A seguinte estorinha é bem conhecida, mas vou repeti-la aqui caso algum leitor não a conheça:
Um grupo de cientistas colocou cinco macacos em uma jaula. No meio, uma escada, e sobre ela um cacho de bananas.
Toda vez que um dos macacos começava a subir na escada, um dispositivo automático fazia jorrar água gelada sobre os demais macacos.
Passado certo tempo, toda vez que qualquer dos macacos esboçava um início de subida na escada, os demais o espancavam (evitando assim a água gelada).
Obviamente, após certo tempo, nenhum dos macacos se arriscava a subir a escada, apesar da tentação.
Os cientistas decidiram então substituir um dos macacos. A primeira coisa que o macaco novo fez foi subir na escada, dela sendo retirado pelos outros que o espancaram.
Após várias surras o novo membro dessa comunidade aprendeu a não mais subir na escada.
Um segundo macaco foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato.
Um terceiro macaco foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto e o quinto macaco foram trocados, um de cada vez, com intervalos adequados, repetindo-se os espancamentos dos novatos quando de suas tentativas para subir na escada.
Os cientistas então ficaram com um grupo de macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Se fosse possível conversar com os macacos e perguntar-lhes por que espancavam os que tentavam subir na escada, com certeza a resposta seria:
“Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.
Esse comportamento ou essa resposta, não lhe parece familiar???
Este é um comportamento bem característico do ser humano: repetir o que lhe foi ensinado sem questionar ou pensar em mudar alguma coisa.
Outro dia lembrei-me de um livro que li há tempos. A pessoa que o escreveu diz ter canalizado as informações de seres extraterrestres com quem manteve contato. Não importando se isso é verdade ou não (sempre fico com um pé atrás nessas canalizações) o que importa é que o livro traz ideias e conceitos totalmente diferentes do que nós humanos estamos acostumados ou familiarizados.
Diz no livro, por exemplo, que os seres do planeta de origem do informante não constituem família. Eles têm filhos, mas os mesmos são criados e educados por qualquer um ou todos que o quiserem fazer. As crianças são amadas como legítimos filhos por todos os habitantes do planeta onde vivem.
É dito ainda que não existem sentimentos como ódio, raiva, inveja, preconceito e atitudes violentas como brigas e guerras. Diferenças de opinião ocorrem, bem como desentendimentos, contudo são resolvidos com diálogos e debates racionais e isentos de emoções negativas.
Claro está que num tipo de sociedade como essa é bem possível as crianças serem educadas por todos, mas ... aí lembro-me de que existem sociedades indígenas que não são tão pacíficas quanto essa do outro planeta e que onde também as crianças pertencem à tribo, são criadas e queridas por todos.
Ultimamente muito eu ouço e leio as pessoas afirmando que a família é a base da sociedade, que sem ela o mundo está perdido, etc.
Será???
Esta não é simplesmente mais uma das crenças que foram passadas de geração em geração e ninguém parou para questionar se era verdade?
Ah, mas que pensamento blasfemo este, dirão alguns... Por quê?
Precisamos lembrar que a família é uma expressão de nossa capacidade limitada de amar, restringimos o nosso amor a poucos.... Se a humanidade seguisse a orientação do mestre Jesus, as coisas seriam diferentes.
Também, nesse planeta citado no livro, o trabalho e a propriedade privada não existem. Os indivíduos moram em residências, é claro, mas estas não lhes pertencem, portanto se chega alguém de fora é prontamente alojado em qualquer residência pelos seus moradores.
Utopia? Talvez para um mundo materialista, competitivo e capitalista como o que vivemos. Fomos condicionados desde sempre a pensar que isso é o certo e o “normal”. Será???
Bem, normal é o que é representado pela parte mediana da Curva de Gauss, outra criação nossa.
Coloquei aqui três “pilares” fundamentais de nossa sociedade que podem ter uma diferente abordagem. E quanto ao restante de nossas “certezas”, de nossos “certo e errado”? É tudo produto de nossas crenças, que foram passadas a nós desde que nascemos e que nunca questionamos.
Pensem nisso. Reflitam, sem ideias preconcebidas.
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12 comentários:
Olá Atena!Cada vez mais vão chegando conceitos alternativos muito diferentes e principalmente que faz com que pessoas com capacidade de reflexão e escolhas aprendam,abrindo seu mundo dentro de outro universo! Infelizmente o que a maioria não percebe que isso é milenar,vem acontecendo devagar e sempre,e sempre estão combatendo o novo até aceitação final!O que vejo é que aparenta agora estar tudo mais rápido que antes.Algumas mudanças também,estão além de aceleradas,sem equilíbrio nenhum, tornando o dualismo mais pesado,e isso acaba deixando as pessoas rejeitando com mais fúria e preconceitos as mudanças naturais e seu ritmo de aprendizado!Me lembro rs..que lá em casa ...somos 3.2 Hs e eu! Quem mais apanhou fui euzinha,ovelha negra da família como diz a Rita Lee!Por que desde criança sempre questionei.Fatos e a autoridade. Minha mãe dizia: Não quero q faça isso!E eu-Porque não posso?Porque sou sua mãe e estou dizendo que não.Mas isto não é resposta nem motivo!Então vou fazer..E por aí vai até hoje..e já faz tempo..rs..Pelo meu entender, auto consciência e amadurecimento já vem c/o espírito,como se ele, naquela parte já soubesse,só está se lembrando!Abraço fraterno.
Atena, muito interessante esse experimento cientifico, mas não se aplica bem a nós, pois não somos exatamente macacos. Nosso quinhão de inteligencia nos lançam em outras armadilhas. Nosso caso é mais grave do que o dos nossos primos.
Agora, se é para questionar, sejamos mais objetivos, indo direto a raiz do mal, A COVARDIA. Vê como os macacos mantêem o sistema, ninguém reparou esse aspecto no experimento!?
Isso sim vale bem para nós!
Um abraço.
Excelente, me lembrou muito uma frase conhecida do George Carlin que diz:
"Não ensine seu filho apenas a ler; ensine-o a ler e a questionar o que está lendo."
O questionamento, a dúvida na minha opinião é o primeiro passo para a sabedoria e deveria ser um exercício constante.
Oi Atena,
Gosto muito desta história dos macaquinhos.
Aliás, macaquinho é o que não falta na web. Quando a mídia oficial repercute uma noticia, aparece um bando de macaquinhos para fazer exatamente o mesmo. E o mais incrível: acreditam piamente que estão dando em primeira mão a notícia já envelhecida.
Hoje, em uma sala de espera de um consultório médico, eu contei vinte macaquinhos, paralisados de olho na tv.
Todos, exatamente todos, estavam tão anestesiados que não se davam conta do tempo de espera, em um hospital privado. Se fosse na rede pública, três horas seria um escândalo! Claro: foram treinados para reclamar do setor público e aceitar o que vier do setor privado.
E eu ali: em pé, encostada na parede, fingindo que estava lendo um livro e só observando...
E eles, certamente, imaginando que eu era doida... kakaka
Quanto tempo durou esta minha observação social? Exatamente três horas.
Sobre o livro: gosto de utopias. Mas, prefiro andar com os pés bem presos ao chão, como uma boa taurina. Não cultivo sonhos embasados tão somente na filosofia e ideologia materialista/capitalista/mercantilista, não sofro tanto. rsrs
Para mim, o mais simples é o mais rico em valores.
Beijo Mestra.
Sucris:
Parece que tínhamos comportamentos semelhantes na infância, eu também fazia como você. Era o terror das professoras porque sempre estava perguntando os por quê e algumas nem sempre sabiam. rsrs
Então você também já se deu conta que o dualismo está mais presente? Até já escrevi sobre isto. Se quiser ler, está aqui: http://expandiraconsciencia.blogspot.com.br/2013/05/a-crescente-polarizacao-na-sociedade.html
Não sei se a aceleração do tempo é a responsável pela aceleração das mudanças. Talvez seja.
Eu também acho que a autoconsciência, ou melhor, a consciência mais evoluída já vem de outras vidas. Estamos sempre apenas relembrando.
abração
Sim, Gabriel, os cientistas notaram, pois estavam pesquisando a formação de paradigmas.
Concordo com você que o caso dos humanos é mais grave porque afinal a nossa inteligência é muito superior à dos macacos e temos sim a capacidade de questionar, embora nem todos o façam.
abraços
Pepper:
George Carlin sempre tem algo a nos ensinar.
Com certeza o questionamento é vital se quisermos evoluir. Eu ficaria bem feliz se as pessoas questionassem mais.
Obrigada pela visita e seja sempre bem-vinda
Beth:
O pior é que “os macaquinhos” humanos além de repetirem o que veem ou ouvem ainda dão tudo por verdade, não questionam nunca. A TV parece ser uma figura sagrada e infalível, assim como outras mídias também.
Quer dizer que ninguém reclamou da espera? tsk tsk
Sei que você não é “hipnotizada” rsrs por isso é minha leitora assídua.
Um mestre já disse que a sabedoria está na simplicidade...
beijos
Adoro questionar o cotidiano.E realmente somos precipitados quando dizemos que é só com a criação e educação familiar que nos tornamos seres melhores.Mas so que é ser melhor?Cada um com sua visão.Sim,o individualismo do capitalismo!Nossas ideologias são formadas com fragmentos de várias pessoas que convivem ao redor.E nesse mundo,pelo menos na minha visão (limitada alias...) acredito na força da dualidade.Não acho que vai ser possivel,pelo menos nesse mundo,sermos homens e mulheres com bondade total em nossas mentes.A não ser que houvesse a destruição dessa sociedade,e criação de uma nova.E mesmo assim,ainda duvido!E tem essa questão da criação.Realmente,nos tornamos um bom adulto se formos amados apenas pela familia de sangue?Amar não é mais amplo que isso?Bom,a gente complica tudo,e limita tudo.Um saco!
Victor:
O verdadeiro amor é o amor incondicional que, infelizmente, nós humanos só sentimos pelos filhos e ... ainda há exceções.
Eu acredito que lentamente a humanidade irá desenvolver a consciência e quem sabe lá pelo século 22 haverá um mundo melhor, com igualdade, fraternidade e bondade.
abraços
Acho que apesar de haver como solucionar as brechas e talvez, em algum momento, haver uma sociedade mais justa, não creio que exista alguma forma de criar uma sociedade ideal. Jiddu Krishnamurti, filósofo e escritor indiano, diz que tudo o que é feito através do pensamento é limitado(falho). Porque o pensamento é limitado. O texto também me lembra de Mark Rowlands, em seu livro o filósofo e o lobo, nos demonstrando que, como símios ou quase símios que somos,temos um senso de individualista e trapaceiro em nossa essência. Nossa inteligência foi criada a partir da necessidade de superar o outro sem enfrentá-lo de frente.(é a maneira como os macacos enfrentam o grande alfa - trapaceando e conspirando). Portanto, penso que como há a necessidade de hierarquia entre nós humanos e, como nossa consciência e inteligência foi criada a partir da necessidade de superar o próximo sem um enfrentamento real, creio não haver uma maneira voluntária de criar uma sociedade ideal. Porém, a necessidade, talvez, a crie.
Perdoe-me por ter fugido um pouco do tópico do condicionamento e falado sobre a questão da sociedade ideal.
Guilherme:
Krishnamurti estava absolutamente certo, nosso pensamento é limitado porque ele é produto de nossa percepção, que por sua vez, é limitada. Agora, não sei se concordo com o que disse Rowlands. Acho que não dá para generalizar assim.
A necessidade de superar o próximo só existe em pessoas que: 1) têm baixa autoestima. A prepotência, a arrogância são formas de mascarar ou negar o sentimento de inferioridade bem escondido lá no fundo da psique; 2) têm muita carência, seja afetiva ou de coisas materiais.
Quanto à hierarquia, essa não seria necessária se cada ser humano respeitasse o outro. Isso, certamente, ainda estamos longe de alcançar. Mas chegaremos lá, como respondi ao Victor, talvez no séc. 22. rsrs
Obrigada pela visita e seja sempre bem-vindo
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