"No Egito as bibliotecas eram chamadas Tesouro dos remédios da alma. De fato é nelas que se cura a ignorância, a mais perigosa das enfermidades e a origem de todas as outras.”

(Jacques Bossuet).

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Como você reage quando frustrado?

furioso
Quem já não se sentiu frustrado por não alcançar algum propósito, satisfazer uma necessidade ou realizar algum desejo?
Quem acompanha o blog já sabe que o autoconhecimento é o primeiro passo para a evolução e expansão da consciência, portanto o texto de hoje é mais uma colaboração que quero compartilhar com vocês para se analisarem neste “aspecto tão frustrante que é a frustração”. rsrsrs
O conceito de frustração, segundo a Psicologia, é: sentimento resultante da necessidade não satisfeita por causa de algum bloqueio.
Aqui, para simplificar, iremos considerar necessidade e desejo como sinônimos, embora não o sejam.
A frustração foi extensamente estudada pela Psicologia, já que afeta todo mundo, e chegou-se a um resumo de quatro fontes principais que bloqueiam a realização de objetivos pelo homem: 1) ambiente físico (ex. como satisfazer a sede no deserto); 2) limitações biológicas (ex. como passar no vestibular tendo baixíssimo QI); 3) complexidade da constituição psicológica (ex. quando duas necessidades entram em conflito) e 4) ambiente social (ex. o mundo é dos ricos, mas poucos têm acesso à riqueza).
Bem, essas são as fontes, mas vou me deter em outro aspecto que é o que realmente interfere nas relações humanas e consequentemente na convivência com os semelhantes; os traços de resposta interpessoal, ou seja, como as pessoas agem em decorrência de suas frustrações.
Quando somos bebês nos frustramos quase que a todo momento, pois não sabendo falar ainda não conseguimos comunicar o que está nos faltando, então choramos ou ... berramos. Conforme vamos crescendo, bem devagar vamos aprendendo a segurar nossa impaciência quando uma necessidade ou desejo nosso não é atendido.
Ao chegarmos à idade adulta é de se esperar que já tenhamos desenvolvido o controle de nossas primitivas emoções, contudo não é bem assim que acontece na vida real.
Hoje, assistindo a um programa sobre violência no trânsito, vi alguns exemplos dessa falta de controle e de indivíduos com um baixo limiar de tolerância à frustração, ou seja, pessoas que:
a) irritam-se por qualquer coisa ou
b) tem uma reação exagerada frente à situação frustrante
A frustração pode, com o passar do tempo, provocar sentimentos de fracasso pessoal e de angústia, levando a pessoa a ter atitudes defensivas (defender sua autoconcepção e afastar as ameaças à sua autoestima) do tipo: agressividade, insociabilidade, competição, rejeição dos outros, etc.
Vamos ver, então, algumas das reações de defesa mais comuns.
Agressão. Acho que todos vocês já se depararam com alguém do tipo “pavio curto”. Terrível, não é? E os que gostam de “armar barraco”? São pessoas que invariavelmente levam as coisas para o lado pessoal, não conseguindo se distanciar emocionalmente de situações frustrantes. São indivíduos que acabam afastando os demais de seu convívio porque, lá pelas tantas, ninguém mais tem paciência para aguentar seus chiliques. Em número menor, há também alguns que voltam a agressão contra si mesmos. A este segundo tipo, mais do que ao primeiro, eu recomendo terapia para resgatar a autoestima.
Regressão. Este comportamento regressivo é muito comum em crianças que se sentem frustradas, mas acontece também com adultos. É aquele típico “ eu levo a bola e ninguém mais joga” rsrs Ou seja, pessoas que quando muito frustradas começam a agir como crianças.
Aliás, baixo limiar de tolerância à frustração denota pessoas imaturas emocionalmente, seja qual for a maneira como reage.
Afastamento. É uma maneira de resolver a situação afastando-se da fonte ou evento causador. Por exemplo, ao não ser aprovado no vestibular o estudante desiste da carreira acadêmica e vai procurar emprego. Homem ou mulher, após sofrer uma rejeição amorosa, não procura mais companhia do sexo oposto para se relacionar.
Repressão. Essa Freud explicou: necessidades e angústias, muitas vezes estão sujeitas a forças que as tornam inacessíveis à consciência, então o indivíduo “esquece” ou reprime a necessidade insatisfeita. Por exemplo: uma pessoa muito religiosa e puritana, que reprimiu seus desejos sexuais, pode se transformar num bastião da moralidade e “bons costumes” fazendo campanhas para erradicar a prostituição de sua cidade.
Formação de reação. Nada mais é do que manifestar um comportamento oposto àquele que sua necessidade deveria provocar. Por exemplo: uma pessoa muito humilde e submissa pode estar reagindo à sua necessidade de autoritarismo. Na área sexual é bastante comum encontrar este mecanismo de defesa além da repressão. Ex. homens extremamente machões e excessivamente hostis aos homossexuais podem estar reagindo à sua vontade de ter relações com outros do mesmo sexo.
Vocês, provavelmente, já devem ter identificado fulano ou sicrana que se enquadram num destes tipos de resposta interpessoal, não é? Ah, então é por isso que fulano age daquele jeito? E a sicrana, com seu comportamento tão carola, no fundo quer mais é cair na gandaia... rsrsrs
Muito louca a cabeça humana, não? Fruto das incontáveis crenças e condicionamentos limitantes e repressores a que somos submetidos desde o início da epopeia humana.
Qualquer dúvida, usem os comentários.

12 comentários:

Anônimo disse...

é. Eu sou uma pessoa fora dos padrões mesmo. Ate mesmo quando estou desequilibrada.srsrsrs

Eu sempre tive a tendencia em me culpar. Se um relacionamente não ia bem eu me culpava por isso. srsrs

Achava que eu estava fazendo algo errado. Isso foi tão forte em mim que eu cheguei a pensar que mesmo amizades não eram para mim. Não porque as outras pessoas não valeriam a pena. Mas porque ninguém iria querer ser amigo de alguem como eu. srsrs

Eu via meus defietos mas de maneira destrutiva. Eu achava que isso era uma prova de que eu era péssima.

Então no pathwork eu aprendi a me observar sem me julgar. E só depois disso eu comecei a melhorar em algumas coisas.

A pessoa mais cruel no meu julgamento era eu.

E uma das minhas maiores defesas foi a repressão. Como eu achava que amizade não era para mim. Eu literalmente abri mão e me dediquei aos estudos.

Mas, graças a Deus e ao Pathwork, isso está mudando.

Anônimo disse...

Realmente amiga a mente humana é impressionante!
Eu achei um monte que se enquadram acima - rsrsrsrs. muito bom post amiga!!!!

Anônimo disse...

Olá Atena .
Esse é um mal que me afeta muito.
Tento lidar com isso mas é dificil,mas como sou brasileiro não desisto nunca !rsrs
Seu post tá na teia.
Até mais.
Ps:Obrigado por estar nos indicando,é muito gratificante para nós.

Atena disse...

Aos amigos que comentaram:
Com este feedback, já deu para perceber que o post não foi em vão. Agradeço muito.
abraços a todos

Marcio Alves disse...

ATENA

Muito bom texto, muito bem explicativo, fica até difícil comentar. Rsrsrss

Mas eu diria de forma sintética que a tolerância com as contingenciais inexoráveis da vida é uma das chaves para se viver melhor e mais alegre.

É até normal ouvirmos as pessoas dizerem frente a uma frustração: “mas eu não aceito isto”....só que não adianta dizer que não aceita, pois mais cedo ou mais tarde terá que aceitar, e, quanto mais rápido soubermos lidar e digerir as frustrações, mais rápido também será a superação da mesma.

Abraços

Atena disse...

Olá Marcio:
Foi sintético, mas preciso. Diz um ditado: se não tem remédio, remediado está. É isso aí. Adaptar-se para não prolongar o sofrimento. Quem não o consegue sofre dobrado.
Um abração

Eduardo Medeiros disse...

Atena, bom texto mesmo. Olha, somos seres emocionais. Muitos são inteligentes racionais mas burros emocionais. Desequilibrados. Mas eu acredito que temos que vivenciar nossas emoções. Se uma coisa me deixou frustrado eu me sinto...frustrado!! o que eu vou fazer com essa frustração é que me dirá se tenho ou não inteligência emocional.

O que você acha?

Olha, respondi a pergunta que você tinha me feito lá na sala, viu?

abraços

Joselito disse...

Eu reajo bem a frustração pelo simples fato que me frusto muito pouco, porque quem cria grandes expectativas também tem a tendencia de se frustrar mais .... sei lá, eu acho.

Atena disse...

Edu:
Sim, somos seres altamente emocionais. O que quis mostrar com o texto é que o ruim é quando o nosso limiar de tolerância é baixo. Aí ocorrem os excessos e os problemas. Se trabalharmos bem a frustração demonstramos boa capacidade de inteligência emocional, sim.
Abração

Atena disse...

Ah, Joselito, tão jovem e já tão sábio. É isso mesmo, o excesso de expectativas pode botar qualquer um pra baixo.
Obrigada pelo comentário.
Abração

Mauro Brondani disse...

Procuro disfarçar o máximo quando eu estou frustrado,não é fácil,mas sempre procuro superar o mais rápido possível e continuar a lutar pelos meus objetivos!!!

Atena disse...

Olá, Mauro:
então, parece-me que você apresenta bom limiar de tolerância à frustração.É isso aí, continuar sempre!
abraços