devem ser bonzinhos o tempo todo (as maiores vítimas são os condicionados pelas religiões). Deve ser um inferno, pois se até Jesus chicoteou os vendedores do templo, o que sobra para nós? rsrs
Todos nós, sem exceção, temos o nosso lado sombrio ou como dizem: negativo.
Por que os filmes de ação, com muitas mortes, fazem tanto sucesso? Não seria uma forma socialmente aceita e subliminada de realizarmos as nossas fantasias agressivas?
Pense bem, durante o desenrolar do filme você torce para o mocinho vencer o bandido e quando finalmente ele o mata, você não sente uma satisfação, um alívio? Pois é! ...
Ah, mas filme é ficção, não acontece de verdade. Sim, suas fantasias agressivas também não, elas se resolvem através do “Duro de Matar’ ou do “Homem Aranha”. E assim todo mundo fica em paz com suas consciências de pessoas “boazinhas”. ...
Estou sendo cínica? Não, só estou sendo realista e esclarecendo como somos realmente – sem as máscaras.
Entre no ambiente de qualquer congregação de cunho espiritual ou religioso (espíritas, esotéricos, evangélicos, católicos, etc.). Como se portam as pessoas ali reunidas? Eu digo: todos têm uma expressão amável no rosto, alguns sorrindo. Você crê, realmente, que todos ali são anjos de candura?
Se o crê, você é muito ingênuo/a.
Muitos deles quando voltam para suas casas vão brigar com o/a esposo/a ou com o/a filho/a e descontar neles uma raiva contida, talvez do líder espiritual que lhe chamou a atenção “injustamente” ou daquele crente que não deu o dízimo (criatura avara!). rsrs
Ser bonzinho é um dos mais fortes condicionamentos que temos. Desde a infância os pais já o ensinam aos filhos e os repreendem ou castigam quando não o são.
Observem, por exemplo, o mais famoso de todos os heróis, Superman, chega a ser irritante de tão bonzinho que é; quase “perfeito”. A humanidade venera os bonzinhos, vê neles a realização de sua autoimagem idealizada (falsa e que necessita de máscaras).
A essa altura você deve estar se perguntando: então ser bonzinho é ruim, devo ser mauzinho? Não, esse raciocínio só demonstra a dualidade em que vivemos: bom-mau, certo-errado, preto-branco, etc. Toda experiência humana precisa ser polarizada. Foi assim que o aprendemos e fomos condicionados a acreditar.
Mas não precisa ser assim.
Não estou dizendo que você deve deixar de ser correto, íntegro, honesto, caridoso humanitário ou o que seja. O que quero é expandir sua consciência para que enxergue que você é tudo: bonzinho-mauzinho, honesto-desonesto, manso-agressivo e daí por diante. Isso não faz de você um ser mau, o faz simplesmente humano. Um humano que está em processo de aprendizagem – aprender a ser consciente mesmo!
Conforme vamos expandindo nossa consciência, boas atitudes e bons comportamentos passam a ser reações naturais, compreendemos e aceitamos o que julgamos ser nossas “imperfeições”.
Não precisamos mais ser hipócritas porque sabemos que não somos cem por cento bons, mas também não somos cem por cento maus.
Conforme a consciência se expande, não vemos mais a necessidade de vingar uma ofensa, por exemplo, até porque se ela não nos atingiu, que mal fez?
Não vemos mais a necessidade de humilhar o outro (isso é decorrente de insegurança e/ou baixa autoestima) porque sabemos quem somos – um ser divino e, como tal, grandioso.
Com o desenvolvimento da consciência, compreendemos que uma boa ação só é válida se não causou mal a quem a perpetrou. O conceito de auto-sacrifício foi inventado pelas religiões, jamais o seria por um Criador amoroso e benevolente.
Enfim, resumindo, essa história de “ser bonzinho” é uma das máscaras que muitos usam para encobrir suas percepções sobre si mesmo de características que consideram reprováveis.
E os heróis, por que são considerados mitos? Porque não existem realmente. (Falei o óbvio, dãh) rsrs
Imagem: blogdomikenino.blogspot.com
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13 comentários:
Belo post como sempre, temos a tendencia a viver um polaridade,8 ou 80,que para chegarmos ao equilíbrio temos trilhar o caminho do meio
Oi Mestra,
O comportamento bonzinho, certinho e enquadradinho durante todo o tempo e o tempo todo, em minha opinião revela a fragilidade da mente e alma humana perante o grande desafio que é a vida real.
Ser sempre bonzinho pode significar não “tomar” parte ou ter “parte” em algum processo ou situação. Daí é bem mais confortável apenas “fazer” parte.
Todos nós temos um pouquinho de Maquiavel dentro de nós. Considero muito saudável essa simbiose, desde que não seja apenas por osmose.
Entender isso pode nós dar condições de sermos para nós e os outros, apenas humanos e ponto.
Quem se esconde de si mesmo não é capaz de se esconder dos outros.
Beijo querida amiga Atena.
Olá Atena, gostei muito do seu texto, pois realmente muitos esconde suas imperfeições atrás de uma mascara de um bom samaritano , só que essas pessoas se esquecem que devemos conhecer também nossos defeitos, pois só desta forma conseguiremos corrigi-los para que possamos evoluir ou no mínimo tentar, achei bastante reflexivo o texto e vou pensar mais sobre ele, parabéns. Bjs e flores. Deka
Duvendas:
É isso, o equilíbrio está no caminho do meio. Velho sábio Buda. rsrs
abraços
Sábia Beth:
“Quem se esconde de si mesmo não é capaz de se esconder dos outros.” Perfeito! Embora achem que consigam. rsrs
Sim, infelizmente ainda estamos numa fase de nossa evolução em que nos sentimos muito frágeis e diria mais: impotentes. Isso ocasiona muitas das distorções e disfarces que usamos, sempre no sentido de nos considerar melhores do que realmente somos. Grande bobagem, mas ...
Obrigada pela presença e ótimo comentário.
Beijocas mil
Deka:
Sim, é só reconhecendo nossas imperfeições que poderemos corrigi-las e melhorar como seres humanos, mas sem nos julgar ou criticar, afinal, não existe ninguém perfeito, né?
Obrigada pela visita e participação.
Beijos
José:
Olha, como sofro de curiosidade doentia (preciso escrever aos formuladores do C.I.D. para incluírem essa patologia rsrs), fui lá olhar o que você escreveu. Achei divertido, coerente e profundamente honesto.
Usando de sua analogia, não tenho dúvidas de que todos têm seu cemitério particular, mas há aqueles que o vão negar até à morte. rsrs tsk tsk Eu tenho um cadáver que volta e meia o ressuscito para matar de novo: o Maluf. rsrs
Querido, não se prive jamais de sua excelente companhia, esse é o primeiro passo para a boa saúde mental e também para evoluir.
Beijos e obrigada pela visita
Olá querida amiga virtual :)
Adorei a postagem, muito interessante esta reflexão !
Concordo contigo que tentar ser somente bom, pode ser louvável, mas chega a um ponto em que maltrata o interior das pessoas quando se dão conta de que isso é impossível, levando em conta a natureza humana de imperfeição.
Lógico que seria maravilhoso o mundo se todos fôssemos bons, mas não é assim, ainda temos muito que evoluir e esta evolução só se dá quando aceitamos nosso lado sombrio e perseveramos em melhorá-lo.
É um desafio diário e trabalhoso, mas a recompensa é uma alma mais leve e uma sensação de paz consigo mesmo, ao ver que mesmo tendo um lado ruim, podemos também fazer o bem.
Como mencionou esta neurose de ser perfeito acaba desequilibrando a pessoa e a deixando confusa ao se comportar, como no caso do religioso que maltrata as pessoas fora do seu templo... Acaba dando valor a conceitos errôneos e perdendo um tempo precioso onde poderia estar mesmo fazendo algo de bom.
Quando aceitamos esta dualidade, seguimos mais fortes, mas conscientes e mais dispostos e fazer algo a respeito, mas sempre atento para não se estuprar tentando ser somente bom, porque isso só traz frustração e desgaste emocional, pois todos temos limitações :)
Arrasou, como sempre ;)
Um beijo e bom fim de semana ;)
Sam:
“..., ainda temos muito que evoluir e esta evolução só se dá quando aceitamos nosso lado sombrio e perseveramos em melhorá-lo.” Aqui você disse tudo, sábia menina.
Seus comentários são sempre muito coerentes e apropriados, por isso gosto demais quando você me visita. rsrs
Grande abraço e beijos
Oi, Atena! Enquanto lia sua ótima postagem pensava sobre a escolha de filmes pelo gênero. Aqui em casa gosto de uma boa comédia, um drama baseado em fatos reais e que eu possa tirar algum aprendizado, ou um bom filme de ficção, que me faça tirar o pé chão... Já o maridão e minha filha tem gostos bem diferentes...
Levando em conta que a escolha de determinado gênero é para liberar sentimentos aprisionados, acredito que os heróis que buscamos nas variadas personagens, de fato não existem, mas nos dão por alguns minutos a sensação de viver estórias diferentes e que podem nos ajudar a enfrentar situações reais...
Sim, Yolanda, os personagens e situações cinematográficos ajudam muitas vezes a fazermos uma catarse. Não tem nada de errado com isso, pode até ser muito saudável. O único problema que encontro é não termos consciência do que está acontecendo.
Eu tenho até aproveitado os filmes que vejo para ter ideias para postar. rsrs
Grata pela visita e abração
Orgulhosamente programei uma 'chamada' para este ótimo artigo no novo site dos Blogueiros do Brasil. O post será publicado dia 11/11 às 12h .
Abraços cordiais.
Tiozão:
Obrigadíssima.
abraços
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