De vez em quando é bom dar uma folga aos neurônios dos leitores e postar temas mais palatáveis, ainda que seja de caráter científico. rsrs Então aí vai.
Desde a adolescência, a médica paulista Cibele Fabichak se perguntava sobre vários assuntos relacionados a amor, emoções e sexo. Quando entrou na faculdade de medicina, já no primeiro ano, apaixonou-se por fisiologia e começou a buscar as respostas nesta área para suas dúvidas. O resultado é o livro “Sexo, Amor, Endorfinas & Bobagens” (Editora Novo Século, R$ 29,90), em que a médica explica por meio de estudos científicos como funcionam os mecanismos da paixão e do amor no corpo e na mente.
A primeira pergunta da entrevista, portanto, não poderia ser outra: o amor pode ser explicado biologicamente? “Sim, já temos vários trabalhos para entender melhor como funciona o cérebro e os hormônios, além de outros elementos, como história pessoal, cultura e ambiente”, diz. Ela cita a antropóloga americana Helen Fisher, que classificou o amor em três etapas:
1ª – Desejo sexual, em que o principal hormônio envolvido é a testosterona.
2ª – Atração física ou sexual, caracterizada por grande euforia e felicidade intensa. Fase regida pelos hormônios que proporcionam bem-estar, como dopamina, endorfina e serotonina.
3ª – Vínculo duradouro, o amor.
Diante dessa classificação, outra pergunta é automaticamente respondida: o amor pode vir com o tempo. Mas, e o tal do famoso amor à primeira vista? De acordo com Cibele, seria mais correto dizer paixão à primeira vista. Segundo ela, o grande gatilho é olhar e gostar. Os estudiosos buscam explicação para esse comportamento nos homens primitivos: a natureza busca a procriação, portanto é importante que o macho (principalmente) tenha uma visão que o atraia. E esse mecanismo precisa agir rápido nos animais porque o período fértil é curto para a fêmea. “O ser humano herdou dos primórdios esse encantamento rápido pela fêmea. E esse comportamento é universal, de acordo com pesquisas feitas com vários povos”, afirma a médica.
A mulher também é atraída pela visão, mas nem tanto. Para ela é importante visualizar também o aspecto emocional no homem. E aí entram outros elementos: cultura, bom humor, status social, se dá segurança, se é provedor. “A velocidade com que o homem se apaixona é mais rápida. Já a mulher demora mais porque ela precisa de tempo para avaliar”, conclui Cibele.
Por que o amor é cego?
Pesquisas demonstram que a paixão tem duração de aproximadamente 12 a 48 meses. “Esse seria o tempo para fortalecer a união, acontecer o ato sexual, a gestação e a criação do bebê (até que tenha certa independência, por volta dos 2 anos). A natureza faz as contas perfeitamente”, brinca Cibele.
E isso só é possível porque, quando o indivíduo está apaixonado, o sistema límbico (central das emoções) produz uma avalanche de substâncias que tornam o amado “perfeito”. Por isso se diz que o amor é cego, além de ser uma boa explicação para escolhas erradas, casamentos precipitados e afins. Quando passa essa onda de prazer que distorce os novos julgamentos, o casal começa a enxergar o outro exatamente como ele é. Se os laços formados são fortes e existem outros elementos que ligam o casal além do sexo, a parceria continua.
A médica, no entanto, avisa que o principal ponto para a manutenção da união é o novo. “O casal deve realizar atividades novas, como um jantar romântico de vez em quando, tentar posições sexuais diferentes, planejar viagens etc.”, aconselha. “A cada novidade, nosso cérebro ativa as substâncias que trazem prazer”, diz.
Rompimento
Estudos mostram que a pessoa apaixonada se acostuma com as substâncias produzidas pelo cérebro que geram uma onda de prazer e satisfação. “Após a separação, é como se o cérebro estivesse ‘viciado’, por isso o indivíduo entra em estado de abstinência”, explica a autora.
Como resultado, pode-se citar a raiva, a busca intensa pelo parceiro e até o aumento do estado de paixão, já que são mantidas as atividades cerebrais que estimulam a paixão. “Essa fase pode demorar de dias a meses”, avisa a médica. E, a partir do momento em que cessam os estímulos do parceiro, a pessoa pode entrar numa fase de tristeza e depressão.
“Toda essa química do cérebro começa a diminuir e a estimular a atividade do córtex pré-frontal, região importante para o julgamento crítico, discernimento. Começa, então, a construção do ódio, o oposto do amor, e sentimento de total distanciamento, o que facilita o rompimento”, explica a especialista. Segundo ela, algumas exageram e chegam à vingança. Vários elementos, como educação, personalidade, cultura, ambiente, transtornos psíquicos etc., vão determinar se o indivíduo vai passar por essas fases e seguir em frente ou cometer loucuras de amor.
Fonte: Rosana Ferreira - Editora-assistente de UOL Estilo Comportamento
Imagem: baudakinha.blogspot.com
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7 comentários:
Como é gostoso ler seus textos!!!!!!
Estava com saudades...
Perfeita a análise sobre o que ocorre nos diferentes estágios da aproximação com o outro(vamos assim dizer...).
Sua fã,
Ká
Oi, Kátia:
Pois é, menina, você sumiu e sabe como é o ditado: quem não é visto não é lembrado> rsrs
Convidei-a para participar do Educar é preciso, mas você não se manifestou... Passado algum tempo até esqueci rsrs
Coisa boa encontrá-la novamente.
beijos
Oi Atena.
Que bom que o Teia tem lhe ajudado, é uma troca, os parceiros mandam conteúdo e eu mando o máximo de visitas que conseguir, assim todos saem ganhando.
Estamos trabalhando forte na divulgação do Teia, nossa meta é aumentar muito as visitas e assim mandar mais visitas a vocês.
Até mais e obrigado.
Oi Atena!
Muito importante esse texto, principalmente na parte que cita a separação de paixão e amor, tirando toda aquela ideia ilusória da "mágica do amor" que tentam tanto enfiar-nos goela abaixo, levando-nos ao irracionalismo e consequentemente, a relações infelizes. Nós somos ainda bastante condicionados pelo nosso lado animal, Não tem nada de "mágico" nisso, afinal o ser humano tem que manter sua perpetuação no mundo, e o "o amor a primeira vista" nada mais é que uma paixão condicionada pelos nossos hormônios. Muito completo o texto, explica praticamente tudo. O amor realmente é como se fosse uma droga, gera dependência e abstinência...Se eu tivesse lido ele antes...estou compartilhando...
abração
Olá, Marcos:
Também achei o texto bem explicativo. É incrível como o ser humano ainda se enrola neste negócio de amor. rsrs Era para ser algo natural, não é, sem complicações.
Obrigada pela visita e seja sempre bem vindo.
abraços
Oi Atena,
Estou passando por aqui e vi esse artigo... me interessei porque ontem no Face rolou um debate interessante sobre o tema, incluindo o Arte de Amar, do Fromm.
Vou procurar visitar mais os blogs dos amigos, comçando pelo seu. :)
Um beijo
um ser pensante
Oi, Um:
Pois é, você sumiu, né? rsrs
Que bom que está de volta.
beijos
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